𝓢𝘰𝘣𝘳𝘦 𝘯𝘰𝘴, 𝘢𝘳𝘵𝘩𝘶𝘳 𝘧𝘦𝘳𝘯𝘢𝘯𝘥𝘦𝘴

034

Livy Senna, 🦢

O sol estava se pondo no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa, enquanto eu olhava para o sítio pela última vez. Era difícil acreditar que nosso tempo ali estava chegando ao fim. Parecia que, por um breve momento, o mundo havia parado, nos dando um refúgio da correria da vida. Mas, como tudo que é bom, aquele momento também tinha que acabar.

──────── Livy, tá tudo pronto aqui — Clara chamou, saindo da casa com uma mochila nas costas. O sorriso dela estava misturado com uma pitada de melancolia, e eu sabia que ela sentia o mesmo que eu.

──────── Já vou — respondi, tentando sorrir de volta, mas a tristeza de ir embora ainda pesava em meu coração.

Os meninos estavam espalhados pelo terreno, alguns carregando as últimas coisas para os carros. Lzinn e Jaya discutiam sobre quem tinha ganhado mais partidas de Uno durante a estadia, enquanto Bak e Ligerin riam da conversa animada. Thur, por sua vez, estava mais quieto, como se também estivesse processando o fato de que estávamos indo embora.

Me aproximei dele, sentindo a brisa suave do final de tarde.
────────Pronto pra voltar à realidade — perguntei, tentando aliviar o peso da despedida com um sorriso.

Ele olhou para mim, com aquele jeito tranquilo que eu tanto gostava, e balançou a cabeça.
────────Na verdade, não. Queria que a gente pudesse ficar mais um pouco.

──────── Eu também — confessei, sentindo uma pontada no peito ao perceber o quanto aquele tempo juntos tinha sido especial.
────────Mas acho que, de certa forma, vamos levar um pouco desse lugar com a gente.

──────── É, você tem razão — ele disse, dando um sorriso pequeno, mas sincero.
────────Esses dias aqui... foram importantes pra todos nós.

Ficamos em silêncio por um momento, apenas observando os outros se movimentarem. Clara estava ajudando Bak e Ligerin a carregar as malas, enquanto Lzinn e Jaya continuavam com sua disputa interminável. Era engraçado como, mesmo em momentos assim, eles conseguiam manter o clima leve e descontraído.

──────── Vamos? — Clara chamou de novo, agora com mais urgência, mas com o mesmo tom brincalhão de sempre.
────────Se a gente demorar mais, vai anoitecer e ninguém quer dirigir no escuro, né?

────────Já estamos indo! — Thur respondeu, pegando a última mala ao nosso lado.

Seguimos até os carros, onde todos já estavam se preparando para a viagem de volta. Clara se ajeitou no banco do carona, com Bak e Ligerin ocupando os assentos de trás. Eu fui para o carro onde estavam Thur, Lzinn e Jaya.

Antes de entrar, olhei mais uma vez para o sítio. A casa simples, o campo aberto, as árvores ao redor... Era um lugar que sempre teria um espaço especial no meu coração. E, de alguma forma, sentia que também tinha deixado uma parte de mim ali.

──────── Livy, vamos? — A voz de Thur me chamou de volta à realidade. Ele estava no banco do motorista, esperando que eu me acomodasse.

──────── Sim, estou indo — respondi, finalmente me sentando ao lado de Lzinn e Jaya no banco de trás. O carro deu a partida, e eu senti uma mistura de emoções enquanto nos afastávamos do sítio.

Durante a viagem, o silêncio no carro foi preenchido por conversas esporádicas, risadas e lembranças dos momentos que tínhamos vivido ali. Era estranho pensar que, em poucas horas, estaríamos de volta à cidade, onde tudo seria diferente. Mas, ao mesmo tempo, sabíamos que o que tínhamos compartilhado naquele lugar nunca iria desaparecer.

──────── Livy — Lzinn chamou minha atenção, interrompendo meus pensamentos.
────────Vamos planejar uma volta, né? Esse sítio foi o cenário das melhores partidas de Uno que já joguei.

Eu ri, balançando a cabeça.
────────Com certeza. Não podemos deixar isso no passado. Precisamos repetir a dose.

────────Fechado — Jaya acrescentou, animado. ────────Da próxima vez, quero revanche. E, dessa vez, sem cartas escondidas.

Todos rimos, e o clima no carro ficou mais leve. Era como se, mesmo deixando o sítio para trás, estivéssemos levando um pouco dele conosco. E, enquanto a estrada se desenrolava à nossa frente, soube que, independentemente de onde estivéssemos, aqueles momentos que compartilhamos continuariam nos unindo, de uma forma ou de outra

Quando finalmente chegamos à cidade, o céu já estava escuro, e as luzes das ruas piscavam ao nosso redor. Estávamos de volta à rotina, mas o sentimento de conexão, amizade e, talvez, algo mais, permanecia forte.

Ao nos despedirmos em frente à casa de Clara, onde todos decidiram se encontrar antes de cada um ir para sua casa, senti uma mistura de saudade e gratidão. Sabia que aquilo não era um adeus, mas um "até logo". E, no fundo, estava ansiosa pela próxima vez que todos estaríamos juntos novamente, prontos para criar novas memórias e manter vivas aquelas que havíamos acabado de construir.

Como vocês estão divas?
Não me matem por favor 🙏🏻🙏🏻🥹