Nossa conexão // Richard Ríos

CAPÍTULO 101

Ariana Cardoso

O sol estava começando a se pôr, e o clima no quintal da casa de festas estava perfeito. Tudo parecia um sonho. As luzes, as decorações, o sorriso de todos ao nosso redor.
Richard e eu estávamos de mãos dadas, prontos para ir para o centro do gramado, onde aconteceria a revelação mais importante das nossas vidas.

Alice, com seu jeito sempre animado, estava no microfone. Ela me olhava com aqueles olhos brilhantes, transbordando empolgação, e eu só conseguia sorrir de volta, tentando controlar as borboletas no estômago. Richard apertou minha mão com força, e eu sabia que ele estava tão nervoso quanto eu. A Alice respirou fundo e começou a ler.

Alice: Queridos papai e mamãe... - ela começou e de imediato senti um nó se formar na minha garganta.

As palavras eram doces, como se viessem diretamente do nosso bebê. Eu senti as lágrimas já começando a querer escapar, mas me forcei a segurar.

Alice: Eu ainda estou aqui, me aconchegando no calor da mamãe, e já posso sentir o quanto sou amado, ou amada. - ela sorrir olhando pra nós dois. - Cada vez que o papai coloca a mão na barriga da mamãe, eu sinto o carinho, o cuidado, e o amor que vocês já têm por mim. Eu ainda não os conheço bem, mas posso ouvir a voz doce da mamãe, que sempre conversa comigo, me acalmando, e a voz animada do papai, que me faz dar pequenos chutes só para que ele saiba que estou aqui, esperando para conhecê-los.

Eu olhei para Richard, e ele já tinha os olhos marejados. Alice continuou lendo, e a cada palavra, eu sentia o coração apertar mais de emoção.

Alice: Sei que, nesses últimos meses, não foi fácil. Houve sustos e preocupações, mas vocês sempre foram fortes, e eu pude sentir toda a proteção e o cuidado de vocês. Obrigado por me manterem segura ou seguro. Estou ansioso/ansiosa para chegar ao mundo e ver os sorrisos de vocês de perto.

Eu já estava chorando, e Richard limpou uma lágrima que desceu pela minha bochecha. O sorriso dele era indescritível, e Alice estava fazendo o possível para segurar as lágrimas também.

Alice: Eu tenho certeza que vamos nos divertir muito juntos, papai e mamãe. Estou prontx para aprender tudo o que vocês quiserem me ensinar, para viver aventuras e ser a razão de muitos sorrisos. Ah, e preparem-se... porque eu tenho a impressão de que serei muito arteiro ou arteira!

Richard: Meu Deus do céu, Alice, lê logo isso sem essas pausas. - fala batendo a perna no chão e todo mundo rir.

Ariana: Calma homem. - aperto a mão dele.

Alice fez uma pausa dramática, o que fez Richard revirar os olhos e eu sabia que o final estava chegando. O coração batia mais forte, e o mundo ao nosso redor parecia parar.

Alice: Agora, papai e mamãe, chegou a hora de eu me apresentar… - olha pra mim e depois pra Richard, que manda ela prosaeguir. - Se preparem, o mundo de vocês agora será azul. - Alice abaixa a mão com o papel. - BEM-VINDO DAVI LUCAS! - grita.

No exato momento em que ela terminou de ler, uma fumaça azul subiu atrás de nós, preenchendo o céu com a cor vibrante. A alegria que explodiu no quintal foi surreal. Todos gritaram ao mesmo tempo, e eu não consegui conter a euforia. Pulei, gritei, e as lágrimas escorreram sem controle. A felicidade era indescritível.

Richard, tão eufórico quanto eu, me agarrou e me tirou do chão, me girando no ar enquanto gritava de felicidade. Ele estava completamente fora de si, e eu não conseguia parar de rir e chorar ao mesmo tempo. O abraço dele era apertado, cheio de amor e emoção, e por um momento, parecia que éramos só nós dois ali, no meio da fumaça azul, celebrando nosso pequeno milagre.

Depois do nosso momento juntos, todos vieram ao nosso encontro, nos abraçando, rindo e chorando junto com a gente. A felicidade era contagiante, e cada abraço trazia ainda mais alegria. Nossa família, os amigos, os jogadores... Todos estavam tão emocionados quanto nós.

Eu não poderia pedir por um momento mais perfeito. Era o início de uma nova fase, e estávamos rodeados pelas pessoas que mais amávamos, celebrando a chegada do nosso filho.

Ainda estávamos em êxtase, tentando absorver a felicidade da revelação, quando, de repente, vejo Kauã se aproximando rapidamente. Antes que eu pudesse sequer perceber o que estava acontecendo, ele já tinha tomado o microfone da mão da Alice, rindo alto e cheio de empolgação.

Kauã: Veiga! Murilo! - ele gritou, com um sorriso travesso. Todo mundo começou a rir instantaneamente, já sabendo o que vinha a seguir. - Cadê vocês?! Apostaram quinhentos reais que era menina, e agora vão ter que pagar! -  ele estava praticamente pulando de alegria, mais animado com a ideia de provocar os meninos do que com o próprio chá revelação.

Veiga, que estava do outro lado do quintal, balançou a cabeça, rindo com aquele jeito descontraído de sempre.

Veiga: Ô moleque... depois a gente se acerta! - ele respondeu, tentando manter a pose, mas obviamente se divertindo com a situação.

Murilo, por sua vez, só riu e levantou as mãos como quem se rende.

Murilo: Tá bom, tá bom, a gente perde essa! - ele disse, fazendo a galera rir ainda mais.

A cena era hilária, e eu não conseguia parar de rir. Veiga e Murilo, com as apostas altas, sendo cobrados pelo meu irmão mais novo, que parecia estar no auge da diversão. Richard também estava rindo, ainda meio sem acreditar na energia que o Kauã estava jogando para o ar. E Kauã, claro, estava aproveitando cada segundo da sua “vitória”, andando pelo quintal com o microfone como se fosse o dono da festa.

Era o tipo de momento que deixava tudo ainda mais leve e divertido. Afinal, não importava quem tinha ganhado ou perdido a aposta. O importante era que estávamos todos juntos, rindo e celebrando a chegada do nosso menininho.