C. 28

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𝔖𝔦𝔠𝔞𝔯𝔦𝔬

Passei pela porta, vigiando os olhos pela floresta e a grama na frente do casarão. A manhã estava ensolarada. As nuvens envolviam o céu azul e limpo, deixando aquele contraste bonito de dia de sol. Franzi a testa quando avistei uma mesa com quatro cadeiras ao redor ali no jardim. Ontem eu não vi. Ela já estava aqui?

Foi colocada hoje?

Desci os degraus da entrada e me aproximei, alcançando a madeira e vendo um jornal em cima. Estreitei os olhos e olhei para trás quando ouvi o barulho. Era Sander. Ele estava com um regador na mão enquanto molhava as flores ali, e com a outra um cigarro que, provavelmente, roubou da minha carteira. Andei em sua direção, atraindo seu foco para mim.

— Andrew ligou?

— Ainda não. — neguei. — Ele gosta de jogos mentais. — falei. — Deve ligar hoje, ou quando achar que deve.

— Carllos deve estar me procurando.

— Eles têm chance de achar nossa localização? — perguntei.

— Não sei. — deu de ombros. — Tifa garantiu que ficássemos em segurança aqui, mas não posso invadir o sistema de segurança do nosso aliado, infelizmente. É uma regra que o chefe impôs. E Tifa, para minha surpresa, aceitou.

— O preço deve ter sido alto. Sabemos que Tifa já salvou muita gente, e também foi salva pelos aliados. — mexi o pescoço. — Mas mesmo que Andrew saiba daqui, somos bons o suficiente para enfrentar.

Sander riu e assentiu, como se estivesse desacreditado, mas também notei sua ironia.

— Será mesmo que você pode enfrentar alguém agora?

— De que porra você está falando, Sander? — questionei.

— Luna.

— Você está me irritando com essa sua insistência. — suspirei e cerrei os dentes.

Esfreguei o rosto, impaciente.

— O que sente por ela? — perguntou e colocou o regador no chão. — Seja sincero comigo.

— Não sei o que sinto. — fui sincero. — Mas não consigo deixar que ela vá embora.

Ele me encarou com o semblante intrigado e irritado.

— Está apaixonado por ela?

Mordi a língua. A resposta se enrolando e descendo em minha garganta.

Eu estava?

Eu gosto de saber que a tenho em minhas mãos. De ter sua pose. De saber que ela pertence a mim, mas não sei se isso significa estar apaixonado. Eu não sei o que é isso. Não sei como é sentir isso.

— Só não quero que nenhum homem mais a toque. — eu disse. — Não sei que porra eu sinto, mas essa merda está me fodendo.

"Bom dia! Eu acabei de fazer o café."

Sua voz chamou nossa atenção e me esforcei para que meu pescoço não se quebrasse pela vontade que tive de virar. Sander olhou por cima do meu ombro e voltou para mim, e sem dizer nada passou por mim após jogar seu cigarro fora.

Segui caminho logo atrás dele. Olhei para Luna, vendo-a envolvida agora em um vestido escuro que cobria seu corpo inteiro. As alças eram largas que deixavam seus seios presos o suficiente. Seu cabelo estava preso e bagunçado, mas continuava bonito. Ela sumiu quando entrou no casarão novamente, e nós dois fizemos o mesmo. Andamos até a cozinha, e o que eu vi me deixou desconfiando. A mesa estava posta com os pratos e copos. Pães em pacotes fechados. Uma garrafa de café no meio, rodeada com vasilhas.

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