No amanhecer do dia que Wuxian afirmou ser o dia da flor desabrochar, Wangji levantou mais cedo de nervosismo e ansiedade, só não imaginava encontrar o próprio Wuxian de pé na varanda olhando para o céu que clareava aos poucos.
- Não vai ganhar nada dormindo pouco - falou baixo.
- Você esta de pé.
- As horas que passo fora, uso pra descansar - justificou.
- Faz mau.
- Eu sei - sibilou calmamente, convidando o outro para se aproximar - Vou precisar que seja sincero, não comigo, com Huīfù shì - anunciou quando o viu ao seu lado. Encarou momentaneamente os olhos dourados com simpatia - Você viu, aquelas paredes tem vida própria, nem sempre ouvem minhas ordens - explicou voltando o olhar para cima - Muitas almas estão presas ali. Almas de minha família. Da seita que meu pai descende. Eles não reconhecem rosto, eles enxergam sua alma, eles saberão se não tiver boas intenções e vão te prender la dentro para sempre. O mal disso é que normalmente isso torna a alma dessa pessoa ressentida e mancha a pureza do lugar... - parou, colocando uma mão no rosto, tapando um olho - Para conseguir algo, a gente sacrifica outro. Eu não fiquei cego, mas odeio tudo que esse olho é capaz de ver. "É um dom". Eu ouvi isso, mas ter tantos espíritos malignos tentando sugar sua energia... Não ser capaz de dormir por que eles invadiam meus sonhos... Eu quase enlouqueci - moveu chengqing em sua cintura - Graças a ele, pude descansar.
- Por isso não usa suibian - constatou entristecido - Wei Ying, se é difícil, não faça - estava preocupado com a saúde do outro.
- Não, não... Eu vou ficar bem. Por isso peço que quando entrar la e ouvir as perguntas, seja sincero. Ouvindo seu coração, eles ajudarão - sorriu para tranquiliza-lo - Eu não ouvirei, por isso não precisa ficar nervoso.
- Tudo bem - baixou o olhar, culpado.
Wuxian queria poder abraça-lo para conforta-lo, mas desde que Wangji o viu pelado, começou a agir distante. Não queria deixa-lo ainda mais desconfortável, por isso ficou quieto.
- Como....? - ponderou se deveria mesmo falar algo, mas criou coragem - Como conheceu o líder Jiang?
- Esta se referindo ao tio Jiang ou ao Cheng?
- Sandu.
- Certo - se divertiu apreciando a novidade de ver Wangji iniciar uma conversa - Desde bebê, eu posso dizer. Meu pai recebeu abrigo em Yunmeng quando saiu da montanha e foi nessa época la que conheceu minha mãe. Eles nos visitavam com regularidade. A frequência era maior quando éramos pequenos, a visita sempre acontecia no verão é claro, mas ele passava os três meses que o sol reinava, não apenas duas semanas. - contou com carinho - Até o ano em que meus pais morreram, ele nunca faltou seu compromisso - a saudade nivelada na voz, era cortante - Depois, diminuiu gradativamente, a madame Yu não queria mais nossa amizade, tio Jiang insistiu, então, ao menos por duas semanas ele vinha - baixou o olhar, dolorido - Sinto falta dele.
- Vocês...?
- Han?
Wangji não conseguiu completar. Sentiu um incomodo enorme ouvindo a dor que era para o outro estar afastado de alguém tão precioso.
- Ele virá em breve - tentou soar cordial, mas sua voz tremeu.
- Não, ele não virá dessa vez e isso dói bastante. É a primeira vez que não o vejo. Não devo ir para Yunmeng tão cedo também. É terrível essa sensação. Meio tosco, certo?
- De forma alguma. Também sinto falta de meu irmão. Gostaria que ele voltasse ao normal.
- Oh, se ele voltar, vai perdoa-lo?
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Convivência
FanfictionWei Wuxian e seu filho voltavam para casa em meio a uma nevasca, quando encontraram dois corpos quase sem vida cobertos de neve. Decidiram leva-los para trata-los e durante a recuperação e convivência, acabaram criando laços muito maiores do que dev...