Nossa conexão // Richard Ríos

CAPÍTULO 028

Ariana Cardoso

Richard: Eu fui lá tentar falar com você porque eu agir errado te tratando mal no CT.

Ariana: E eu vim aqui falar com você, porque você viu ele lá mas não sabe de nada.

Richard: Falar o que Ariana? Cê simplesmente tá ficando com outro.

Ariana: Que ficando com outro meo, para disso. - falo alto e ele me olha. - Você não deixa eu falar as coisas e fica falando o que não sabe. - falo já puta. - Eu cheguei ontem e ele tava na porta do meu quarto, não sei como ele descobriu onde eu tava, mas descobriu, e eu não tinha o que fazer. - sento no sofá. - Ele bateu o pé dizendo que não ia sair e eu não podia fazer nada, porque eu tenho medo dele, Yuri é homem, é três vezes maior que eu.

Ele me olhava de braços cruzados.

Ariana: Sair do banho e ele tá a sentado na cama e disse que tinha pedido comida. Eu não comi porque não confio no Yuri, então ele comeu e ficou ali. Não ia procurar briga por causa que ele tá lá, então eu dormir e ele dormiu lá também, mas a gente não fez nada.

Ele me olha.

Ariana: Eu vou embora, nem era pra eu ter vindo aqui. - falo indo até a porta, mas ele segura meu braço e eu faço cara de dor. Ele pegou em cima de onde Yuri tinha apertado.

Richard: O que foi?

Ariana: Nada. - nego rapidamente. - Eu tô indo.

Richard: Pera aí Ari, qual é, não precisa ir embora.

Ariana: Eu quero ir, quero ficar só. - me solto dele e saio indo ao elevador.

Fui pro hotel e me joguei na cama.

Os planos hoje era eu sair, passear por São Paulo, mas a animação foi pra casa da porra.

Peguei meu celular e fiquei em ligação com meu minha mãe pra distrair a mente.
E foi aí que bateu a bad mesmo, porque a saudades só aumentou e chorei horrores quando Kauã apareceu na chamada de vídeo.

Nunca fiquei longe deles assim.

Já são 13h da tarde e eu continuo na cama. Não comi, não fiz nada da faculdade, não fiz absolutamente nada.

Bateram na porta e eu fiquei calada, na intenção de quem fosse que tivesse ali, fosse embora, mas bateram de novo.

Ariana: Quem é? - pergunto sem da muito assunto.

Richard: Abre aqui. - fala e eu reviro os olhos, indo abrir a porta e volto me jogando na cama de novo. - Já comeu?

Richard: Tô sem fome. - olho pra janela do quarto. - E eu quero ficar sozinha Ríos.

Richard: Mas eu não tô afim de ir embora. - fala sentando do meu lado e olha pra minha cara. - Tava chorando por que? - passa a mão no meu rosto.

Ariana: Tô com saudades de casa. - falo já sentindo um nó na garganta e ele me abraça.

O abraço dele foi tão confortante...

Richard: Olha pra mim. - fala pegando no meu queixo. - Foi mal mesmo pelo jeito que te tratei ontem e principalmente por hoje, mandei mal pra caralho.

Ariana: Relaxa. - sorrio fraco.

Richard: Vem, senta pra comer, trouxe comida. - me puxa e eu sento.

Ariana: Eu tô sem fome.

Richard: Tá sem vontade de comer, mas com fome eu sei cê tá. - olho pra ele com tédio. - Tá brava comigo ainda é?

Ariana: Não, Richard, eu tô de boa com você. - cruzo as pernas. - Quero a minha mãe cara. - choramingo.

Richard: Não tem sua mãe, mas tem eu aqui. - me puxa pra cima dele e eu deito a cabeça em seu peito. - Você é bem apegada a sua mãe mas seu irmão né?

Ariana: Eu nasci em Salvador, vir pra cá com 14 anos e meu irmão com 13. Meu pai nunca foi presente na nossa vida, então era sempre eu, Kauã e minha mãe. Só que minha mãe sempre teve que trabalhar pra caralho pra sustentar a gente, já que o outro lá mandava no máximo duzentos reais a cada dois ou três meses, quando ele lembrava. - ele alisa minhas costas. - Desde novinha que eu cuido de Kauã pra minha mãe trabalhar, então ela meio que foi "ausente" na nossa vida, mas não culpo ela, ela tava fazendo o possível e o impossível pra cuidar da gente. Então quando eu comecei o ensino médio, eu conseguir um emprego e aí as coisas foi melhorando.

Richard: E seu pai mora aonde?

Ariana: Acho que tá por Salvador ainda. - dei ombros.