05 - pensamentos

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AYLA NEVES

Me jogo na cama ainda com o mesmo pensamento de dois dias atrás. O que aconteceu dentro daquele sala de aula? Isso não pode se repetir, não mesmo!

Rodrigues conseguiu me deixar nervosa com um sanduíche, o que aconteceu para eu ter reagido daquele jeito, meu corpo parecia estar em estado de choque, eu não queria me mexer e nem conseguia.

Eu não sou gay! Nunca!

Eu não vou virar lésbica e eu não vou gostar de garotas, isso é errado, bom... Errado na minha religião.

Tenho que parar de pensar nisso, estou quase enlouquecendo com esses pensamentos, não consigo parar de pensar naquele dia um segundo, tenho que parar com isso.

Pego meu celular e tento me distrair assistir algum alguma coisa. Vou até o YouTube e vejo uma recomendação de uma música que ele me fez, aperto no vídeo clipe com a capa de duas garotas quase se beijando que parecem estar no colegiado. Olho o nome da música. Somebody i f*cked once - zolita.

Começo a assistir o clipe que parece ser mais uma série ou filme de tão bom. Assim que eu notei que o casal principal eram duas garotas eu penso em tirar o clipe na hora, mas a minha curiosidade é maior... É mais forte do que eu.

Sento na cama acabando de pensar no que fiz. Deus vai me castigar por isso.

O clipe é uma trilogia onde a "história" se passa em três clipes, eu acabei assistindo todos, assistir mais do que deveria... Todos aqueles beijos, toques, sexo, troca de olhares... Por que me sinto assim?

[...]

Acordo com o barulho insuportável do despertador.

Não sei o motivo por qual coloquei um despertador tão cedo em um sábado. Ou talvez eu tenha ficado acordada treinou demais essa madrugada fazendo minhas orações.

Rafaela: bom dia, princesa - escuto a voz doce de minha mãe assim que entrei na cozinha.

José: bom dia, filha - sinto um beijo sendo depositado em minha cabeça.

Ayla: bom dia, posso ir à praia hoje junto com a Amanda? - vejo minha mãe olhar o meu pai.

José: Amanda é uma menina que nunca deu trabalho para os pais e parece ser comportada - aí se eles souberem - não vejo problema se não chegar mais que 5 da tarde e ir até a igreja comigo amanhã pela manhã.

Ayla: tudo bem, vou tomar um café rápido é me arrumar - dou um sorriso em agradecimento.

Todo café da manhã com meus pais é vou até o meu quarto trocar de roupa, coloco um biquíni preto e uma saia jeans, como eu sou criada em família evangélica não tenho costume de ficar de biquíni na praia, então eu coloquei um shorts para entrar no mar dentro da minha mochila.

Pego meu celular vendo umas três mensagens da Amanda, faço um coque e meu cabelo e faço uma leve maquiagem só para não ir e cara lavada.

Me despeço dos meus pais e vou caminhando até a casa da Amanda que não é muito longe, mas tem uma ladeira danada.

Amanda: até que fim - vem me abraçar.

Ayla: amada, quem é esse povo? - olho ao redor vendo a metade da escola - não era uma coisa mais eu e você?

Amanda: mas é, eu, você e a metade da sala - meu senhor Jesus - relaxa que a gente vai de carro.

Ayla: e por alguns acaso você sabe dirigir? - cruzei os braços olhando seu rosto.

Amanda: eu não, mas tem mais de idade aqui, você vai no carro do Tadeu - aponta para um carinho que tem cara de quem fumou uns 15 bec - eu vou no outro carro com as meninas.

Ayla: é desde quando você tem amizade com elas? - até ontem ela odiava.

Amanda: elas que me chamaram - disse animada - você só não vai no mesmo carro que a gente por conta do espaço, beijos - beija minha bochecha e entra em um carro que sai na frente.

Respiro fundo e ajeito minha mochila nas costas pronta para descer esse morro novamente. Quando tô na metade da rua escutou uma voz me chamar, olho para trás vendo a a Geovanna junto com a Rodrigues.

