Nossa conexão // Richard Ríos

CAPÍTULO 089

Richard Ríos

Cheguei do treino cansado, mas não era só o cansaço físico que me atingia. O apartamento estava quieto demais, e a ausência de Ariana era como um vazio difícil de explicar.
Era impossível não sentir falta dela, e agora, com o bebê a caminho, parecia que esse sentimento se multiplicava. Mesmo sem ter visto nosso filho ou filha ainda, meu carinho já era enorme, quase palpável.

Depois de tomar um banho quente e deixar a água levar o cansaço, decidi preparar algo para comer.
A rotina seguia, mas a saudade ficava ali, martelando na cabeça.

Fiz uma janta simples e fui comer sentado no sofá. Liguei a TV, tentando distrair a mente. Talvez algum programa ou filme pudesse me ajudar a esquecer a falta que ela me fazia, pelo menos por um tempo.

Só que, no fundo, eu sabia que nada ia amenizar esse sentimento. Fiquei ali por alguns minutos, atento na tela, até que o toque do celular me tirou dos pensamentos.
Sorri ao ver o nome dela no visor. Ariana. A saudade apertou ainda mais o peito, mas ao mesmo tempo, era sempre um alívio ouvi-la.

Richard: Oi, meu amor - falei, tentando esconder um pouco da falta que sentia.

Ela respondeu feliz, mas percebi algo na voz dela, um leve toque de tristeza. Não precisei de muito para notar que algo estava errado.

Richard: O que aconteceu, amor? - perguntei, o coração já apertando.

Ariana suspirou e começou a contar sobre a ida na pizzaria com as tias e as primas.
Quando mencionou o que a prima dela havia dito, sobre ela estar no Rio de Janeiro e eu em São Paulo, insinuando que eu poderia estar com outra pessoa, meu peito esquentou de raiva. Não por Ariana, mas pela maldade nas palavras.

Richard: Amor, me escuta. - interrompi firme, mas suave, querendo que ela entendesse cada palavra. - Eu nunca faria isso com você. Nunca. Eu sou completamente apaixonado por você, Ariana. Não dou a mínima pra essas coisas que falam. Você e o nosso bebê são tudo pra mim. Não fica com essa paranoia na sua cabeça, eu te amo demais, vida.

Ela ficou em silêncio por um momento, e eu imaginei o quanto aquelas palavras tinham mexido com ela. Saber que alguém que devia estar do lado dela havia plantado essas dúvidas... Não era justo.

Richard: Não dá ouvidos pra esse tipo de coisa, tá? - continuei, tentando tranquilizá-la. - Eu te amo. Só você. Sempre foi você e sempre vai ser.

Ariana: Eu também te amo... - murmurou. A voz dela voltou mais suave depois.

Eu sabia que ela ainda estava chateada, mas pelo menos, por agora, esperava que ela soubesse que nada no mundo ia mudar o que eu sentia por ela.

Ariana: É só que, às vezes, essas coisas machucam, sabe? - ela admitiu.

Richard: Eu sei, amor. Mas a gente tá junto nisso, ok? Não importa a distância. Você e o nosso bebê são o meu mundo.

Ariana respirou fundo do outro lado, e naquele momento, mesmo longe, senti que ela estava mais calma. Assim como eu me sentia cada vez mais conectado com ela e o bebê.

Ariana: Achei que sair com elas dessa vez seria diferente, mas acho que foi até pior. - ela rir fraco. - Kauã quase bate na guria.

Richard: Ela é ridícula, isso sim. - falo. - Nem conheço mas não gosto dela.

Ariana: Eu também não. - suspira. - Vou desligar, tá saindo todo mundo da pizzaria.

Richard: Tá bom, mas põe na sua cabeça o que eu falei, tá? Não dá ouvidos pra esses comentários sem nexo.

Ariana: Pode deixar. Te amo, tchau, amor.

Richard: Tchau minha gatinha. - ela desliga e eu fico encarando a TV mas sem prestar atenção no que passava.

Tem parentes que são enviados pelo inimigo né?

Zero senso e ainda coloca coisa na cabeça dos outros, sinceramente...

Depois de um tempo eu fui escovar meus dentes e deitei na cama.
O cheiro de Ariana nesse lençol... não tá escrito.
É até maldade uma coisa dessa.

Fiquei mexendo no celular mas não demorei dormir, tava mó cansadão do treino.