Virgulas, óleo sobre tela

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Hoje
Igual a todo agora
sempre como nunca
não sendo
andando

Vou dormir sem hora pra voltar
Noite funda
coisa nenhuma nem quer me segurar
penso em mais uma vez nunca mais ter que aturar
que entender
que segurar
que pisar em mais uma segunda-feira

Não quero mais pagar pra ver
o olhar no espelho já é feio, desconfiado
com medo da luz que a porta deixa passar
duvidando que eu conseguisse crescer

Confabulando os grandes pulsos que ia conhecer
porque amanhã
se a incerteza
a merda
ou até mesmo todos vocês, que insistem em não morrer
prefiro que seja tudo só aqui
essa tão sonhada extensão na minha única forma de existir

E quem sabe me ensinar a ser
forte, corajoso e quem sabe um dos que existem
um dos que querem
que vão
ter um corrimão
mais confiável e todas essas indiscretas promessas|
feitas por mim
pro talvez que saia daqui

Muito embora eu nem fizesse questão
e já aqui cresci de insulto em insulto
uma multidão me chamando de inteligente, maduro
por fim me vi analfabeto
só querendo algo, alguém

Pra que imitar Chico Burque
na tv tem algo
aqui também
talvez ali
mas não

Não mais.

Poesia ao ser risoOnde histórias criam vida. Descubra agora