28 - ECOS DO PASSADO

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Pov'Diana
Chegando em casa, pego a chave e a giro na fechadura com um som mais alto do que o normal. A minha casa estava com um silêncio anormal, mas estava sentindo que tinha algo pra acontecer.
Vou até o quarto de minha mãe e a vejo sentada no chão perto de uma bagunça de papéis.

Mãe, o que aconteceu?”- pergunto preocupada me aproximando.

Nada... Não aconteceu nada.”- ela rebate.

Não? Tem certeza? Então porque você saiu do restaurante daquele jeito?”- insisti na conversa.

O que você quer saber hein? Já não basta seu pai aparecer na minha vida...”- ela se cala após perceber o que disse.

E aquela revelação chegou como uma bomba sobre mim. Meus olhos arregalaram. Eu não conseguia acreditar no que minha mãe tinha dito.

O que você disse?- perguntei desacreditada

É, é isso que você ouviu... um dia você ia saber mesmo o Murilo é o seu pai Diana

A única coisa que eu sentia era raiva, uma raiva que eu nem sabia medir.

Então você achou melhor me esconder por todo esse tempo”- altero minha voz.–Como você pode fazer isso comigo

– “Eu sei que foi errado, mas eu precisava... isso não muda...”- interrompi antes da minha mãe terminar a frase.

Errado? Foi péssimo! Nada justifica você mentir para querer se safar.- rebato.
Você pode ter me tido sozinha... só que nunca me deu uma família de verdade... nunca me criou... EU... EU ME CRIEI SOZINHA”- fico nervosa e grito
Você é egoísta Electra... realmente só pensa em você mesma, fez tudo isso pra quê?”.

– “Eu trabalhei duro pra dar tudo pra você”- Electra se explica.- E quer saber talvez eu seja egoísta mesmo, por querer o melhor pra mim sendo que nunca tive isso, eu engano as pessoas... talvez esse seja meu problema ao invés de ter você eu poderia ter cuidado de mim primeiro.

Tem certeza, mãe? Você está se ouvindo? Eu só queria a sua atenção... O que eu mais precisei eu nunca recebi...”- lágrimas começam a rolar do meu rosto.
Eu não preciso mais de você... aliás eu nunca precisei né. Eu vou dar um jeito de me virar como eu sempre fiz”- explico

E sem esperar por uma resposta de minha mãe, eu peguei minhas coisas e sai batendo porta com força. E por lá minha mãe ficou... Sozinha. Dava pra ouvir da rua seu surto destruindo os objetos de casa.

NÃO! NÃO ERA PRA SER ASSIM, QUE ÓDIO!”- lamentava Electra em gritos desesperados.

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