CAPÍTULO 063

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Ariana Cardoso

Cheguei ao CT com um nó na garganta. Sabia que hoje poderia ser meu último dia ali, naquele lugar que tanto me acolheu. A ideia de que só voltaria se fosse contratada como fisioterapeuta me deixava ansiosa, mas ao mesmo tempo me enchia de incertezas. Um sonho que está tão perto, mas que parece ainda tão distante.

Eu estava triste, tentando segurar as lágrimas enquanto arrumava minhas coisas.

Parece que foi ontem que entrei nesse CT pela primeira vez, cheia de sonhos e medos. Agora, estou aqui, caminhando pelos corredores, sabendo que talvez essa seja a última vez que vejo tudo isso desse jeito.

Ao entrar, o silêncio parecia mais pesado do que o normal.

Cadê todo mundo? 

Caminhei pelos corredores, sentindo cada passo mais difícil. A saudade antecipada já me apertava o peito.

Entro na minha sala, suspirando profundamente. Começo a organizar algumas coisas que faltavam, guardei uns papéis, arrumei as gavetas, tentando manter a cabeça ocupada para não pensar demais. Mas é difícil. Cada canto daquele lugar guarda uma memória, um momento especial. Não consigo evitar a tristeza que se espalha pelo meu peito.

Deixei as coisas ali em cima da mesa que foi onde pediram pra eu deixar e fui até a sala de fisioterapia, sendo pega de surpresa. Todos os meninos estavam lá, me esperando com um sorriso no rosto. O lugar estava decorado com balões verdes e brancos, e uma faixa dizia: "Estamos torcendo por você, Ariana!".

Fiquei sem palavras, meu coração acelerou e as lágrimas que eu segurava caíram sem que eu pudesse evitar. Eles vieram até mim, um a um, com abraços apertados e palavras de carinho.

Ariana: Gente... o que é isso? - perguntei com a voz embargada.

Veiga: Nem foi embora ainda e já tá fazendo falta pra colocar ordem nas nossas bagunças. - disse com seu jeito brincalhão.

Endrick: Prometo não te deixar em paz até você voltar. - falou como se fosse a promessa mais séria que ele tivesse dito a alguém.

Gómes: Tu já faz parte da família, doutora! - abraço ele sorrindo.

G.Menino: Tá todo mundo na torcida pra você ficar. - ele vem na minha direção e me abraça.

Piquerez, sempre tão cuidadoso, me entregou um presente embrulhado com carinho. Abri, e era um jaleco branco, bordado com meu nome e o símbolo do Palmeiras. Não consegui conter o choro. Aquele gesto significava tanto pra mim.

Ariana: Eu nem sei o que dizer... - murmuro olhando pra cada um deles. - Isso significa muito pra mim.

Sinto uma presença familiar ao meu lado. Viro o rosto e vejo Richard, com um sorriso suave e os olhos brilhando de orgulho. Ele se aproxima e me puxa para um abraço apertado, sussurrando no meu ouvido:

Richard: Eu acredito em você, meu amor. Vai dar tudo certo. - o calor do abraço dele me conforta, e sinto que todas as dúvidas e inseguranças que eu tinha começam a se dissipar.

Ariana: Obrigada... obrigada por estarem comigo. - digo, agora mais forte.

Agradeci a todos, sentindo um calor no peito que só quem é verdadeiramente amado conhece.
Mais do que colegas de trabalho, aqueles jogadores eram meus amigos, meus irmãos, e independentemente do que acontecer, eu já conquistei algo precioso aqui: uma família.

No fundo, me senti mais forte. Seja qual for o próximo passo, sei que vou dar tudo de mim, porque tenho pessoas incríveis torcendo por mim...

Todos do CT se juntaram ali e eu sentir meu coração quentinho.

Comemos alguns dos lanches que os meninos tinham levado e nos divertimos bastante.
Até me distrair um pouco.

Nossa conexão // Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora