C. 24

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𝔖𝔦𝔠𝔞𝔯𝔦𝔬 

Assisti aquele demônio sair da sala e fechar a porta com uma batida. Sander aproveitou a oportunidade para olhar em minha direção com aquela porra de expressão. Após nossa discussão de ontem quando chegamos em casa, bebi pra caralho. Eu me sentia estressado e inquieto comigo mesmo. Isso me irritava. Eu sabia que estava acontecendo comigo. Eu sabia o que Luna me fazia sentir, e ao vê-la sendo arrastada e quase violada naquela floresta me deixou maluco. Eu apenas senti vontade de queimar tudo. Meu peito apertava e ansiando por morte.

— Tia Tifa quer falar com você. — falou.

Movi minha atenção para ele novamente. Meus olhos estreitos presumiam o que a velha queria falar comigo. Tenho quase certeza que esse filho da puta disse algo sobre mim e Luna para Tifa.

— Sobre o quê?

— Você sabe. — cruzou os braços. — Eu contei.

Ri sem humor e virei a cabeça, desviando olhar. Eu queria socar seu rosto.

— Sabe que não devemos esconder certas coisas dela. Apesar de ser nossa tia, ela também é nossa chefe.

— Esqueceu de quando você fazia muita merda e eu tive que livrar seu rabo, Sander? — questionei. — Estou pouco me fodendo para sua preocupação. Se eu disse que daria um jeito na Luna, eu farei essa merda, porra.

— Você está completamente descontrolado. — apontou. — Fodendo com seu alvo. Preocupado demais. Consigo prever você fugindo das obrigações. Apesar de sermos assassinos de aluguel, também somos salvadores de pessoas inocentes. O que fará se ficar descuidado demais e deixar que uma horda de criança e mulheres sejam traficadas?

— Se isso acontecer, eu estarei enterrado a sete palmo da terra com bichos comendo a porra da minha pele morta. — eu disse. Minha voz saindo grossa o bastante para deixar claro que ele havia me deixado puto pra caralho. — Prefiro que meu coração seja arrancado do peito do que isso acontecer.

— Eu sei. — assentiu. — Você sempre soube que sou ótimo observador e estrategista, Pietro. Luna arruinará nós dois. Arruinará nossa família um dia. Vai destruir você.

— Não acontecerá se eu a fizer aceitar que é minha. Que não há lugar para ela além do meu lado e da minha cama. — eu estava pouco me fodendo agora. — Se ela quer sua vingança, eu darei, e depois a foderei em cima dos corpos sem vida dos culpados pelos seus traumas. — me aproximei. — Mas, se caso isso acontecer e Luna for capaz de foder todos nós no final, espero que você puxe o gatilho e atire na porra da minha cabeça e depois faça o mesmo com ela.

— Olha a merda que você está falando, caralho. — me olhou com descrença e incredulidade.

Sander riu desacreditado e se afastou, negando e me encarando. Faíscas de ódio transpirando em suas pupilas brilhosas.

— Espero que tia Tifa enfie o juízo que você permitiu ser sugado pelo pau.

O homem abriu a porta e foi embora. Virei e soquei o saco de pancadas tão forte que me fez rosnar alto. Respirei fundo e me afastei, observando a carne dos meus dedos estarem avermelhadas e com resquícios de sangue aparecer. Não me importei.

Saí da sala e andei pelo corredor, entrando na cozinha e vendo Luna cortando maçãs e colocando em uma vasilha mediana de vidro. A fruta estava envolvida no chocolate que ela havia feito dias antes. Me esforcei para ignorar sua presença e peguei o meu telefone no balcão.

Quatro ligações.

— Alguém te ligou. — o lindo demônio disse.

— Acabei de ver.

Flames Of RevengeOnde histórias criam vida. Descubra agora