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A-Qing olhava tão atentamente os coelhos comendo que Jingyi duvidou que ela realmente fosse cega como Wei Wuxian afirmava. Xingchen brigou com o Wei sobre não contar a verdade e ele justificou achando que eles entenderiam que sua cura era capaz de concertar a visão da menina, ja que era poderosa o suficiente para remendar um núcleo quebrado.

Wangji se sentiu meio limitado por não ter ligado esse fato ao ponto certo e Jingyi quase caiu para trás com a noticia.

- A cor peculiar se deve a falta de pigmentação nas linhas de anímico, então a íris continua quase branca mesmo tendo retornado a visão - explicou como se fosse obvio - Meu shishu foi quem ficou encarregado de limpa-las a cada 3 dias para manter a saúde da íris.

- Shishu? - tanto Wangji como Jingyi se viraram para perguntar.

- Ah é! - se lembrou daquilo e riu sem graça, recebendo um olhar furioso de Xingchen.

- Você não explicou nada? 

- Esqueci!! Não me olhe assim, eu nunca mais tinha recebido visitas, o que queria?

- Sinceramente Wei Wuxian!

Ignorando a briguinha dos dois, Sizhui explicou que, apesar da pouca diferença de idade entre os dois, Xingchen era o aluno mais novo de Baoshan e como a imortal também era mestra da senhora Cangse, mãe de Wuxian, ele era seu Shishu.

Uma explicação bem básica, mesmo os dois não se tratando dessa maneira. Na verdade Xingchen tinha mais respeito por Wei Wuxian, por isso se mantinha por perto, apesar de ter sido instruído a buscar abrigo em uma área melhor, num povoado mais tranquilo. 

Além do respeito, o Xiao tinha uma imensa gratidão e faria de tudo para devolver cada gesto de bondade que recebeu. Um desses gesto era ter salvado a filha que ele escolheu criar. A pequena foi encontrada em seus últimos momentos de folego, a vida quase se esvaindo, mas Wuxian deixou claro para ela que, se fosse seu desejo viver, ele a manteria a salvo. E ele vinha cumprindo essa promessa desde então.

- Sandu mandou noticias? - Xingchen olhava para o lado de fora, mas não encontrou nenhum dos mensageiros de Wuxian.

- Aparentemente o dito Jin Guangyao esta vivo, mas preso. Descobriram que ele estava tentando enlouquecer o líder de Qinghe...

- Como descobriram isso? - Song Lan se intrometeu.

Wei Wuxian ponderou por alguns segundos, avaliando se era correto expor Jiang Cheng daquela maneira. Por fim decidiu que era a melhor forma de explicar. Contou sobre o romance as escondidas que ele vinha tendo com Mingjue e como o Nie estava em uma missão longe de casa quando encontrou Guangyao quase morto em uma estrada deserta.

Como na época ainda era dito que Guangshan assassinou o filho por traição e só a cabeça do Jin foi mandada para o recanto das nuvens, desencadeando a ira de Xichen, pouco se sabia sobre a veracidade dos fatos. Mingjue levou Guangyao para casa e o ajudou a se recuperar antes de chamar Xichen para vê-lo, temendo que se o Lan visse o amado machucado, fosse deixa-lo ainda mais louco. 

Guangyao não estava ferido, nem machucado, muito menos prestes a morrer. Fez uso de remissão para se fingir de fraco e quando ninguém olhava, tocava musicas enlouquecedoras para atingir os nervos de Mingjue.

Com Mingjue doente, Jiang Cheng se viu na obrigação de visita-lo mais, porem não avisou quando seriam suas visitas e numa dessas chegadas de surpresa, viu o que aconteceu. Huaisang mandou prender o Jin e Jiang Cheng conseguiu salvar Mingjue, graças as receitas antigas que possuía.

- E Lan Xichen? - não mediu voz, não se importando se Wangji ouvia ou não.

- Ainda sem noticias.

- Por que não mataram logo o Jin Guangyao?

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