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Toda a corrida tem uma linha de chegada.
Onde você vai depois de ultrapassar o que mais importa. E às vezes, isso é o mais intrigante.
Aqui na GearShark, nós entrevistamos um monte de pilotos.
Todos eles estão bem familiarizados com a linha de chegada.
E como fãs de corrida, estamos bem familiarizados em aplaudir enquanto eles atravessam essa linha.
O que nós não estamos a par é quem está sentado ao seu lado no banco da frente, vendo para onde eles dirigem uma vez que a corrida termina.
Nossas entrevistas apenas arranham a superfície, oferecendo apenas um vislumbre dos homens e mulheres atrás do volante.
A descoberta do sensacional piloto de Motocross desaparecido Xiao Zhan, que tem estado bem debaixo dos nossos nariz por anos, revela que os segredos abundam.
É hora de cavar mais fundo. Olhar para além da pista para os motoristas que continuam a captar o nosso interesse. Além de termos uma entrevista exclusiva, onde vamos falar de tudo, com o esquivo Xiao Zhan (sua primeira e única desde a morte do seu companheiro eparceiro, o Piloto Matt Lewis), nós acompanhamos também alguns dos homens e mulheres mais populares no mundo das corridas.
Onde eles estão agora? Quem são eles agora? O que essas mercadorias quentes fazem quando escapam dos holofotes?
Rumores de casamentos, bebês e novas tatuagens se espalham pela mídia semanalmente. E apesar de publicarmos a hashtag #Finishline1, estamos longe de terminar. Na verdade, estamos apenas começando.
Esta edição mais recente de GearShark  está repleta com tudo o que você estava morrendo de vontade de saber... e pode ser o nosso maior virar de página até hoje. Confira o artigo completo dentro...

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“Um homem é incompleto até que se case. Depois disso, ele é inteiro. “

 “

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Lan Yibo & Xiao Zhan 
 Todas as coisas sobre se amarrar: Na França, você pode se casar com uma pessoa morta

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Lan Yibo & Xiao Zhan

Todas as coisas sobre se amarrar: Na França, você pode se casar com uma pessoa morta.


CAPÍTULO UM
XIAO ZHAN
Uma vez li em algum lugar que o sofrimento era apenas amor sem outro lugar para ir.
Verdade e mentira.
Verdade, porque dói muito amar algo e perdê-lo. Mas não é verdade, porque mesmo depois que Matt morreu, eu o amava; O meu amor foi para onde ele estava. Com ele.
O amor não está condicionado à morte. Ele a supera. O amor não tem limites.
Portanto, eu ainda amava Matt, mesmo em luto. É verdade, era mais difícil porque o nosso amor se tornou intangível. Eu não podia vê-lo ou tocá-lo... mas ainda sentia.
Isso era o luto. Dar amor a alguém que não estava lá.
Parte de mim ainda amava Matt, e sempre o amaria. Ele foi o meu primeiro amor, o meu primeiro relacionamento. Também era um amigo, meu melhor amigo. Mais tarde, na morte, ele se tornou um professor. Percebi que ele me ensinou a lição mais valiosa que eu jamais aprenderia.
Amor e perda.
Por causa de Matt, eu sabia o que era amar e ser amado. Também sabia como era perder isso. A dor de ser deixado sozinho.
Eu me perguntei o porquê por cinco longos anos. Me castiguei, mergulhei no desespero e na solidão.
A resposta não veio em palavras, mas na forma de um homem.
Quanto mais o conhecia, mais me convencia.
Yibo era a razão. Era o meu porquê.
Eu precisava aprender a amar para poder amá-lo.
Precisava aprender a quebrar, porque ele também estava quebrado.
Sucumbi à solidão apenas para que pudesse realmente apreciar o que não era estar sozinho.
Essas eram as lições mais difíceis que eu sabia que iria aprender. Eu estava com remorsos porque Matt teve que morrer, algo tão extremo e permanente, pois foi essa a única coisa que me levou onde eu estava hoje.
