O jogo de Las Vegas

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A noite em Las Vegas estava no auge. As luzes vibrantes dos cassinos iluminavam o céu, e o som das máquinas de jogo e das risadas ecoava pelas ruas. Ford havia chegado à cidade com um propósito claro: participar de uma importante conferência científica que prometia reunir as mentes mais brilhantes do mundo. Ele estava ansioso para discutir suas teorias sobre física quântica e interdimensionalidade, mas não conseguia ignorar a sensação inquietante de que alguém o estava observando.

Enquanto caminhava pelo saguão do hotel, Ford sentiu um arrepio familiar percorrer sua espinha. Ele parou por um momento, analisando os arredores, antes de avistar uma figura que ele conhecia bem, mesmo antes de vê-lo de fato.

— Você realmente não consegue ficar longe, não é? — Ford murmurou para si mesmo, sabendo muito bem quem estava se aproximando.

Bill Cipher, em sua forma humana, apareceu ao lado dele, vestindo um terno preto impecável que contrastava com seu sorriso travesso e olhar predatório.

— Ora, ora, Fordsy, o que você esperava? Las Vegas é um playground perfeito para mim. A cidade das tentações, das apostas... E, claro, dos encontros inesperados

Ford estreitou os olhos, desconfiado.

— Estou aqui a trabalho, Bill. Se você veio apenas para me incomodar, sugiro que encontre outra vítima.

Bill deu uma risada leve, um som que parecia ecoar com uma ponta de malícia.

— Trabalho? Vamos, Ford, isso é Vegas! Como você pode resistir ao charme desse lugar? Mas, já que você está tão focado no trabalho, que tal uma pequena aposta? Apenas uma rodada de pôquer.

— Não estou interessado em jogos. — Ford respondeu secamente, tentando evitar a provocação.

— Ah, não seja tão sério! — Bill insistiu, um brilho de desafio em seus olhos. — Vamos fazer o seguinte: se você ganhar, eu deixo você em paz pelo resto da noite, enquanto faz seus negócios. Mas, se eu ganhar, você vai ter que passar a noite comigo.

Ford sabia que qualquer tipo de acordo com Bill era arriscado, mas a perspectiva de se livrar dele por uma noite era tentadora. Ele ponderou por um momento antes de responder.

— Muito bem. Mas saiba que, independente do resultado, isso não muda nada entre nós.

Bill sorriu como um gato que havia acabado de capturar um rato.

— Perfeito. Vamos nos divertir um pouco, então.

Eles se dirigiram para uma das mesas de pôquer do cassino, onde Bill, com sua usual confiança, parecia estar no controle. As cartas foram distribuídas, e o jogo começou. Bill, é claro, não perdeu tempo tentando desestabilizar Ford com seus comentários.

— Sabe, Fordsy, — Bill começou, sua voz suave e insinuante. — você realmente fica... Interessante quando está focado. A forma como sua mente trabalha, sempre procurando por padrões, por lógica... É quase irresistível.

Ford manteve os olhos nas cartas, não deixando que as palavras de Bill o afetassem. Ele sabia que qualquer distração poderia custar caro, e não daria a Bill a satisfação de vê-lo vacilar.

A partida continuou, e Ford jogou de maneira impecável, mantendo seu controle e estratégia. Rodada após rodada, ele desafiou Bill, até que, finalmente, a vitória foi sua.

Bill observou as cartas com uma expressão de surpresa contida, antes de dar um sorriso de lado.

— Parece que o senhor gênio ganhou essa.

Ford levantou-se da mesa, sentindo uma onda de satisfação.

— Agora, vá embora, Bill. Tenho trabalho a fazer.

One Last Kiss - Billford Onde histórias criam vida. Descubra agora