Eu, não pela primeira vez

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E então o Poeta escreveu-se o âmago
E do Amor gritou-se o trágico
E a multidão indignou-se pálida
Se afundando nas lágrimas rápidas

E então agora criou-se o hábito
De rasgar-se nas trevas
De nutrir-se do leite das pedras
De morrer vendo o tempo correr

Agora sobre o peso dos séculos
O mundo vislumbrou o espetáculo
Do céu queimou-se Pétalas
Como se deus tossindo penas
Morresse de pena
E chovesse o pecado depois do perdão

E as Flores transbordando dores
Ofuscou as plenas cores do Mar
O leito dos rios fartou-se inundando
De amargo sabor a corrente infinita do lar
Que as flores pertencia

Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
A corte vendo num corte de pânico
E a multidão vendo atônica
O tempo passar e trazendo consigo o amargor do Mar

Poesia ao ser risoOnde histórias criam vida. Descubra agora