Porém, eu não podia me arrepender.
Me arrepender seria condenar a ligação que eu tinha com  Yibo.
E apesar de amar Matt, sentia falta dele muito mais tempo.
Doía reconhecer que a pessoa que mais me ensinou, o homem que basicamente preparou o caminho para a vida que eu tinha agora, tinha sido o único a ficar com o pior da situação. Queria o melhor para ele, e me envergonhava saber que nunca seria eu quem daria isso a ele.
Sabia agora que o meu infinito não era o Matt, mas o  Yibo.
Matt foi meu primeiro amor, mas Yibo... era o meu maior amor. Ele seria o meu último.
Só esperava que onde quer que Matt estivesse, entendesse, porque eu não podia parar. E sinceramente? Não queria.
A vida é muito frágil para não fazer com que todos os dias contem – outra lição que Matt me ensinou bem.
Nunca pensei que fosse o tipo de casar. Casar era algo que voou pela janela quando percebi que era gay.
Homens gays não se casam. Até recentemente, eles não podiam. O casamento não era assim tão importante – pelo menos não antes.
Um par de olhos castanho-escuros mudou isso. A tatuagem logo acima de onde o seu coração batia provava que eu estava errado.
Casamento era algo que eu pensava muito nesses dias. Não era um pedaço de papel ou um anel ao redor do seu dedo. Era mais. Muito mais.
Era estar ligado irrevogavelmente a outra pessoa.
Uma promessa final.
Era segurança, uma ligação em todos os sentidos humanamente possíveis com outra pessoa.
Eu queria isso. Queria  Yibo de todas as formas possíveis. Queria que ele soubesse que eu sempre estaria aqui, e queria que meu nome estivesse ligado ao dele.
Não tinha ideia do que Yibo pensava sobre o casamento. Nunca perguntei, e ele nunca falou sobre isso.
Acho que teria que descobrir.
Algumas batidas contínuas em rápida sucessão na porta do apartamento me fizeram vomitar. Eu estava muito nervoso, o que era estúpido.
Engolindo mais uma erupção do meu estômago, empurrei de volta os pensamentos e abri a porta. Haiukan estava lá vestido com uma jaqueta de couro, apesar das temperaturas mornas da primavera lá fora.
“O que há de errado?” Perguntou no segundo em que abri a porta.
“Nada,” disse e acenei para ele entrar.
Ele tirou seus óculos de sol e deslizo-os sob o colarinho de sua camisa azul escuro para que eles estivessem fora de suas mãos e entrou no apartamento.
Seus olhos procuraram seu irmão, querendo ter certeza de que tudo estava bem.
“Ele não está,” disse e fechei a porta.
Haiukan virou-se. “Onde ele está?”
“Em uma reunião,” respondi.
“Por que você não está lá?” Questionou.
“Porque não precisava estar.” Limpei a minha garganta. “E, eu, ah, queria falar com você. Sozinho.”
Seus olhos se estreitaram com suspeita. “Por quê?”
O irmão mais velho de  Yibo era um idiota. Não era novidade para mim, e seu constante comportamento e suspeito não me ofendia como costumava me ofender antes.
Entendia a sua natureza extrema e superprotetora quando se tratava de Yibo (e Mian). Eu até o respeitava.
Houve um tempo em que eu duvidava que nós pudessemos nos dar bem. Merda, às vezes ainda duvidava. Mas desde o dia em que corri pela pista para puxar Yibo de uma pilha de metal de carros amassados, as coisas estavam diferentes entre mim e Haiukan.
Mais amigáveis.
Ele me deu as boas-vindas à família naquele dia, e desde então, dava seu apoio com ações. Yibo e eu ficávamos com ele e Mian regularmente, algo que significava muito para Yibo.
Para mim também.
