CAPÍTULO 049

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Richard Ríos

Fui pra casa com um turbilhão de pensamentos passando pela minha mente. Eu mal tô notando o caminho, minha mente revisava cada palavra da discussão, cada decisão errada que tinha tomado.

[...]

No dia seguinte, fui ao CT ainda me sentindo emocionalmente exausto, mas eu sei que preciso me concentrar no treino. Precisava me distrair, com o futebol.

Piquerez: Qual foi Richard? - chega do meu lado no descanso do treino. - Tá tudo bem?

Richard: Tá. - bebo minha água.

Piquerez: Hum, sei não hein?

Ariana: Veiga, vem na minha sala depois? - a voz dela me chama a atenção.

Veiga: Daqui a pouco chego lá, doutora!

Ela sai e Piquerez me olha.

Piquerez: Brigaram foi?

Richard: Discutimos.

Piquerez: Pô cara, conversem depois, não sei se já fizeram isso, mas se já, conversem de novo. - assinto com a cabeça. - Dá pra perceber a tensão entre vocês.

Voltamos pro treino e quando deu 16h40 Abel liberou a gente.

Passei na floricultura, peguei uns chocolates no mercado e fui pro meu apê. Tomei um banho, peguei as coisas que comprei pra Ariana e fui pro hotel dela.

Bati na porta e ouvir passos leves do outro lado. A porta se abriu lentamente e ela apareceu com uma expressão de surpresa misturada com cansaço.

Richard: Eu sei que isso não apaga o que aconteceu, mas queria te mostrar que estou disposto a fazer o que for preciso para te mostrar que tô arrependido. Eu sinto muito, de verdade. - entrego as flores pra ela.

Ariana olhou pra mim por alguns segundos, e então olhou para as flores, junto com os chocolates.

Ela saiu da minha frente e eu entrei no quarto.

Ariana: Obrigada, pelas flores! - ela sorrir fraco.

Richard: Pô, senta aqui pra a gente conversar. - chamo ela que senta no meio da cama. - Sei que vacilei contigo, já te pedir desculpas e peço de novo, não foi minha intenção te deixar confusa, amor.

Ariana: Eu sei. - ela suspira. - Eu só te peço que se for pra a gente manter um relacionamento, eu preciso que você converse tudo comigo, prefiro saber de você do que por boca de terceiros. - concordo com a cabeça. - Eu tenho traumas, Richard, trauma de relacionamentos, então tudo que parece mínimo pra você, pra mim vai ser mais complicado.

Richard: Vem cá. - ela senta no meu colo e me abraça. - Perdão mesmo nega.

Escuto ela fungar e afasto o rosto dela do meu pescoço, vendo lágrimas em seu rosto.

Richard: Tá chorando por que?

Ariana: Eu tô de TPM, cala a boca. - ela enfia o rosto na curvatura do meu pescoço e eu dou risada, apertando ela no abraço.

Isso também explica muita coisa...

Acho que ficamos uns 20 minutos em silêncio, e eu percebi que Ariana simplesmente dormiu.
Deitei ela na cama e guardei milhões de papéis que tava espalhado por ali.

Coloquei a coberta por cima dela e deitei do seu lado.

[...]

Richard: Amor... - chamo ela. - Vida, acorda.

Ariana: Que foi? - abre os olhos meio atordoada.

Richard: Teu irmão tá te ligando.

Ela senta na cama parecendo tá dormindo ainda e atende o celular, totalmente grogue.

Ariana: Que foi? - põe o telefone no ouvido. - Tava dormindo. É o que? - ela fala mais alto. - Que isso Kauã, tá vacilando é?

Futuco ela querendo saber e ela bate na minha mão mandando eu ficar quieto

Ariana: Como cê quer que eu resolva isso? Olha onde eu tô.

Richard: Bota no viva-voz. - sussurro e ela põe a mão na minha boca.

Ariana: Vou ligar pra ela e conversar pra ver. Mas tu tá muito fudido. - tiro a mão dela da minha boca. - Ela com certeza vai brigar contigo, então escuta e não debate, você tá errado e acabou. E quando você tiver em casa, a gente vai conversar.

Kauã: É nós, Ari. - escuto ele falando e ela desliga o celular.

Richard: O que foi?

Ariana: Deixa de ser fofoqueiro, misericórdia.

Richard: Fala logo amor. - ela rir.

Ariana: A polícia pegou a moto de Kauã e ele ainda levou uns tapa porque tava sem retrovisor, sem placa, rabeta da moto ralada e com três cigarros de maconha.

Richard: Ê moleque miserável. - dou risada.

Ariana: Minha mãe vai matar ele.

Ela liga pra dona Helena que não demora atender.

Ariana: Mãe?

Helena: Oi amor.

Ariana: Tá em casa?

Helena: Tô filha, aconteceu alguma coisa?

Ariana: Me escuta primeiro, tá?

Helena: Que foi Ariana? Tá me deixando preocupada.

Ariana: Kauã tá na delegacia porque a polícia pegou a moto dele e ele ainda tomou uns tapa. - ela fala e dona Helena fica quieta. - A moto toda pela metade e ainda tinha três cigarros de maconha com ele.

Helena: Eu vou MATAR seu irmão. - ela grita e eu dou uma risada abafada. - Porra, Kauã tá me tirando do sério.

Ariana: Só conversa mãe, conversa com ele e deixa ele falar também. Kauã tá na fase que só Deus pela misericórdia. Já falei com ele que ele tá errado e não é pra nem debater com a senhora, mas tenta ver o lado dele de alguma forma.

Helena: Tá bom minha filha, eu vou lá tirar aquela maldição daquela moto e vou conversar com ele.

Ariana: Vai lá.

Helena: Tchau meu amor. - ela desliga.

A gente ficou conversando enquanto ela comia a barra de chocolate que eu tinha levado pra ela.

Nossa conexão // Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora