Vida de cão

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Ford acordou com um barulho vindo da cozinha. Ele desceu as escadas com uma mistura de curiosidade e apreensão, apenas para encontrar Bill tentando cozinhar—ou algo que se aproximava disso. Haviam ovos espalhados por todo o balcão, uma panela em chamas no fogão, e Bill, com um avental amarrado de forma torta, tentava entender como funcionava o micro-ondas.

Ford olhou para o caos e suspirou.

— Bill, o que você está fazendo?

Bill se virou, um sorriso travesso no rosto.

— Ah, bom dia, Fordsy! Decidi ser um humano exemplar e preparar um café da manhã para nós dois! Como estou me saindo?

Ford olhou para a bagunça e depois de volta para Bill.

— Você está tentando incendiar a cabana?

— Mas que exagero! São apenas ovos e... Bem, algo mais que eu não consegui identificar ainda. — Bill respondeu, dando de ombros. Ele então se aproximou de Ford, encurtando a distância entre os dois. — Mas, se você preferir, posso apimentar as coisas de outra forma. — Ele sussurrou, o tom carregado de segundas intenções.

Ford, embora tenha sentido o coração acelerar, revirou os olhos.

— Isso não vai funcionar comigo, Bill. E, por favor, afaste essa panela antes que a cozinha inteira pegue fogo.

Bill bufou, mas obedeceu, desligando o fogão.

— Humano ou demônio, você é sempre tão difícil, Stanford. Talvez seja por isso que eu goste tanto de você.

Depois de um desastroso café da manhã que terminou com Ford ordenando comida pelo telefone, Bill decidiu que precisava "explorar" mais sobre a vida humana, o que para ele significava dar um passeio pela cidade de Gravity Falls. Ford, receoso com o que poderia acontecer, decidiu acompanhá-lo.

Enquanto caminhavam pela cidade, Bill não perdia uma oportunidade de flertar. Eles passaram por uma banca de flores, e Bill pegou uma rosa vermelha, oferecendo-a a Ford com um sorriso que só ele conseguia fazer parecer tanto charmoso quanto malicioso.

— Para você, Fordsy. Uma pequena lembrança da minha consideração.

Ford hesitou, mas pegou a rosa, sentindo-se estranhamente lisonjeado, mesmo sabendo que havia algo mais nas intenções de Bill.

— Você realmente não consegue ser sério nem por um segundo, não é?

Bill piscou para ele.

— Depende do que você considera "sério"

Em uma tentativa de socializar com os habitantes, Bill tentou conversar com alguns moradores da cidade, mas sua abordagem usual - sarcasmo, cinismo e manipulação - não foi exatamente bem recebida.

Após uma interação particularmente desastrosa com Manly Dan onde Bill o chamou de "pão com molho" após ele não entender uma piada complexa. Bill acabou aprendendo um palavrão que o lenhador disse com muita raiva, felizmente Bill saiu de lá antes de Manly Dan terminar de socar a máquina de Arcade.

— Eu gosto do jeito como os humanos expressam a frustração. É... interessante.

Quando eles voltaram para a cabana, Bill, animado com sua nova aquisição vocabular, decidiu testar suas habilidades linguísticas na frente de Ford.

Ford estava no laboratório, organizando alguns documentos, quando Bill entrou, ainda com o avental torto.

— O dia de hoje foi merda pra caralho!

Ford parou o que estava fazendo, os olhos se arregalando em choque.

— Bill!

Bill riu, visivelmente satisfeito com a reação de Ford.

One Last Kiss - Billford Onde histórias criam vida. Descubra agora