40 - conflitos

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AYLA NEVES

Gustavo: ela demora tanto assim? - escuto um cochicho na sala.

Rodrigues: é sempre isso, eu sofro com toda essa demora - essa ama se fazer de vítima.

Gustavo: não quero namorar uma mulher que demora pra se arrumar, isso é chato - entro na sala ouvindo a conversa dos dois.

Ayla: vocês não tem vergonha na cara não? - Gus dá um pulo do sofá quase caindo.

Gustavo: que susto, tia. Parece assombração - começa a se benzer.

Rodrigues: o menino de preto tá branco - gargalha.

Gustavo: tá falando de mim e é pior que eu, se tremeu mais que bambu.

Rodrigues: lek, vou te bater - aponta para ele - menino abusado, sério.

Ayla: vamos logo que eu tô sem paciência já, se não for agora, a gente não sai mais - vejo os dois caminharem para ao lado da porta rapidamente.

Saímos de casa e fomos o caminho inteiro com Gustavo de mãos dadas comigo e com Rodrigues, a mesma sensação que eu sentir pela primeira vez em andar de mãos dadas com a Rodrigues é a que eu estou sentindo agora, um frio na barriga.

Gustavo: eu quero salvete de morango - fala antes da gente se aproxima da sorveteria.

Rodrigues: você quer o que? - essa menina ama implicar com ele - salvete?

Gustavo: isso mesmo, namoradinha - senta em uma cadeira que fica ao lado de fora da sorveteria - salvete de morango com cobertura de chotolate.

Rodrigues: acho que aqui não tem isso não - ela não deixa o menino em paz.

Ayla: para de implicar com ele - belisco o seu braço - sabe que o tadinho tem a língua presa - Joyce sempre leva ele no fonoaudiólogo.

Gustavo: ué, mas aqui não é o lugar só salvete, tia? - olha para mim com aqueles olhinhos brilhando.

Ayla: é sim, amor - puxo a Pamela assim que ela pensa em se sentar - a sua namoradinha vai lá pegar o nosso, para ver se ela acaba com essa gracinha.

Rodrigues: tudo eu também - sai resmungando.

[...]

Rodrigues: mas ela me ama mais do que ama você! - implica novamente - isso é óbvio.

Gustavo: é mentira - fala querendo chorar - né, titia?

Ayla: para de ser criança, garota - jogo uma bolinha de guardanapo nela - eu amo só você, príncipe.

Gustavo: eu disse! - fala convencido

Rodrigues: como assim só ele? - pergunta indignada - e eu?

Ayla: você nada, meu coração é só do Gus - beijo a cabeça dele que rir com a boca cheia de " salvete".

Gustavo: eu posso ir no parquinho? - olho na direção em que Gus olha e vejo Helena e torres na praça.

Rodrigues: pode não - eu vou matar essa garota.

OPOSTAS - LÉSBICO Onde histórias criam vida. Descubra agora