Geovanna: vai pra onde? A gente já tá indo, vem logo - grita me chamando.

Ayla: eu tô voltando para casa, não tô afim de ir - se alguém da igreja me ver aqui e contar para o meu pai eu tô ferrada - bom passeio - volto a andar normal até sentir meu braço ser puxado.

Rodrigues: por que não vai mais? - me viro vendo a Pamela com o rosto bem próximo do meu.

Ayla: e-eu não tô muito afim de ir, aproveitem - forço um sorriso me soltando dela e sinto meu braço ser puxado novamente.

Rodrigues: tá me evitando?

Ayla: não - claro que sim - eu só não tô mais afim de ir mesmo, não conheço metade dessa galera.

Rodrigues: eu também não conheço, mas também tô indo - encaro seu rosto um pouco vermelho por conta do sol - se for por conta do carro do cara com a cara de drogado, relaxa que eu vou no mesmo carro, vem com a gente - é só falar não, diz não, diz não, não, não... Não...

Ayla: claro - forço um sorriso, última tô mestre nisso.

Rodrigues: ótimo - primeiro vez que vejo seu sorriso sincero - agora vem - pega a minha mão e vamos caminhando até o carro, meu Deus, eu tô caminhando de mãos dadas com uma garota na rua, tem uma sensação estranha no meu estômago.

Entro no carro e sento atrás do banco do motorista, Rodrigues senta ao meu lado e Geovanna senta na outra ponta, na frente vai o cara com o rosto chapado junto com uma garota que eu tenho quase certeza que é sua namorada.

O carro é ligado e pela janela vejo o carro saindo em direção ao asfalto, como a gente vai para uma praia mais longe - o que eu ouvir dizer - já aproveitei logo para colocar uma toalha como travesseiro para tentar descansar um pouquinho.

Depois de uns 20 minutos eu olho para o lado e vejo Geovanna dormindo, o casal na frente conversava sobre diversas coisas, eu e Rodrigues ficamos em silêncio o caminho inteiro.

Sinto uma coisa gelada da minha perna e tremo um pouco com o choque térmico, vejo uma garrafa de água da mão da Rodrigues e minha perna molhada.

Rodrigues: desculpa, eu não sabia que eles iam passar em um quebra mola - se desculpa - pode deixar que eu limpo.

Ayla: tá tudo bem - olho para baixo e vejo que minha saia tá bem curtinha por conta que eu estou sentada - eu limpo.

Rodrigues: pode deixar comigo - sinto sua mão gelada entrar em contato com a minha pele.

Olho para minha perna e vejo que se fez uma trilha com a gota de foi escorrendo pela minha perna. Rodrigues apoia sua mão em minha perna e segue com o seu dedo percorrendo toda a trilha que foi feita.

Olho seus olhos que estão fixos em meu rosto, meu corpo se arrepia com seu movimento em minha perna, nunca avia sido tocada assim por alguém e meu corpo tá reagindo bem a isso.

Rodrigues segue a trilha até a parte interna na minha coxa fazendo minhas costas se arquivarem um pouco do banco, parece que tá tudo em câmera lenta, isso é tão errado, mas eu não quero que ela pare.

Sinto sua mão gelada ter mais contato com a minha pele quando sinto a palma da sua mão encostar completamente em mim, seu rosto tá mais próximo do meu, cadê vez mais próximo, meu corpo se arrepia por enteiro quando sinto Rodrigues apertar a parte interna da minha coxa, ela intercala entre alisar e apertar a região. Nossos rostos ficam cada vez mais próximos e sinto meu coração disparar.

- aí galerinha, chegamos - meu corpo dá um salto como se eu tivesse naqueles sonhos de quando estamos caindo da beira de um penhasco.

Geovanna: até que fim, sono da porra - disse sendo a primeira a descer do carro.

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Oi, mô! ❤️✨
Agora a fic começa a ficar boa kkkkkkkkkkk.

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