Galáxias em apuros

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Após invocar Axolotl, a tempestade ao redor de Bill parece se intensificar, cada gota de chuva mais pesada e cada trovão mais ameaçador. No centro daquele caos, a criatura misteriosa surge, uma forma quase intangível, mas com uma presença esmagadora.

— Eu exijo respostas! — Gritou Bill, agora sentindo o peso de sua frustração o consumir. — Virar humano nunca fez parte do nosso acordo, Axolotl. Você me traiu!

Axolotl, sempre enigmático, flutuava diante dele, inabalável. Sua voz era suave, mas cheia de autoridade.

— Você sempre achou que sabia tudo, Bill Cipher. Mas até os seres mais poderosos precisam aprender a fraqueza para entender o que realmente importa.

Bill estremeceu, tanto pela raiva quanto pela sensação de vulnerabilidade que ele não estava acostumado a sentir.

— Fraqueza? Eu não preciso disso! O que eu preciso é de poder! Poder para controlar tudo... Para garantir que nada saia dos eixos. Inclusive Ford.

Axolotl flutuava, suas palavras começando a se misturar com o som da chuva.

— Você acha que é pelo poder, mas não é, Bill. Você queria proteger Ford, não do mundo, mas de você mesmo.

Essa frase fez Bill hesitar. Ele nunca havia admitido, nem para si mesmo, que seu desejo de poder tinha uma origem tão pessoal. Desde o início, sua obsessão por Ford o consumia. Ele sabia que sua natureza caótica e seu fascínio pelo impossível o levariam a fazer loucuras - e Ford, de alguma forma, era o único que poderia freá-lo.

— Eu nunca precisei ser controlado. — Bill rosnou, sua voz, no entanto, sem a mesma convicção de antes. — Eu sou o caos, eu sou o poder! Eu posso-

— Você destruiria galáxias por ele, não destruiria? — Interrompeu Axolotl, com um tom quase divertido. — A obsessão te cegou, Bill. Era por isso que você veio até mim. Para proteger Ford... De você. Porque sabia que, uma vez que sua obsessão se aprofundasse, nem o multiverso estaria a salvo de sua loucura.

Aquelas palavras atingiram Bill como um soco no estômago. Ele odiava admitir, mas era verdade. Se ele ainda tivesse seus poderes, ele teria ido longe demais. Ele já estava se tornando uma ameaça, não apenas para o mundo, mas para Ford - a única pessoa pela qual ele sentia algo genuíno. E isso o assustava mais do que qualquer outra coisa.

— Eu te transformei em humano, Bill, porque sabia que essa era a única forma de você aprender o que é realmente estar vulnerável. Não é uma questão de poder. É uma questão de controle... E você estava perdendo isso.

Bill, com os punhos cerrados, sentia uma raiva que ele não conseguia mais expressar da mesma forma que quando era um demônio. Estava preso naquela forma humana, limitado, confuso, e... Apaixonado.

— Eu nunca quis isso... Stanford nunca deveria ser um ponto fraco.

Axolotl riu suavemente, uma risada que ecoava como o vento em uma tempestade.

— Mas ele é, e isso não vai mudar. O amor, Bill, é a fraqueza e a força de todas as coisas. E agora, você precisa viver com isso.

Bill respirou fundo, a frustração crescendo. Ele queria gritar, queria explodir, mas estava preso naquele corpo humano, naquela fragilidade. Ele odiava admitir, mas talvez Axolotl estivesse certo. Talvez, pela primeira vez, ele precisasse se controlar - não por si mesmo, mas por Ford.

Axolotl começou a se dissipar, sua forma se esvaindo com a chuva.

— Lembre-se, Bill Cipher, o poder que você procura não é o que você realmente precisa. E não se preocupe, o tempo revelará tudo.

One Last Kiss - Billford Onde histórias criam vida. Descubra agora