15 - beijar mulher é bom

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AYLA NEVES

É muito bom beijar mulher!

Meus Deus, não sei o que aconteceu comigo, não sei de ontem tirei coragem para pedir um beijo para Pamela Rodrigues.

Meu coração está completamente fora do ritmo, meu corpo tremolo e gelado só confirma isso. Não sabia que o meu primeiro beijo seria tão bom, e nem imaginava que seria com uma garota.

A mão da Rodrigues que estava a poucos minutos atrás no meu rosto, agora se encontra em minha nuca me causando um arrepio gostoso.

Suspiro fundo virando minha cabeça para o outro lado aprofundando ainda mais o beijo, é como se meu corpo já soubesse o que fazer, o que era um terror para mim tá sendo uma sensação inexplicável, é como se minha língua já estivesse acostumada mesmo sendo a primeira vez que faço isso.

Rodrigues: puta merda - essa é a primeira reação da Rodrigues assim que a gente se afasta encerrando o beijo.

Ayla: desculpa, desculpa - olho em seus rosto que parece assustado - foi tão ruim assim?

Rodrigues: ruim? - pergunta juntando as sombrancelha - garota, tá mentindo todo esse tempo, o seu beijo é perfeito, esse claramente não é o seu primeiro.

Ayla: jura? - abro um sorriso - juro que tô falando a verdade.

Rodrigues me olha com um sorriso de canto enquanto dou risada de tão nervosa que estou, sinto sua mão na minha nuca novamente fazendo meu rosto se inclinar e olhar em seus olhos.

Sinto seus lábios entrar em contato com os meus novamente fazendo toda aquela sensação se repetir, o arrepio no corpo, coração acelerado, uma onda de prazer no meu corpo.

Rodrigues: juro que é perfeito - apoia a testa na minha fechando os olhos e abrindo um sorriso e encerramos o beijo com um selinho.

J

oyce: Ayla, você viu o gus- ah, gente, eu não sabia, e-eu - olho para o lado vendo a minha chefe e dou um sorriso, calma ai É A MINHA CHEFE?!

Ayla: Joyce - me solto do corpo da Rodrigues ficando quase de frente para a Joyce - desculpa, desculpa de verdade, eu...

Joyce: Ayla, calma - coloca as dias mãos para a frente - cadê o Gus?

Ayla: e-ele tá na sala - meu Deus, nem voz eu tenho - ele ficou na sala.

Joyce: eu acabei de sair de lá e não vi ele - arregalado os olhos preocupada.

Gustavo: mãeeeeeee - entra na cozinha correndo - chegou cedo, mamãe?

Joyce: oi, amor - pega o filho no colo - é, a mamãe chegou cedo. Onde você tava?

Gustavo: estava no banheiro fazendo xixi - abraço a mãe passando a mão no rosto dela - e eu não lavei a minha mão - esfrega suas mãos na bochecha dela.

Joyce: eca, Gustavo - põe ele no chão.

Eu juro que tem horas que eu não aguento o Gustavo, enquanto eu me controlo para não rir da cena que acabei de presenciar, escuto uma gargalhada alta, olho para trás e vejo Rodrigues rindo com a mão na barriga olhando para o Gustavo.

Rodrigues: desculpa - nega com a cabeça sem parar de rir - desculpa, Joyce - fala quase sem ar - e que eu esperava tudo menos isso agora - Gus também não facilita.

Joyce: tá tudo bem - diz com um sorriso - eu só vou lavar a mão dessa benção de Deus e já volto.

Joyce sai da cozinha gritando com Gustavo que passou a mão de xixi em seu rosto, volto a olhar para trás e ainda vejo Rodrigues rindo do Gustavo, ela realmente tá tendo uma crise de risos.

Ayla: tá tudo bem aí? - brinco chamando ela.

Rodrigues: bom, por essa eu não esperava, Gustavo é uma comédia - é, realmente - mas agora você precisa conversar com sua chefe.

Ayla: aí, não tô afim de levar bronca, será que ela vai brigar muito com a gente? - coloco a mão na boca mordendo a unha.

Rodrigues: a gente quem? - cruza os braços - você é o Gustavo, né?

Ayla: não, tô falando de você e eu - aponta para nós.

Rodrigues: dessa aí eu tô saindo fora - Rodrigues sai da cozinha em passos largos como se tivesse fugindo.

Ayla: ei, ei! - chamo sua até enquanto ela abre a porta - aonde pensa que vai?

Rodrigues: eu, vou para casa - aponta para ela mesma - e você - aponta para mim - vai se resolver com sua chefe.

Ayla: você não vai fazer isso! - falo indignada.

Rodrigues: fui - saiu batendo a porta.

Ayla: que pilantra - susurro.

[...]

Joyce: podemos conversar? - escuto a voz de Joyce atrás de mim então eu termino de arrumar a mesa da cozinha, fecho os olhos já esperando a broca - senta aí, por favor - aponta para uma cadeira.

Ayla: claro - sento na mesma cadeira que sentei antes.

Joyce: não quero que vá embora, não entendo o porquê de sair assim do nada e deixar o Gus, sei que gosta dele. O que aconteceu? Arrumou outro trabalho? Alguém ofereceu um salário maior? Eu fiz alguma coisa que não gostou?

Ayla: calma ai, estamos falando do Gus? - e a minha bronca por tá beijando uma desconhecida dentro da casa dela - pensei que ia falar alguma coisa da cena que viu.

Joyce: mas o que eu vi foi você dando um selinho na sua namorada - fala como se fosse óbvio - não era só isso?

Ayla: era, na verdade não era, mas era - me atrapalha na hora de falar - tipo, foi o que você viu, mas ela não é minha namorada.

Joyce: não? Mas eu pensei que... Deixa para lá - estrala a língua - só quero que pense na ideia de continuar com o Gustavo para mim, sei que não é um salário dos sonhos, mas é o que eu posso fazer no momento - concordo com a cabeça.

Ayla: claro, vou pensar - forço um sorriso sabendo que meu pai não pode nem sonhar com isso.

Joyce: bom, em relação a Rodrigues, não vejo problema dela aqui em casa, mas eu só não quero que traga mais pessoas aqui sem o meu consentimento, e peço que tenham respeito ao meu filho acima de tudo. Tipo, eu estou criando meu filha para ser um homem e sei que ele gosta da Rodrigues e de você e vai respeitar vocês ao máximo, só tô pedindo para não rolar mais que selinhos e abraços na frente dele, sabe que ele é criança.

Ayla: não, Joyce. Pelo amor de Deus, eu jamais faria nada disso na frente do Gus e nem na frente de nenhuma outra criança.

Joyce: ótimo - da um sorriso se levantando da mesa - era só isso mesmo - vai até a metade da cozinha e volta - ah! Da próxima vez que eu fizer lasanha de frango com queijo vou ter que fazer bastante, pelo visto a Rodrigues gosta mesmo da lasanha.

Ayla: como sabe que ela gosta?

Joyce: bom, o Gus não come muito, você nem almoça direto... Quem mais seria? - diz rindo - aliás, cadê ela?

Ayla: fugiu assim que você foi lavar o Gus, tava com medo de levar bronca - eu sou x9 mesmo - quando ver ela na rua, por favor, promete que vai ficar encarando ela de um jeito esquisito e cochichando.

Joyce: você é mal - gargalhada - claro que faço!

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