Capítulo 8

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PETE

Alguns dias depois...

— Tudo resolvido. — falei, assim que coloquei a caixa de transporte de Omen na calçada da frente de casa, e aceitei os braços abertos de minha mãe.

Apenas ela sabia que chegaria naquele dia, e com toda certeza, estava na porta há um longo tempo. Típico de Clarice Saengtham. Ser envolvida por ela dava-me paz. Fazia um longo tempo desde o momento em que realmente passaria mais de um fim de semana com ela e minha irmã. Além de poder rever velhos amigos.

— Agora, precisamos cuidar é desse coraçãozinho. —

Indicou meu peito e dei de ombros. Sabia que Nina não se calaria a respeito, e com toda certeza, dispensou mil maldições sobre Vegas para nossa mãe. — Mas quero sua versão dos fatos, Nina tende a ser um pouco...

— Violenta? — indaguei, provocando, e ela sorriu abertamente.

— Estou perdida com duas filhas de humor ácido. — Gargalhei, e aproveitei para trazer Omen para cima. — Aliás, que saudades do meu netinho favorito.

— Ele é o único. — Resmunguei, mas sorri. — E ainda é um gato.

— Ele não destruindo a casa toda está tudo bem. — Deu de ombros, ainda mexendo na portinha, e com toda certeza, Omen estava escondido ao fundo. A viagem de carro não foi nem um pouco fácil devido ao fato de ele odiar o movimento.

— Não prometo nada. — Levantei uma mão em sinal de rendição e ela apenas revirou os olhos.

— Eu te ajudo com meu netinho. — Apressou-se a pegar a caixa de Omen e entrar.

Voltei até o carro, parado à frente da casa onde cresci.

Sempre era nostálgico estar ali, mesmo nos melhores momentos, como as festas de final de ano. São Paulo era meu sonho e lar desde muito jovem, porém, ali, sempre seria uma parte de minha alma, e poder ficar por um longo período, mesmo por motivos não muito felizes, fazia-me ao menos, ver o lado bom de ser rejeitada e perder o emprego.

— Vou pegar as malas. — gritei, e demorei alguns bons minutos do lado de fora, tentando tirar a mala que poderia pesar uns trinta quilos facilmente.

Talvez fosse um pouco exagerada, e nunca conseguisse levar menos. Além da outra mala, menor, onde trazia as coisas indispensáveis. Na realidade, tudo ali, o era.

Forcei mais uma vez meu braço, na tentativa de levantar a mala, e por fim, pensei que finalmente tinha conseguido. No segundo seguinte, me desequilibrei, e tive a certeza de que iria de cara com o chão e a mala me amassaria. Algum osso sairia quebrado. Só poderia ocorrer em um milésimo, mas, senti braços fortes me escorarem, assim como, segurarem a mala. Suspirei aliviado, com o peso afastado de meu corpo, e então, encarei o homem ao meu lado.

Olhar para Jackson, mesmo depois de tanto tempo, parecia fazer o tempo parar. Meu vizinho, amigo, primeiro beijo e até mesmo, primeira vez. Ele era o mar de emoções máximas que poderia ter vivido naquela pequena cidade.

Os olhos amendoados me encararam leves, assim como, o sorriso de menino no rosto.

Um contraste perfeito com o corpo ainda mais musculoso e sua altura. Ele mexeu no boné de cor preta, com o logo da mecânica da família e continuou a me encarar.

— Por que sempre tenho que te livrar de encrenca, gato? — indagou, e tive que sorrir, assim que ele colocou a mala no chão. Praticamente pulei sobre seu corpo e nos abraçamos. Sentia falta do meu amigo, ainda mais, da forma como sempre nos divertimos.

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