Mian foi a minha primeira e única amiga verdadeira desde que Matt morreu. Os meses que passamos sem nos falarmos realmente tinham magoado. Ter sua amizade de volta junto com a nova de Haiukan me deu o sentido de família de que tinha me privado por tanto tempo.
“Há algo que quero perguntar para você,” disse.
Ele fez um som, algum tipo de concordância, e deu de ombros tirando a jaqueta para jogá-la sobre a parte de trás do sofá. “Você me chamou aqui porque quer me fazer uma pergunta?”
“Não é algo que possa fazer por telefone.”
Ele cruzou os braços sobre o peito e me olhou de uma maneira que provavelmente faria um homem menor mijar em suas calças. Haiukan não me intimidava. Ele nunca o fez, e nunca faria.
Mas, uh, sim... Eu estava ansioso agora.
“Eu sei o quão chegado você é de Yibo.” Comecei. “Ele me disse que você é mais como um pai para ele do que o filho da puta alguma vez foi.”
Os braços de Haiukan caíram. “Ele lhe disse isso?”
Assenti com a cabeça. “Sim. E sinceramente, estou fodidamente grato a você por isso.”
O choque fez os seus olhos muito escuros arregalarem-se. Guardei este olhar para uma memória futura enquanto sufocava um sorriso. Provavelmente não veria aquele olhar em seu rosto novamente.
Minha voz caiu. “Acho que você foi a única coisa que ficou entre Yibo e o colapso total há alguns anos.”
“Até que você apareceu,” respondeu, com voz rouca.
“Obrigado por tudo o que você fez por ele, por tudo o que faz. Sei que você já sabe o quanto ele o aprecia, mas agora sabe o quanto eu também o agradeço.”
“Ele é a minha família,” disse, como se isso justificasse tudo.
Dei um meio sorriso.
“Por mais tocante que isso seja...” Haiukan me estudou. “Por que tenho a sensação de que você quer algo?”
“Porque eu quero.” Respirei fundo. “Eu quero  Yibo.”
Ele fez um som. “Tenho certeza de que já conseguiu isso.”
Abanei a minha cabeça uma vez. “Quero me casar com ele.”
Haiukan se sacudiu como se alguém jogasse um balde de água gelada sobre sua cabeça. “Você quer o quê”?
“Vou pedir a Yibo para se casar comigo, mas antes de fazer gostaria da sua permissão.”
Ele engoliu em seco como se tivesse algo irregular na garganta. Então, sem dizer uma palavra, entrou na cozinha e tirou uma cerveja da geladeira. Deu um grande gole na garrafa e então, olhou para mim. “Se eu disser não?”
“Vou perguntar a ele de qualquer maneira, mas nós dois sabemos o quanto isso significaria para ele se você nos desse a sua bênção.”
“Vocês não estão juntos há muito tempo.” Apontou.
“E então?”
“Então por que a pressa?”
“Não estou apressando nada. Só sei o que quero.”
“Conhece bem o meu irmão?”
Inclinei minha cabeça. “Você pergunta como se achasse que eu não o conheço bem o suficiente.”
“Ele passou por muita coisa. Quero ter certeza de que você entende isso.”
Cortei o rumo da conversa. “Sei sobre o estupro. E tudo o que seu pai fez com ele.”
Ele respirou fundo. “Ele disse a você que foi estuprado?”
Assenti, um pouco surpreso com a maneira como ele perguntou.
“Com essas palavras?”
“Sim.”
“Ele nunca me disse isso,” murmurou Haiukan.
“Eu sei. É difícil para ele. Especialmente dizer algo que ele sente que o torna tão fraco para alguém que pensa ser invencível.”
“Eu não sou,” murmurou, tomando outro gole de cerveja.
“Para ele você é.”
“Ele te disse, no entanto.”
“Ele tinha que me dizer. Eu não estava lá. Não o vi da maneira que você viu. Ele não queria dizer isso a você, mas nunca teve que dizer porque você já sabia.”
“Foi a pior noite da minha vida,” ecoou Haiukan, sua voz assombrada. Ele olhou para o outro lado da sala como se estivesse revivendo aquela noite.
Estremeci porque, embora não estive lá, fiquei assombrado por ele também. Não podia imaginar o que era ter visto isso.
“Se isso torna mais fácil...” eu disse, tentando suavizar o golpe de que Yibo realmente disse as palavras para mim e não para ele. “É mais fácil dizer a alguém como você está machucado se a pessoa a quem você está dizendo é igualmente machucada.”
Era inacreditável, na verdade. Aqui estava eu, tentando suavizar um golpe recebido por alguém que uma vez me odiou, alguém de quem não gostava em determinado tempo.
Não só isso, mas estava pedindo sua bênção.
Haiukan virou-se, recostando-se contra o balcão, segurando a cerveja pelo gargalo, ao seu lado. Toda sua atenção se concentrou em mim. “O que acontece quando o seu passado voltar para mordê-lo?”
“Meu passado não pode me morder.” Já o fez.
“Tem certeza disso, Xiao Zhan?”
O meu estômago deu uma guinada e meu coração acelerou. Não era que me importasse que ele soubesse sobre Matt e quem eu costumava ser; Só não estava acostumado a falar sobre isso com as pessoas. Pessoas que não eram Yibo.
“Mian lhe falou sobre mim?” Perguntei, baixo.
Ele fez um barulho rude. “Não. Nunca pedi para ela. Nunca a colocaria nessa posição. Presumo que o que ela sabe foi dito a ela como um segredo.”
Era mais por necessidade. Tanto ela quanto Gamble sabiam sobre Matt e minha antiga carreira. Mas ainda era segredo. Eu o respeitava por isso, por não esperar que a mulher que ele amava confessasse tudo só porque ele queria isso.
Comecei a sorrir, e ele fez um movimento cortando o ar. “Não faça uma imagem toda bonitinha em sua cabeça. “ Ele se queixou. “Se eu tivesse pensado por um segundo que você estava com alguma merda de 50 tons com o meu irmão ou fosse desagradável, teria feito ela me dizer. Achei que se ela não disse nada é porque não machucaria  Yibo.”
“Então, como você sabe?” Perguntei, porque Haiukan sabia tudo. Poderia dizer apenas pela maneira como ele disse o meu nome.
“Contratei um investigador particular.”
Fiz um som. “Pensei que você disse que não pensava que eu estava em nenhuma merda de 50 tons.”
Ele sorriu, mostrando todos os dentes. “Mesmo assim nunca deixaria o meu irmão viver com alguém de quem não sabia nada.”
“Há quanto tempo você sabe?”
Ele sorriu de novo. “Quase desde o início.”
Senti meus olhos se ampliarem.
Haiukan riu. “No segundo em que vi meu irmão retornar um desses olhares apaixonados, vendo os olhares que lançavam um ao outro na pista meses e meses atrás, fiz uma ligação.”
“Então, você sabe sobre Matt.”
Ele assentiu. “E que você era o inferno em duas rodas.”
Meus lábios se curvaram para cima. “Algo parecido.”
“Estou pensando que a morte de Matt não foi um acidente,” murmurou.
“Você poderia estar certo.”
Ele digeriu isso. “O que acontecerá quando a imprensa descobrir quem você é?”
“Eles não descobriram até agora.”
Ele inclinou a garrafa novamente, drenando o resto, e então olhou para mim. “Você e eu sabemos que eles ficaram muito mais curiosos desde que meu irmão apareceu na GearShark e disse que ele estava em um relacionamento com você.”
“Vou lidar com isso,” disse, rígido.
“Desaparecer pode ter funcionado da última vez, mas desta vez você não pode fazer isso.”
“Eu sei,” disse, rude. “Nunca faria isso a seu irmão.”
“Espero que não, porque isso o mataria.” Sua língua correu sobre os dentes da frente.
“E então, mataria você.”
Ele nem sequer disse isso como uma ameaça; Era apenas a sua maneira de ser.
Haiukan me mataria. Não havia nenhuma dúvida em minha mente.
“Eu sei que a minha identidade vai ser conhecida, e quando isso acontecer, vai ser uma tempestade de merda na mídia. Yibo também sabe disso. Contei tudo a ele.”
Ele me estudou por um longo momento. Isso meio que me deixou desconfortável porque Haiukan era muito difícil de ler. Você nunca sabia o que o cara estava pensando.
“Você já fez sexo com meu irmão?”
Vê o que eu quero dizer?
“Que tipo de pergunta é essa?” Rosnei.
“Uma pergunta honesta,” refutou Haiukan.
Afastei-me da ilha onde estava e caminhei para longe. “Não vou falar sobre minha vida sexual com você.”
“Não quero ter essa conversa também. Não quero pensar nisso.” Ele parecia horrorizado, mas continuou. “Mas você ligou. Você quer minha bênção? Responda à maldita pergunta.”
Fui até o refrigerador para obter uma cerveja para mim. Olhei para fora, pela janela sobre a pia da cozinha enquanto bebia uns goles de cerveja. Precisava de algo mais forte para ter esta conversa.
“Sim,” disse, firme.
Não virei para olhar em seu rosto quando respondi. Não queria ver sua reação.
“E ele está... bem?”
Um pouco da sensação estranha deixou o ar. Soltei a respiração que estava segurando. Entendi por que ele estava perguntando. Quando alguém tinha sido abusado do jeito que Yibo foi, não era incomum pensar que eles poderiam ter certos, ah, problemas no quarto.
Me virei. “Ele está bem. Eu juro. Nunca faria nada que pudesse machucá-lo.”
“Vocês dois têm um passado difícil, não estão juntos há muito tempo... Por que você quer casar com ele?”
Droga. Esse cara era como um maldito detetive. Pensei em falar com ele sobre o casamento, então ele faria algumas ameaças, e por fim apertaria minha mão. Não esperava tudo isso.
Talvez devesse ter ignorado esse encontro e ter ido direto para Yibo com um anel.
Será que os caras propõem a outros caras com anéis?
Oh meu Deus, nem sabia como propor.
Isto seria um completo desastre.
Haiukan estalou os dedos para mim.
Pisquei e olhei para cima. “Eu o amo,” respondi simplesmente.
“Sim.” Liu concordou. “Posso ver isso.”
“Não é só isso, no entanto.” Minha resposta de três palavras era suficiente, mas ainda continuei. “Quero lhe dar essa segurança. Quero dar a ele um lugar onde ele realmente pertence, sabe? Quero que tenha o meu nome. Quero estar legalmente ligado a ele, então se...” Limpei minha garganta. “Se alguma coisa me acontecer, tudo o que tenho vai para ele sem lutas.”
“E tudo que ele tem vai para você...” Ele supôs.
Sacudi e corri para invadir o seu espaço. “Não fale assim, porra,” resmunguei. “Ele não vai a lugar nenhum.”
Deus, o medo que eu tinha sobre ele morrer era muito real. Era a minha maior fraqueza.
Coloquei o meu dedo no centro do peito de Haiukan. “Não quero nada dele, nem o seu dinheiro nem os seus carros. Vou assinar um contrato que diga isso. Não importa de qualquer maneira, porque se ele morrer, o seguirei.”
Os olhos de Haiukan brilharam. Ele sabia exatamente o que eu queria dizer. Sabia que eu estava sendo mortalmente sério (literalmente). Eu sabia o que era viver depois que alguém que você amava morria. Mal sobrevivi com Matt.
Eu sabia, sem sombra de dúvida, que não sobreviveria uma segunda vez. Não sem Yibo.
“Você ama meu irmão mais do que a ele?” Haiukan sussurrou, como se mesmo ele soubesse o sacrilégio do que falou.
Respirei e afastei o dedo ainda perfurando o seu peito. Engraçado como ele agiu como se ele nem percebesse a maneira como o empurrei.
“Como você se atreve a me perguntar isso?” As palavras saíram rasgadas como um animal enjaulado.
“Não é nada que você não tenha se perguntado.”
Touché.
Eu me afastei, meus ombros caíram. “É um tipo diferente de amor,” admiti. Não poderia dizer isso diretamente. Não faria isso.
“Como assim?”
“Mais profundo. Mais...” Minha voz foi sumindo.
Ele ergueu a mão. “Entendi. Não deveria ter perguntado. Foi uma coisa idiota.”
“Não vou discordar.”
Ele soltou uma gargalhada. “Meu irmãozinho, casado,” refletiu.
“Então, isso significa que você vai nos apoiar?”
A porta do apartamento se abriu e a voz de Yibo interrompeu nossa conversa.
“Zhan!”
“Aqui,” gritei da cozinha.
Ele apareceu do outro lado da ilha, suas chaves penduradas em seus dedos. Seus olhos foram de mim para Haiukan e se arregalaram. “Hai? O que você está fazendo aqui?”
Olhei para ele, esperando que soubesse que essa era uma conversa particular.
“Vim para ver se você queria almoçar,” Haiukan respondeu sem pestanejar.
Yibo olhou para mim, e eu sorri. Eu não o tinha visto desde esta manhã. Senti falta do seu rosto. “Você tem tempo?”
“Qualquer coisa para você, baby.” Lancei uma piscadela para ele.
Eu sabia pelo olhar em seus olhos de chocolate que ele queria me beijar. Queria beijá-lo também. Na verdade, já tínhamos planos para o almoço que não incluía comida, mas agora que Haiukan estava aqui, esses planos teriam que esperar até hoje à noite.
Por que ele não podia simplesmente ter dito sim e ter saído do apartamento? Ele era um maldito empata-foda.
“E Mian?” perguntou Yibo.
“Vou ligar para ela do carro.”
“Estou faminto.”
“O que há de novo nisso?” Haiukan e eu brincamos ao mesmo tempo. Olhamos um para o outro desajeitadamente, e  Yibo riu.
“Vou pegar uma camisa nova. Derramei óleo sobre esta na garagem. Então, poderemos ir.”
“Vou ligar para a MianMiam. Vou vê-los lá embaixo,” Haiukan gritou depois que ele foi para o quarto.
Não pude deixar de esgueirar um olhar para a sua bunda.
Haiukan tirou o telefone e olhou para mim.
“Obrigado por não dizer nada a ele,” disse, baixo.
Haiukan baixou o telefone, seus olhos se fixaram nos meus. “Vocês tem a minha bênção.”
Não pensei que me sentiria tão bem. Pensei que eu estava pedindo isso em nome de Yibo e por respeito ao seu relacionamento com seu irmão. Não percebi que era algo que também precisava.
“Obrigado,” disse, sinceramente.
Ele me deu um tapa no ombro enquanto passava. “Você já fazia parte da família, Xiao Zhan, mas acho que isso vai torná-lo oficial.”
“Ei,” sussurrei e olhei para o quarto.
Haiukan girou e arqueou uma sobrancelha.
Me aproximei. “Deveria dar a ele um anel?”
Haiukan exclamou. Então, seu rosto se quebrou em um largo sorriso. “Não tenho a menor ideia, porra.”
“Grande ajuda que você é,” murmurei.
Ele riu um pouco mais. “Vou esperar por vocês lá embaixo.”

A porta se fechou atrás dele, e os sons de Yibo se movendo no outro quarto me chamaram. Dei um passo para ele, depois parei.
Puta merda, eu ia fazer isso. Ia pedir para Lan Yibo se casar comigo.
Todas as coisas sobre se amarrar:
Um casal tem em média, sexo 58 vezes por ano .
Um pouco mais de uma vez por semana.

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Finish Line  pt:2Onde histórias criam vida. Descubra agora