Silêncio

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Por hora ainda, amor não mata
Mesmo que sem ele não haja paz ou beleza
Não há humano algum que tenha morrido de amor
O que mata é a ausência dele
Isso sim
Destroça, faz, refaz e nos desfaz em silêncio
Isso tudo, nem sempre em silêncio 

Saudade já vi matar
Saudade feri e a deixa lá
Ferida, aberta
Mas é a solidão que alarga, consome
Dia após dia
E em algum lugar, em algum momento
As poucas felicidades não nos parecem válidas
E as tristezas cada vez mais vis 

Ouvi por mais de uma vez que uma tristeza é um intervalo entre duas alegrias
Apenas isso
Acho eu que é pelo contrário
Talvez um mês de felicidade
Só vem depois de anos do mesmo silêncio 
E é presságio de mais eras, do mesmo silêncio

O meu bem-querer nunca se nega
Tudo tem um espaço na mente
Tudo tem lágrimas pra se chorar
Desde a busca por um abraço que nunca chega
Até o desejo de se achegar e ficar.

Poesia ao ser risoOnde histórias criam vida. Descubra agora