Capítulo 29

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PETE


Tem certeza que está mesmo bem? — Nina perguntou pela milésima vez, olhando-me profundamente, mesmo que pela tela do celular. Preparava um suco de maracujá, enquanto ela me julgava com sua análise.

— Por que a ideia de um jantar parece tão ruim assim? — rebati, e parei, encarando-a. Nina sequer precisou pensar, como se a resposta já estava em sua língua desde que a convidei.

Não é a ideia do jantar, mas sim, essa sua cara de que está escondendo algo que me deixa receosa. — Engoli em seco, ao mesmo tempo que forcei um sorriso. — Me diz logo, vai se casar? — indagou e arregalei os olhos e levei a mão até o peito, como se me fingindo de ofendido. — Pete!

— Não vou me casar. — falei, sem deixar dúvidas de que era verdade. Se ela soubesse que o jantar tinha um motivo ainda maior... — Além disso, você vai ter um motivo para ver Thankhun sem brigar. — Constatei.

Não prometo nada. — Finalmente, um sorriso afiado surgiu em seu rosto.

— Nina! — tentei pará-la, mas sabia que minha irmã não era uma pessoa controlável. Nem um pouco.

Thankhun e eu acabamos, de vez. — Sua voz mudou, como se ela quisesse se convencer daquilo. — Além de querer tirar fio por fio do cabelo daquela imitação barata do Keanu gostoso Reeves, está tudo acertado. Mas não posso prometer nada se ele e a noiva enfadonha me provocarem.

Gargalhei alto de suas comparações. Finalmente, tendo noção de quem Thankhun sempre me lembrara. Sorri ainda mais, da forma como o vocabulário de Nina mudava repentinamente.

— O que é considerado provocação na sua concepção, Nina Saengtham? - Ela deu de ombros, sorrindo ainda mais.

Se eles simplesmente ousarem me olhar. — Mordi a língua, segurando a risada, antes de ela continuar. — Além disso, posso levar um convidado? — indagou e a encarei, sabendo que Nina faria aquilo de propósito.

— Em quem está pensando? — indaguei de imediato.

Ouvi um barulho vindo da sala, e Vegas andava tranquilamente até mim. Tínhamos acabado de almoçar e infelizmente seu celular tocou, e sabia como era, ele tinha que atender. Entendia, melhor do que ninguém, como seus horários e o trabalho eram malucos. Antes que pudesse falar algo, ele veio até mim, e enlaçou minha cintura, dando um leve beijo em meu pescoço.

— Falando sozinho? — indagou, e gargalhei, ao notar o olhar mortal de minha irmã na tela.

O Tony Stark de Taubaté! — escorei-me no balcão para não cair pela risada, enquanto via a confusão nos olhos de Vegas, que os arregalou em seguida. — Ainda precisa pedir a minha bênção para ficar assim com o a meu irmãzinho!

— Por Deus, Nina! — ri ainda mais, e Vegas pareceu perceber que sequer me aguentava em pé, segurando-me. — Estava convidando minha querida irmã para o jantar. — falei, e Vegas assentiu, sorrindo em seguida.

— Olá, Nina! — ele falou e deu-lhe um aceno com a cabeça.

— Vou deixá-las conversar em paz. — Beijou o topo de minha cabeça e me soltou, quando percebeu que já tinha me recuperado. — Até o jantar então, Nina. Pode deixar, vou pedir sua benção. — brincou e piscou para minha irmã, que me encarou perplexa, no segundo em que ele saiu da cozinha e seguiu para a sala, jogando-se no sofá ao lado de Omen.

Ok, depois de ter que ver essa melação toda... — fingiu ânsia e sorriu em seguida. Sabia que ela estava feliz por mim, mesmo com o pé atrás sobre Vegas. Entretanto, ainda não existiam outros motivos para ela me querer longe dele.

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