30 - mudanças

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AYLA NEVES

Acordo sentindo o meu corpo totalmente relaxado, como se eu tivesse acabado de dormir nas nuvens. Abra os meus olhos aos poucos, só aí noto que não estou dormindo no meu quarto, e sim no quarto da Rodrigues.

Tento levantar da cama com cuidado e escuto a porta do quarto ser aberta com rapidez.

Rodrigues: ainda bem que acordou - adentra o quarto quase em uma corrida com ela mesma - você precisa tomar isso aqui, com isso aqui - coloca uma caixa de remédio ao lado da cama e uma xícara que eu creio que esteja cheia de chá - depois do café você vai tomar... Esse - mostrou uma foto - tá na bancada da cozinha, o nome dele é bem estranho, mas...

Olho em seu rosto e tento entender o que ela está falando, eu literalmente acabei de acordar e ela abriu a porta e falou mil coisas, não tô conseguindo raciocinar direito.

Ayla: ei - chamo sua atenção - calma, eu acabei de acordar e não tô estendendo quase nada - me espreguiço na cama - que horas são?

Rodrigues: oito da manhã - fala mais calma.

Ayla: nossa, eu dormir bem pouco e já acordei bem, estranho - lembro que cheguei do hospital as sete e meia.

Rodrigues: você dormiu durante vinte e quatro horas - olho rápido para ela - você dormiu ontem pela manhã.

Ayla: oi? - só para ter certeza do que eu escutei - é impossível dormir tanto assim.

Rodrigues: você estava bem cansada e tomou medicamento na veia lá no hospital, o doutor disse que era normal dormir tanto por conta de tantos medicamentos.

Ayla: que bizarro, eu perdi um dia inteiro da minha vida só dormindo - olho para o teto refletindo sobre - dormiu na minha cama? - volto a olhar para ela que assim que faço a pergunta desvia o olhar para o chão.

Rodrigues: claro, acha mesmo que eu ia dormir no sofá para acordar toda quebrada? - que grossa - eu vou precisar sair um pouco, mas o seu tá carregado, qualquer coisa é só ligar, mas se não quiser ligar eu vou agradecer.

Ayla: prefiro ligar para o Bolsonaro do que para você - forço um sorriso.

Rodrigues: eca - faz cara de nojo e sai do quarto.

Levanto da casa agora poucos sentindo uma leve tortura, provavelmente por eu ter passado mais de um dia sem comer. Pego minhas coisas e vou até o banheiro para tomar um banho.

Assim que sair do banho, escuto vozes me chamando no andar de baixo da casa, pela gritaria, nem precisa se esforçar muito para saber que é May.

Ayla: mona, você não tem casa não? - desço as escadas e vou até a sala.

Mayara: eu tenho culpa se sua mulher liga para mim as cinco da manhã?

Ayla: minha mesmo não - eu em - o que ela queria?

Mayara: preocupação, amiga - a gente vai em direção a cozinha - ela foi pra na casa do tio dela, parece que vai trabalhar de novo, mas obviamente não queria deixar você sozinha e ligou para mim... Calma ai - pegou o seu celular do bolso que estava tocando - e por falar no diabo....

Deixei ela falando no celular e fui até a geladeira, assim que eu abro me deparo com um bilhete.

" Pode sair daqui, tem sopa na panela e é ela que você vai comer. Se eu sonhar que você comeu algum tipo de besteira eu arranco o seu mega, bjs."

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