💙🚬
Faz três dias que eu e Jimin fomos à sorveteria e eu contei um pouco sobre meus pais. Não é que eu me arrependa, mas toda essa conexão e honestidade nua e crua me assusta. Jimin ganhava mais espaço a cada dia mesmo que eu tentasse conter sua expansão. Eu gostava de tê-lo por perto, mas meu histórico me alertava pra que eu mantivesse uma distância segura. Talvez eu não estivesse sendo justo, quer dizer, talvez não, eu sei que eu estava sendo injusto, mas não há explicação pra extinto de autopreservação. Depois de passar por algumas coisas, você simplesmente adquire um senso de defesa que nem sempre faz sentido pra todo mundo, mas você sabe exatamente porque o faz.
Os dias transcorrem normalmente e eu tenho conseguido evitar minha mãe em casa. Exceto hoje. Ela chegou mais cedo do trabalho e eu mais tarde do treino.
- Ah... você. - ela fala já alcoolizada expressando sua insatisfação em me ver.
- Como se você tivesse muita visita pra receber... - eu não costumo dar esse tipo de resposta, na verdade não costumo responder nada, mas dessa vez meus pensamentos intrusivos falaram alto demais.
- O que você disse?
Dou as costas ignorando sua pergunta e ela começa a gritaria.
Tomo um banho rápido enquanto nem o barulho do chuveiro consegue abafar sua voz exaltada e os socos que ela da na porta. Mesmo exausto, me arrumo pra sair sem rumo, porque qualquer lugar seria melhor do que aqui. Desço as escadas e ela me intercepta querendo briga.
- Você se acha muito bom, né? Fica andando por aí como a porra de um lembrete ambulante de que tirou tudo de mim! - ela já não grita mais, mas o descontrole latente está nítido no tom de voz.
Respiro fundo e tento andar até a porta.
- EU TE ODEIO! - ela enfim perde o controle e arremessa a garrafa.
Não tenho muito tempo de reação e a garrafa se estilhaça no meu braço esquerdo. Eu sinto o impacto e depois assimilo o que aconteceu. Os cortes começam a latejar e eu corro pra pegar um pano de prato que estava próximo pra estancar o sangramento. Amarro firme e começo a limpar os cacos do chão.
- Por está fazendo isso? Você quer ser o bonzinho, né? Quer que eu me sinta mal por você ser um coitado!
Sinto meus olhos queimarem. Só termino de limpar tudo pra que ela não se machuque e saio de casa antes que as primeiras lágrimas comecem a cair. Ela não merece que eu faça isso, mas eu não sou igual a ela e se eu faria isso por outra pessoa, não vou deixar que o comportamento dela influencie na minha conduta.
Fazendo pressão nos cortes por cima do pano, caminho a passos rápidos e não penso muito, só uma pessoa vem a minha mente.
Não demora nem 10 minutos e a SUV preta de Park se aproximar.- Meu Deus, Jungkook! Deixa eu ver isso. Parece profundo, vamos em algum postinho. Talvez precise de pontos. Sente dor? - ele fala tudo muito rápido assim que eu entro no carro.
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FOOLS [ JJK PJM ]
FanficNuma noite turbulenta Jeon Jungkook e Park Jimin passam a madrugada em claro conversando sobre seus problemas em um meio fio qualquer. Tudo havia mudado, exceto na universidade onde continuavam a fingir que não se conhecem.