Flames Of Revenge

C. 33

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Segurei a maçaneta antes de parar. A porta estava aberta, esperando apenas que eu passasse para sair, mas eu não segui caminho. Fiquei ali observando o peito do Pietro subindo e descendo enquanto ele dormia tranquilamente. Meu coração se aqueceu mais uma vez ao vê-lo o quão próximos nós dois estávamos.

Seu maxilar bem desenhado e sobrancelhas grossas, delineando seu rosto bonito e marcado. Pálpebras fechadas e trêmulas. Cabelo bagunçado e boca meio aberta. Bochechas com leve rubor de vermelho. Notei que isso acontecia todas as manhãs pelas poucas vezes que dormimos juntos.

Ele parecia em paz mesmo após seus pesadelos. Isso acontecia comigo também. Começou quando eu ainda estava na cadeia. Uma das detentas se assustou com o barulho que eu fazia quando eu dormia e disse que meu corpo tremia de espasmos durante os pesadelos. Só parou depois que eu mandei Berenice para o inferno. Eu não sei quando Pietro se libertará dessa agonia.

Fechei a porta e saí, descendo o degrau e entrando na cozinha.

Avistei Sander no balcão. Uma das suas mãos estava na xícara branca enquanto a outra clicando nos teclados no notebook. Usava apena uma calça. Parecia ter acabado de acordar.

— Bom dia. — falei.

— Onde está Pietro?

— Não sei. — dei de ombros.

— Sei que está no seu quarto, Luna.

— Então por que perguntou? — franzi a testa.

Também peguei uma xícara e enchi com o café. Adicionei leite e duas colheres pequenas de açúcar antes de mexer o líquido.

— Às vezes fico pensando em como ele era na infância.

— Pietro foi abandonado aos dezesseis anos. A partir daí ele entrou em uma gangue, mas depois matou todos os membros e criou sua própria gangue.

— Por que ele matou? — perguntou.

— Porque eram homens imundos e pedófilos.

Entendi.

— Pietro nunca teve um bom relacionamento com seus pais. Sua mãe era usuária de drogas e se envolveu com um traficante. Eles tiveram Pietro e o criou naquele lixo de casa onde moravam. A sorte de Pietro é que Tifa nunca foi uma pessoa má mesmo tendo irmãos horríveis. Tia Tifa pediu para que sua irmã largasse as drogas por causa da gravidez, mas ela estava cega pelo traficante. — começou.

— O pai do Pietro é um traficante?

— Era. — assentiu e parou de teclar. — Assim que Tifa soube que ele matou a irmã dela, ela o matou. Pietro não quis se aproximar da nossa família porque era revoltado. Entrou em uma gangue e começou a fazer o trabalho sujo de homens gananciosos, mas ele nunca ousou participar dos abusos que garotas sofriam. Um dia ele ficou tão farto que matou todos os parceiros e criou sua gangue, mas também não durou muito tempo. Tifa foi atrás dele e falou sobre a nossa família. Ele largou a gangue e está conosco até hoje.

— O pai de Pietro matou a mãe dele? — perguntei. — Por que?

— Não sei. — deu de ombros. — Na verdade, ele estava precisando de dinheiro e quis vender Pietro para a máfia inimiga da nossa família. Adele descobriu e não quis deixar, então ele a matou, mas Tifa acabou com ele antes que ele pudesse vender Pietro. Mesmo distante de nós, Pietro sempre foi protegido por Tifa.

— Eu achei que vocês eram unidos desde crianças.

— Não. Não nos gostávamos no início. — falei. — Eu odiava a atenção que meu pai e tia Tifa davam para ele, mas isso também acabou quando brigamos e fizemos uma cicatriz um no outro. Quando meu pai foi morto, ele me ajudou a matar os culpados.