Liberte-o e se confunda

645 52 40
                                    

Stanford Pines havia passado dias trabalhando no dispositivo que criara para manter Bill Cipher afastado. O cristal mágico, cercado por barreiras de proteção e feitiçarias, parecia ter cumprido seu propósito. No entanto, uma parte de Stanford não conseguia ignorar a tensão que ele sentia em relação a Bill. Ele estava começando a se dar conta de que, mesmo com suas tentativas de manter Bill longe, havia algo mais profundo em jogo.

Havia uma parte de Ford que, apesar de sua determinação, queria ver Bill novamente. Ele lutava contra isso, mas, no fundo, sentia que a presença de Bill, com suas provocações e malícias, tinha se tornado uma parte inseparável de sua vida.

Foi com um misto de desespero que Stanford decidiu fazer algo arriscado. Ele sabia que o dispositivo estava funcionando, mas, secretamente, decidiu reverter a configuração do cristal, permitindo uma pequena brecha na proteção. A decisão foi tomada com relutância, e ele estava convencido de que poderia lidar com as consequências se as coisas saíssem do controle. Afinal, o desejo de confrontar seus próprios sentimentos estava se tornando irresistível.

Com um último ajuste, Ford ativou o dispositivo de forma que o cristal criasse uma abertura mínima, suficiente para permitir que Bill passasse, mas não de forma tão visível. Ele se afastou, o coração batendo acelerado, enquanto esperava para ver se Bill perceberia a mudança.

Horas depois, enquanto Ford revisava documentos no laboratório, uma distorção mágica o alertou para a presença de Bill. O familiar frio e a sensação de caos começaram a se infiltrar no ambiente. Bill apareceu com um brilho triunfante nos olhos, seu sorriso malicioso mais amplo do que nunca.

— Ah, Fordsy, você realmente é cheio de surpresas. — Bill disse, sua voz cheia de divertimento. — Parece que você decidiu me dar uma chance depois de tudo.

Ford se virou, a surpresa e a ansiedade visíveis em seu rosto.

— Como você... Você conseguiu entrar.

— Foi um esforço mínimo. — Bill respondeu, aproximando-se com um olhar de satisfação. — Realmente acha que eu não saberia que você abriu aquela pequena brecha para mim?

Ford tentou manter a compostura, mas a tensão era evidente.

— Eu pensei que, se você não soubesse, poderia...

— Ah, eu sabia. — Bill interrompeu, com um sorriso intrigante. — Eu sabia exatamente o que estava acontecendo. E, devo dizer, a ideia de você lutando contra seus próprios sentimentos é bastante... Divertida.

— Eu não tenho tempo para isso. — Ford disse, sua voz tensa. — Eu fiz isso porque-

— Porque você está lutando contra algo que não quer admitir. — Bill completou, interrompendo Ford novamente. — Eu entendo. É difícil lidar com emoções complicadas, especialmente quando se está tentando se proteger de algo, ou alguém que provoca uma reação tão forte.

A tensão entre eles estava palpável. Bill continuava a se aproximar, e Stanford sentia sua determinação começando a vacilar.

— Você não tem ideia do que está falando.

— Ah, mas eu tenho. — Bill disse, com um tom sedutor. — Eu sou muito mais perceptivo do que você gostaria de acreditar. E, sinceramente, eu gosto de ver você se contorcendo assim. A resistência só torna tudo mais emocionante.

Ford tentou se afastar, mas Bill estava sempre um passo mais perto, seus olhos fixos nos dele com uma intensidade quase esmagadora.

— Eu apenas... Preciso manter a distância.

— Mas você não consegue. — Bill provocou, seu tom carregado de um prazer quase cruel. — Você me deu uma abertura, e eu vou aproveitar cada segundo disso. A maneira como você se esforça para me evitar, enquanto, no fundo, eu sei que há algo mais. Isso é o que torna tudo tão interessante.

Ford sentiu um turbilhão de emoções conflitantes. Ele estava começando a aceitar que a presença de Bill e suas provocações estavam afetando-o mais do que ele gostaria de admitir. A tensão entre eles estava se tornando quase física, e Bill sabia exatamente como intensificar a situação.

— Eu só quero que você vá embora.— Ford disse, tentando manter a voz firme. — Não há nada para você aqui.

— Mas é exatamente isso que torna tudo tão divertido. — Bill respondeu, com um sorriso triunfante. — A forma como você tenta me afastar, enquanto, no fundo, eu sei que você está lutando contra seus próprios sentimentos. E, acredite, isso só me faz querer te provocar ainda mais.

A proximidade de Bill era quase opressiva, e Ford se viu lutando contra a atração e a tensão crescente. O ambiente ao redor deles parecia se moldar para amplificar a intensidade do momento. Ford sabia que não podia continuar assim, mas a presença constante de Bill estava criando uma batalha interna que ele não sabia como vencer.

Bill finalmente se afastou, seu olhar cheio de um misto de satisfação e provocação.

— Você pode tentar o quanto quiser, Fordsy, mas eu vou sempre estar aqui para lembrar você do que realmente sente. E, se precisar de mais... Distrações, você sabe onde me encontrar.

Com isso, Bill desapareceu em uma nuvem de energia, deixando Stanford sozinho no laboratório, a mente girando com as emoções conflitantes. Ele sabia que havia libertado Bill de forma intencional, mesmo que hesitante, e a revelação de que Bill sabia exatamente o que estava acontecendo apenas intensificou seus sentimentos.

Ford se sentou, exausto e confuso, tentando processar a complexidade da situação. A presença de Bill, suas provocações e o flerte constante, estavam agora parte de sua vida, e ele sabia que a luta para lidar com isso estava longe de acabar. Ele precisava encontrar uma maneira de confrontar não apenas Bill, mas também seus próprios sentimentos e a tensão crescente que agora fazia parte de sua realidade.

One Last Kiss - Billford Onde histórias criam vida. Descubra agora