CAPÍTULO 091

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Richard Ríos

O relógio já marcava 23 horas, e a festa ainda seguia animada.
O aniversário de Kauã parecia interminável, com a turma de amigos do garoto ainda tocando músicas e rindo alto enquanto se empanturravam de churrasco.

Eu tô no meio deles, conversando com Kauã e alguns de seus amigos. Ele parecia estar se divertindo, cercado por risadas e histórias, mas meu olhar insistia em procurar Ariana entre as pessoas.

Ela tava sentada um pouco mais afastada, numa cadeira perto da churrasqueira, com um prato de carne assada na mão, tranquilamente comendo e observando o movimento. Alice estava ao lado dela, com certeza falando da vida de todo mundo, mas não demorou ela se levantar e foi falar com outras pessoas. Fiquei observando Ariana por mais alguns minutos, até que percebi que ela já estava com aquele olhar de cansaço. Decidi ir até ela.

Richard: Amor, que tal a gente subir? Acho que já deu pra você, né? - perguntei com um sorriso suave, tentando não invadir seu espaço.

Ela deu uma mordida final na carne e assentiu, os olhos piscando de leve com o sono.

Ariana: Sim, vamos, tô cansada. - levanta da cadeira e eu abraço ela de lado. - Kauã pega leve nesse paredão aí, por favor.

Kauã: Fique de boa. - faz legal pra ela.

Nos despedimos do pessoal, desejando boa noite para todos ali e subimos para o quarto dela.
Quando entramos, ela já começou a tirar a roupa para entrar no banho. Eu a observei, sorrindo para mim antes de entrar no box, e sem pensar muito, decidi entrar junto.

A água quente caía sobre nós dois enquanto nos permitimos ter um momento só nosso.
Ariana relaxava enquanto eu a envolvia com meus braços, deixando beijos no seu ombro e pescoço. Ela retribuía os carinhos, com gestos leves e íntimos. Era como se o mundo lá fora não existisse, só nós dois naquele instante.

Depois do banho, ela vestiu uma roupa confortável e eu apenas coloquei uma bermuda. Ela se jogou na cama primeiro, e logo me deitei ao seu lado. Minha mão automaticamente foi para a barriga dela, o lugar onde nosso bebê crescia, enquanto começamos a conversar baixinho, aproveitando aqueles minutos de paz.

Alice: Ariana? - grita do corredor.

Ariana: Oi amiga. - grita de volta. - Tô no quarto.

Alice: Tá fazendo coisas proibidas para maiores não, né? - eu dou risada.

Ariana: Entra Alice. - diz rindo.

Alice: Vim dar boa noite, já vou pra casa. - fala depois de abrir a porta.

Ariana: Te procurei pra falar contigo mas você sumiu.

Alice: Sai menino, deixa eu da um beijo no meu sobrinho. - me empurra e eu faço cara feia pra ela. - Tchau amor de titia, boa noite viu! - alisa a barriga de Ariana que sorrir vendo a cena.

Ariana: Tchau amiga, boa noite.

Alice: Tchau, boa noite pra vocês.

Ela sai fechando a porta e volto a abraçar minha mulher, que a outra lá bate o pé dizendo que Ariana primeiro é dela, depois minha.

Eu fazia carinho sua barriga suavemente, sentindo uma conexão profunda com tudo que estava acontecendo. Ela me olhava de lado, os olhos cheios de ternura e cansaço.

Richard: E a gente vai arrumar o quarto do nosso bebê quando?

Ariana: Assim que a gente descobrir o sexo. - ela diz e fica pensativa.

Richard: Que foi?

Ariana: Eu sei que a gente meio que mora junto, mas sei lá, fico me sentindo meio intrusa morando no seu apartamento.

Richard: Que isso, vida, a gente é um casal.

Ariana: Eu sei amor, mas é porque eu simplesmente cheguei e já tava morando na sua casa.

Richard: E vai continuar morando. - abraço ela mais forte. - Você sabe que com a gente não tem essa, para de paranoia. - ela suspira. - E eu tava até pensando em a gente se mudar, pegar um apê maior, até pro nosso bebê ter mais espaço.

Ariana: Olha só ele pensando como um pai... - faz graça.

Richard: Claro pô, a gente tem que dar o melhor pro nosso filho ou filha. - ela concorda com a cabeça. - Você topa a gente olhar outro apê depois?

Ariana: Claro que topo.

Continuamos conversando e sem perceber, o silêncio entre nós se instalou, mas não era um silêncio incômodo. Era uma paz compartilhada, a certeza de que estávamos exatamente onde deveríamos estar. O toque na barriga dela foi ficando mais lento, até que, finalmente, ambos caímos no sono, aconchegados um no outro.

Nossa conexão // Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora