C. 35

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Eu ainda estava irritada com Pietro. Me dopar alegando que era o que eu precisava só por causa de um ferimento na coxa?

Grande merda!

Porra.

Coloquei o comprimido para dor na boca e virei o corpo de água. Talvez o cretino quisesse se redimir deixando o copo e o remédio na mesinha ao lado da cama.

Respirei fundo e molhei os lábios enquanto sentia a brisa fria do vento entrar pelas janelas abertas. Andei pelo corredor e me apoiei no corrimão das escadas, gemendo ao pensar que terei que descer esses malditos degraus.

Sem pensar comecei a descer degrau por degrau, tomando cuidado para não fazer muito esforço na coxa. Soltei alguns xingamentos e amaldiçoei Alfredo por ter escolhido essa casa com escadas ao invés de outra. Quando finalmente cheguei no final, sorri aliviada e fui mancando até a sala, encontrando aquela mesma mulher do dia anterior sentada no sofá.

Ela usava uma calça de alfaiataria e camisa social. Ambos da cor branca. Salto nos pés, deixando sua aura de elegância ativa. Cabelo preso. Unhas avermelhadas e lábios encostados na xícara em sua mão enquanto bebia o líquido. Sua pele estava brilhante como se acabasse de ter sido hidratada.

Laureline.

Sua beleza era jovial. Parecia ter a mesma idade que a minha, enquanto Alfredo aparentava estar beirando a casa dos quarenta.

Quando seus olhos ficaram em mim, um sorriso se abriu em seus lábios bonitos.

— Bom dia, querida. — falou.

— Bom dia.

— Você aceitaria se juntar a mim e tomar um café? — perguntou.

Olhei ao redor. A casa estava silenciosa. Nenhum deles estão aqui, até Pietro não estava na cama quando acordei.

— Estamos sozinhas?

A mulher assentiu.

— Eles saíram. — respondeu. — Não disse para onde iriam, mas Alfredo foi com eles. Então a casa é só nossa.

— Acaba sendo tedioso.

— Não se soubermos nos divertir. — ela sorriu.

Laureline inclinou o corpo para pegar uma xícara que estava posicionada ao lado da garrafa branca e luxuosa de café. Ela encheu o copo com líquido e temperou com açúcar antes de me entregar.

— Parece que você sabe se misturar com eles.

— Misturar? — questionei.

—Ah... — riu. — Você e os Caccini.

— É. Tenho uma história com os dois. — falei. — Uma história bem divertida, quero dizer.

— Você foi alvo deles?

— Sim. — confirmei. — Pietro foi contratado para me matar.

— Mmmm, e por que você ainda está viva? — brincou. — Meu marido às vezes me conta sobre seus parceiros, e a família Caccini é muita elogiada por ele, simplesmente o Sander. Alfredo o admira.

— Por que o Sander?

— Acho que Alfredo gosta de como ele age. — respondeu. — Parece calmo e relaxado, mas é sombrio por dentro. Meu marido consegue conhecer quando uma mesma é igual a ele.

— O que Alfredo faz? — fui curiosa.

Ela se acomodou ainda mais no sofá após colocar sua xícara vazia na mesa em nossa frente. Cruzou suas pernas e estalou a língua.

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