2 - ECOS DO PASSADO

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Pov'Electra

Após ler o que minha avó escreveu na carta e ver que dentro da caixinha estava a chave de sua antiga casa, eu decidi pegar minhas coisas e fazer minhas malas, eu estava determinada a começar de novo, a sentir algo mais uma vez. Em seguida, vou até meu carro para guardar minha bagagem e partir para a casa dela.

Pov'Murilo
Eu estava terminando uma de minhas esculturas em mármore até que percebi o reflexo da luz do sol entrando na minha oficina, misturando os tons, amarelo e laranja, que estava refletindo dentro Do ateliê. E começo a prestar atenção nos sons dos pássaros e no vento do lado de fora. Foi a melhor coisa que fiz, me afastar da cidade grande, onde o barulho e os sons me sufocavam. E me instalar em 'Preivlille' me fez ter outros sentidos e emoções na vida. O tanto que eu era solitário na cidade, vivia somente em casa com minhas telas em branco que projetavam meus sonhos vazios. Aqui era diferente, mesmo mão sentindo o mesmo peso do vazio, sinto ainda que faltava algo, que nem nas minhas melhores esculturas eu podia expressar.

Narrador;
Enquanto isso, Electra chegava até na antiga casa de sua avó, naquele refúgio que esperava ser a sua salvação. A cidade grande tinha sido um turbilhão de emoções e desilusões; O golpe da traição no dia do seu aniversário ainda ecoava em sua mente como um pesadelo constante. Com uma nova perspectiva para a vida , ela se despedia da mulher que costumava ser e abraçava essa nova fase de descoberta.
A casa da avó estava repleta de memórias: móveis antigos cobertos de poeira, fotos amareladas nas paredes e o cheiro doce das flores do jardim que a avó cultivava com tanto carinho. Electra sorriu ao entrar no pequeno cômodo que seria seu refúgio temporário. Ali, ela poderia se reinventar longe dos olhares críticos da cidade.

Logo depois de uma longa viagem já em uma manhã ensolarada, enquanto explorava os arredores da casa, Electra decidiu dar uma volta pela vizinhança. O som do rio correndo e o canto dos pássaros eram como uma sinfonia para seus ouvidos cansados.
Porém, ao se aventurar pela rua de terra que levava ela à um caminho sem fim, ela se deparou com o que poderia ser considerado seu destino: Murilo.

Ele estava lá, concentrado em sua escultura ao ar livre, completamente alheio ao mundo ao seu redor. A visão do homem à sua frente fez o coração de Electra disparar, ele era tudo o que nunca imaginara encontrar naquele lugar isolado. Mas ao perceber a presença dela, Murilo levantou a cabeça e os olhares se cruzaram. O que deveria ser um momento mágico rapidamente se transformou em tensão pura.

— "Você está atrapalhando meu trabalho,"- Murilo disse com uma expressão fechada.

Electra arqueou a sobrancelha, surpresa pela rudeza. —"Desculpe por interromper sua... arte." -respondeu com sarcasmo.—"Mas não sou eu quem está no meio do nada esculpindo barro."

A troca de palavras foi como um estalo no ar; O ódio instantâneo entre eles era palpável. Ambos tinham suas próprias feridas e desilusões, mas ali estavam prontos para se confrontar nas pequenas provocações que poderiam acender uma chama inesperada.

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