Ora, ora, querido

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Dias após o incidente em Las Vegas, Stanford Pines se encontrava de volta à cabana do mistério, tentando retomar sua rotina e colocar seus pensamentos em ordem. Porém, o impacto de sua recente "aventura" com Bill Cipher ainda pairava sobre ele. O anel em sua gaveta era uma lembrança física e incômoda do que havia acontecido, mas também uma ligação inquebrável com aquele demônio irritante.

Ford estava explorando as propriedades de uma substância misteriosa que ele acreditava ter vindo de uma dimensão paralela. A substância parecia inerte, mas ao ser submetida a um campo eletromagnético, começou a reagir de maneiras que Ford não havia previsto. Pulsos de energia começaram a emanar do dispositivo, e antes que ele pudesse desligá-lo, uma explosão de luz preencheu o laboratório. Quando a luz desapareceu, Ford se viu em um lugar completamente diferente.

Era uma prisão de pedra, com muros altos e úmidos, e uma escuridão opressiva que parecia absorver qualquer luz ao seu redor. Ele reconheceu o ambiente imediatamente, ele estava em algum tipo de dimensão intersticial, um lugar entre mundos, provavelmente causado pelo experimento que deu errado.

Mas ele não estava sozinho.

Bill estava ali também, materializando-se em sua forma humana com uma expressão que misturava curiosidade e diversão.

— Ora, ora, querido. — Ele disse, olhando ao redor com um sorriso. — Parece que você conseguiu nos prender em um de seus brinquedinhos dimensionais.

Ford ficou instantaneamente alerta.

— O que você está fazendo aqui, Bill?

— Eu poderia te perguntar o mesmo. — Bill respondeu, cruzando os braços. — Mas vou poupar o nosso tempo e presumir que você não tem a mínima ideia.

Ford não queria admitir, mas Bill estava certo. Ele não sabia como eles haviam chegado ali, nem como sair. Mas uma coisa era certa: ele precisava sair, e rápido.

Bill, por outro lado, parecia tranquilo, como se estivesse completamente no controle da situação. E talvez estivesse.

— Só queria checar se ainda estava usando o anel...

Ford o ignorou completamente, ainda tentando esquecer dos ocorridos do outro dia em Vegas.

(...)

O tempo começou a passar, e Ford tentou várias estratégias para encontrar uma saída. Ele estudou as paredes, tentou diferentes abordagens para quebrar a estrutura, até mesmo experimentou algumas fórmulas matemáticas e mágicas em sua mente, mas nada parecia funcionar.

Enquanto isso, Bill observava, fazendo seus comentários sarcásticos e flertando de forma cada vez mais descarada.

— Sabe, querido, você fica muito mais interessante quando está estressado. — Bill comentou, encostado na parede enquanto Ford passava mais uma vez as mãos pelas rachaduras na pedra. — A forma como você morde o lábio inferior enquanto pensa... É fascinante. — Bill o analisou, não deixando de notar também o suor no corpo de Ford, seus cabelos bagunçados, as mangas do suéter arregaçadas...

Ford ignorou, ou pelo menos tentou. Mas estava ficando cada vez mais difícil ignorar Bill quando ele continuava aproximando-se mais e mais, testando os limites da paciência de Ford.

— Você realmente deveria relaxar um pouco. — Bill continuou, sua voz assumindo um tom sedutor. — Estamos aqui há algum tempo e, quem sabe, talvez estejamos destinados a ficar juntos por um bom tempo. Então, por que não aproveitar?

— Porque, — Ford respondeu com os dentes cerrados. — estar preso com você é a última coisa que eu chamaria de aproveitar.

Bill riu, mas havia um brilho perigoso em seus olhos. Ele se afastou da parede e começou a caminhar lentamente em direção a Ford, sua postura mudando, tornando-se mais predatória.

One Last Kiss - Billford Onde histórias criam vida. Descubra agora