Capítulo 30

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PETE

Paralisei assim que chegamos à casa dos Theerapanyakul. De repente, todo o contexto, que em algum momento, trouxe-me para aquela mansão, caiu por terra. Não era mais algum assunto ou evento de domingo que fora convidado. Eu era um dos assuntos principais a serem tratados, em um jantar organizado por eles para oficializar meu relacionamento.

Passei as mãos na calça e tentei disfarçar meu nervosismo. Sentia os olhos de minha mãe e irmã queimando sobre meu corpo.

— Será que dá para se acalmar? — Nina perguntou e logo parou a minha frente, segurando meus ombros. — Já esteve aqui uma centena de vezes.

— Mas não como namorado do filho deles. — E como mãe de seu neto, completei em pensamento. Minha fala saiu quase em um sussurro e Nina revirou os olhos. — É sério! — bati com a pequena bolsa em seu ombro, assim que ela sorriu amplamente.

No fundo, era bom ela imaginar que pirava apenas por aquilo.

Existia muito mais.

— Vamos lá, gato! — Jackson falou, vindo até mim. Puxou-me para um abraço, da forma que sempre me acalmou quando mais novos. — Está se preocupando à toa, como sempre.

Apenas assenti e senti um leve beijo na testa. Meu celular vibrou e encarei a tela.

— Vegas está perguntando se já chegamos. — Informei e os três pares de olhos recaíram em mim. Que no fim, se tornaram quatro, já que Omen acordou no colo de minha mãe, para me encarar, como se me julgasse pela mentira armada. Filho mau!

— Vamos logo com isso, filho. — Mamãe falou e praticamente me arrastou pelo braço. Ninguém parava Clarice Saengtham, e sabia bem daquilo. Se meu gênio e de Nina eram o diabo, o dela, com toda certeza, era o inferno inteiro.

Disquei o número de Vegas, à frente do belo portão, sem coragem de entrar.

Ei, estamos aqui na frente. — falei rapidamente, e ouvi seu suspiro ao fundo.

— Graças a Deus! — não entendia o porquê de seu claro alívio. — Macau está quase dando com a língua nos dentes.

Merda! — reclamei, e senti a análise clara no olhar de minha. Forcei um sorriso e foquei em apenas responder Vegas. — Aqui estamos, então... Não tem mais tempo a perder, não é?indaguei, de forma que não soasse suspeita. No fundo, sentia que todos desconfiavam de nós, mesmo que não existissem razões.

— Estou saindo, carinho.

Ok. - Desfiz a ligação e minha mãe abriu a boca para perguntar algo no instante em que a voz de Nina soou ácida.

Show time, Jackson!

Olhei para os dois que estavam a nossas costas, e notei a forma como se portavam como um casal. Eles combinavam, mesmo sendo completamente estranho para mim os enxergar de tal forma. Porém, Jackson adorava encenar e naquele momento, se fosse alguém de fora, poderia jurar que estava de quatro por Nina, assim como, ela por ele.

Voltei meu olhar para a frente, e a razão de todo aquele momento, fez minha mãe soltar um "uau" baixinho, e eu sorrir.

Thankhun Theerapanyakul vinha em nossa direção e sabia que devia existia um ótimo motivo para Vegas não ser quem nos recepcionava. O semblante sorridente de Thankhun pareceu se perder, assim como, tomou um ar de mistério que pouco conhecia.

Lembrei-me da analogia de minha irmã e mordi a língua para não sorrir. Ele era mesmo a cara do Keanu Reeves.

— Ei, Pete! — falou, e me deu um leve beijo no rosto. — Bem-vindo a família, finalmente! - Sorri, sentindo meu rosto queimar. Sabendo que no fundo estava trazendo além de mim para sua família. — Olá, dona Clarice. — Seu charme fez com que o rosto de minha mãe se tornasse um tomate. No fundo, sabia que ele já a conhecia, mas nunca imaginei que teria tal intimidade.

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