CAPÍTULO 058

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Richard Ríos

Eu estava na concentração desde cedo, tentando manter a calma, mas o nervosismo só aumentava.
A final da Copa América, contra a Argentina, era o tipo de jogo que qualquer jogador sonha em disputar, mas também é o tipo de jogo que pode te assombrar para o resto da vida.

E o pior de tudo? Eu estava longe da Ariana há quase um mês. A saudade dela era uma constante no meu peito, uma dor que eu tentava ignorar, mas que só ficava mais forte com o tempo. Não ter ela por perto me deixava mais ansioso, mais inquieto.

Quando o jogo começou, a tensão estava no ar. Colômbia e Argentina brigando pela posse de bola, o jogo estava equilibrado. As jogadas iam e vinham, o suor escorrendo pelo meu rosto enquanto eu tentava fazer tudo que podia. A gente sabia que seria difícil, mas estava dando nosso máximo. No entanto, por mais que tentássemos, o gol não vinha.

Deu o intervalo, teve o show da Shakira e enquanto estávamos no vestiário, o Néstor Lorenzo estava pegando no nosso pé que deveríamos acordar mais e isso e aquilo.

Voltamos ao jogo mas no final do segundo tempo, quando parecia que a prorrogação seria inevitável, a Argentina marcou. Foi como se o estádio inteiro desmoronasse sobre mim.

O apito final soou, e eu mal conseguia acreditar. O sonho estava acabado. Tudo que eu havia dado nesses jogos, todos os sacrifícios, todas as noites em claro pensando em como melhorar, não foram suficientes. A Argentina levantou a taça, e eu só conseguia sentir um vazio imenso. Era como se o chão tivesse sido tirado debaixo dos meus pés.

Caminhei até o vestiário junto com meus companheiros de time. Ninguém falava nada, o silêncio era pesado, quase sufocante. Cada um estava lidando com a derrota à sua maneira, mas o clima era terrível.

Sentei no meu lugar, de cabeça baixa, e tudo que eu queria naquele momento era ter a Ariana ali comigo. Eu precisava dela, do jeito que ela sempre sabia o que dizer para me acalmar, para me fazer sentir que as coisas iam ficar bem, mesmo quando parecia que não havia esperança. Mas ela não estava ali. Eu estava sozinho, com a dor da derrota e a saudade dela pesando no peito.

Só me restava tentar juntar os pedaços, mas naquele momento, parecia impossível.

Ariana Cardoso

Eu estava sentada no sofá, com o coração na mão, assistindo ao jogo. Desde o início, eu sabia que seria difícil, mas a esperança nunca me deixou. A cada passe, a cada lance, eu via o esforço do Richard em campo. Ele estava dando tudo de si, como sempre fez.
A saudade dele era uma dor constante, mas eu sabia que ele estava lutando por algo maior, por um sonho que ele sempre teve.

Quando a Argentina marcou aquele gol no final do segundo tempo, foi como se o ar tivesse saído da sala. Eu fiquei em choque, olhando para a tela sem acreditar. A câmera focou no Richard, ali no meio-campo, tentando segurar o choro. Aquela imagem cortou meu coração. Eu conhecia ele bem demais, sabia o quanto essa derrota estava pesando nele. Ele tinha se dedicado tanto, dado tudo de si, e agora tinha que lidar com a dor de uma derrota que ele não merecia.

 Ele tinha se dedicado tanto, dado tudo de si, e agora tinha que lidar com a dor de uma derrota que ele não merecia

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Eu queria estar lá com ele, mais do que tudo. Queria poder abraçá-lo, dizer que tudo ficaria bem, que ele fez o melhor que podia. Mas a distância era grande demais, e tudo que eu podia fazer era esperar ele voltar para o hotel pra ligar pra ele.

Mandei mensagem pra ele dizendo que quando ele chegasse no hotel, era pra me falar.
E assim ele fez, me ligou assim que chegou.

Ariana: Oi meu amor! - falo depois de ouvir a respiração pesada dele.

Richard: Amor, eu tô mal...

Respirei fundo, tentando manter minha voz firme.

Ariana: Vida, eu sei que dói. Mas você deu seu melhor, fez tudo que estava ao seu alcance. Não precisa se sentir tão culpado por isso. Eu sei o quanto você trabalhou duro para isso. Você deu o seu melhor.

Ele ficou em silêncio por um momento, e eu podia ouvir o peso da derrota nas palavras dele quando ele começou a falar de novo.

Richard: Eu me dediquei tanto, Ari. E mesmo assim, não foi suficiente.

Eu fechei os olhos, tentando segurar minhas próprias lágrimas.

Ariana: Me escuta. - chamo sua atenção.  - Uma derrota não define quem você é. Você é um jogador incrível, dedicado e muito talentoso. Eu sei o quanto isso dói agora, mas você vai superar isso. E eu estou aqui com você, em cada passo do caminho.

Richard: Eu só... eu queria tanto vencer, caralho, dei minha vida nesse jogo.

Ariana: Eu sei. - respondo. - Mas lembre, os maiores campeões são aqueles que sabem se levantar após uma queda. Vamos enfrentar isso juntos. E não fica se culpando, eu sei que tá aí passando pela minha mente que podia ter feito mais, ter treinado mais e que poderia ter dado mais do que podia de si em campo, mas você não jogou sozinho, amor. Você jogou muito bem, fez o melhor que pôde, e se culpar não vai adiantar nada.

Conversamos por um bom tempo, eu tentando ao máximo consolá-lo, lembrando de todas as vitórias que ele já conquistou, de como ele é forte e resiliente. Eu queria poder tirar toda a dor dele, mas sabia que só o tempo iria ajudar.

No final da conversa, eu disse a ele que o amava, e que estaríamos juntos em breve. Mesmo distante, eu queria que ele sentisse que eu estava com ele, que eu o apoiava, e que nada, nem mesmo essa derrota, mudaria o quanto eu acreditava nele. Desliguei o telefone com o coração apertado, mas com a certeza de que ele sabia que, apesar de tudo, ele nunca estaria sozinho.

Richard volta daqui dois dias e eu não vejo a hora dele estar aqui comigo.

Nossa conexão // Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora