𝟓𝟎. 𝐜𝐡𝐨𝐢𝐜𝐞𝐬

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𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐀𝐂𝐀𝐎 𝐈𝐌𝐏𝐑𝐎𝐕𝐈𝐒𝐀𝐃𝐀 foi tão simples quanto perfeita: um jogo de tabuleiro trouxa que Lily trouxera de casa, espalhado no chão da sala comunal da Grifinória, enquanto as garotas devoravam os doces que Pandora conseguira da cozinha. Marlene mantinha a conversa fluindo, alternando entre fofocas leves e comentários absurdos, arrancando risadas até mesmo de Thalia, que andava preocupada demais com os N.O.M.s para relaxar.

Hydra estava recostada em uma poltrona, observando suas amigas e aproveitando aquele raro momento de tranquilidade. Todas as preocupações delas se esvaiam conforme estava junto das meninas.

Thalia, que até então estava silenciosa, deixou escapar um suspiro dramático antes de falar:

— Espero que eu vá bem nos exames de amanhã, que consiga passar...

Dorcas balançou a cabeça, paciente, e empurrou um pedaço de torta de abóbora na direção de Thalia.

— Thali, você é a última pessoa em Hogwarts que precisa se preocupar com notas.

— Mas, por favor, continue dramatizando. – completou Marlene, tirando sarro da ruiva – É divertido de assistir.

— De verdade, você vai tirar tudo "O" – Pandora disse por cima da fala de Marlene, soando mais confiante. – Não consigo imaginar outra coisa. O Xeno disse que ouviu a McGonagall comentar bem sobre você hoje de tarde, depois que você saiu da prova.

Thalia sorriu levemente, apreciando o encorajamento das amigas, mas antes que pudesse sequer responder, Dorcas mudou o rumo da conversa com um sorriso curioso, virando-se para Pandora.

— Agora é Xeno, Dora? – ela riu, provocando – Como é? Ele já te pediu em namoro ou o quê?

Pandora ficou levemente corada.

— Qual é, todo mundo tem apelidos, certo? Ele é meu amigo, só isso. – a loira desviou o olhar, mas não conseguia esconder o sorriso

— Claro, claro — repetiu Dorcas, arqueando uma sobrancelha de forma exagerada.

— Ser seu amigo inclui te dar flores todos os dias? – Thalia provocou, empurrando de leve o ombro da garota Rosier.

Pandora balançou a cabeça, fingindo indignação, mas sua expressão entregava que ela não estava realmente incomodada.

— Ele só está sendo gentil, ok? Vocês estão vendo coisas onde não existe.

— Certo, porque dar flores é algo que qualquer amigo faria – disse Marlene, com sarcasmo exagerado, arrancando mais risos das outras.

— E se for? É um gesto bonito. Vocês deviam tentar ser tão gentis quanto ele, em vez de implicarem comigo.

O grupo caiu na gargalhada, reconhecendo o talento de Pandora em reverter a situação. Até que Marlene ergueu as mãos em rendição.

— Tudo bem, ponto para você, Dora. Vamos mudar de assunto antes que você nos bata.

Ela olhou ao redor, buscando um novo tópico, e seus olhos pousaram em Hydra, que parecia desconectada da conversa novamente.

— E você, Hydie, como andam as coisas com o Evan? – Marlene perguntou, casualmente, mas com uma pitada de desconfiança no olhar.

A pergunta pairou no ar, e todas as garotas voltaram sua atenção para Hydra. Pandora arqueou uma sobrancelha, e Dorcas trocou um olhar com Marlene, como se quisessem ver até onde Hydra iria com sua resposta.

Era o pior assunto possível. Hydra tentou disfarçar o desconforto, mexendo-se na poltrona e ajeitando a postura.

— Ele é... legal – disse, após uma pausa que deixou claro que ela lutava para encontrar as palavras certas. – Ele é tranquilo, sabe? Acho que é disso que eu preciso agora.

𝐔𝐍𝐁𝐎𝐔𝐍𝐃 ❜ 𝗿𝗲𝗺𝘂𝘀 𝗹𝘂𝗽𝗶𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora