Capítulo 1

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PARTE I

"Mas eu consigo nos ver perdidos nas memórias Agosto se transformou em um instante no tempo Porque nunca foi meu E eu consigo nos ver enrolados em lençóis Agosto foi embora como uma garrafa de vinho Porque você nunca foi meu."

Taylor Swift




PETE


Cerca de dois anos depois...

— Parece tenso hoje.

A voz rouca me atingiu e fechei os olhos, quando suas mãos chegaram até meus ombros. Suspirei profundamente e me permiti ser embalado por seu toque. Não estava sendo um bom dia. Sentia-me engolfado por sentimentos e sensações que nunca imaginei, não para com ele. Mas a quem queria enganar? Vegas Theerapanyakul era a definição de pecado e problema no dicionário.

Poderia até mesmo conferir. O pior de tudo, era que passou a ser a definição de amor, em meu próprio. A cada dia ficava mais difícil fingir que não sentia nada e que aquele acordo firmado há cerca de dois anos era o bastante.

Não era. Pelo menos, não mais. O que doía, era saber que para ele funcionava. Então, expulsar mulheres e homens de seu apartamento e mandar lavar os lençóis que me deitaria mais tarde, tornaram-se um dilema. Enquanto eu, queria mais. Mais dele e principalmente, exclusividade.

Apenas sexo já não era o bastante.

— Gozou duas vezes e ainda parece longe daqui, Pete. — Afastei-me de seu toque, e puxei o lençol ao redor do corpo.

Sentia-me vulnerável, e a cada instante, tornava-se ainda mais difícil. Assim que fiquei de pé, parei alguns segundos apenas para olhá-lo.

Vegas estava sentado no meio da enorme cama de seu quarto, completamente nu, dentre os lençóis de cor cinza. Que por sinal, chegaram da lavanderia no dia de hoje. Já que ele havia os usado em algum dia da semana passada com outra ou até mesmo, outros. Às vezes apenas me indagava do porquê me sujeitava a tal situação.

Por muito um longo período, convenci ao meu cérebro que gostava do perigo, e que o sexo era o bastante. Não me importava o que acontecia além do momento em que estava sob ou sobre seu corpo. Tola era minha mente que se apegou ao primeiro que deu um pouco mais de atenção. Como fui entrar naquela fria?

Já completavam dois anos, e os efeitos do simples olhar de Vegas me deixavam sem ar. No momento em que fui remanejado internamente na Theerapanyakul Tecnologia, soube que ficaríamos próximos demais para minha sanidade. Indicação de seu irmão mais novo, Macau, que viajou para fora do país um longo tempo. Foi assim, que caí no colo de Vegas. Não imaginava que seria, literalmente.

— Geralmente seus olhos se prendem em mim, não na parede. — Sua voz soou rouca, e sabia que pensava a respeito de meu diferente modus operandi.

Geralmente, era apenas divertido e prazeroso, para ambos.

Por aquilo, acabamos estendendo mesmo sem sequer conversar a respeito, o que fazíamos. Horas jogados à frente da televisão maratonando uma nova série, e que terminava com nós dois nus, entre bebidas e beijos, no chão da sala ou qualquer outro cômodo. Éramos adultos o suficiente para separar as coisas, e lembrava bem de como Vegas encarava aquela situação.

Não precisamos disso. — Deu de ombros, e o encarei sem entender. Não estava nos planos ir para a cama com meu novo chefe e CEO da empresa, uma semana depois de começar a ser sua assistente. Mas aconteceu... E pior, não me arrependo.

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