02- CHAPTER TWO

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Alejandro estava sentado na beira da cama do hospital, observando sua mãe, Carmen Gutierrez, enquanto ela passava por mais um exame

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Alejandro estava sentado na beira da cama do hospital, observando sua mãe, Carmen Gutierrez, enquanto ela passava por mais um exame. O ambiente estéril e frio do hospital contrastava com a intensidade de seus pensamentos. Carmen tinha um tumor no cérebro que precisava ser tratado urgentemente para não evoluir para câncer. Cada visita ao hospital era um lembrete cruel da fragilidade da vida e da injustiça que sua mãe enfrentava.

Ele odiava seu pai com uma intensidade que queimava em seu peito. Um alcoólatra desprezível que havia feito Carmen passar por tudo isso sozinha. Alejandro se lembrava das inúmeras vezes que pegara seu pai traindo sua mãe, mas nunca tivera coragem de contar a ela. Sabia que isso a destruiria. Em vez disso, ele tomara medidas drásticas para tentar manter o pai na linha. Pedira a amigos para darem uma lição nele, na esperança de que isso o fizesse criar juízo. Mas nada parecia funcionar.

Carmen olhou para ele, seus olhos cansados, mas ainda cheios de amor.

- Estou bem, meu filho. Não se preocupe tanto - disse ela, tentando sorrir.

Alejandro forçou um sorriso em resposta, mas a preocupação não deixava seu rosto. Ele sabia que precisava ser forte por ela, mas a raiva e a frustração eram difíceis de conter.

- Eu sei, mãe. Só quero que você melhore logo - respondeu ele, segurando a mão dela.

Depois de mais alguns minutos, o exame terminou. Alejandro ajudou sua mãe a se levantar e a acompanhou até a saída do hospital. Chamou um táxi para levá-la para casa, certificando-se de que ela estivesse confortável antes de se despedir.

- Vou trabalhar agora, mãe. Qualquer coisa, me ligue, ok? - disse ele, beijando a testa dela.

Carmen assentiu, e Alejandro observou o táxi se afastar antes de subir em sua moto. O motor roncou alto, ecoando sua própria turbulência interna. Ele precisava trabalhar, precisava de dinheiro para pagar os tratamentos de sua mãe e, eventualmente, para realizar seu sonho de estudar medicina.

Alejandro fazia bicos como motoboy, entregando documentos e pacotes pela cidade. Hoje, ele tinha uma tarefa importante: pegar alguns documentos na Hispania Motors com Dmitri, um amigo que fizera em circunstâncias incomuns. Eles se conheceram em uma festa, onde Alejandro salvou Dmitri de levar uma surra. Desde então, Dmitri confiava nele e, ocasionalmente, lhe dava trabalhos que pagavam bem.

Chegando à Hispania Motors, Alejandro estacionou a moto e entrou no prédio imponente. A recepcionista o reconheceu e acenou com a cabeça, permitindo sua entrada sem questionamentos. Ele subiu até o escritório de Dmitri, onde o encontrou revisando alguns papéis.

- Alejandro, que bom te ver - disse Dmitri, levantando-se para cumprimentá-lo.

- Dmitri, como está? - respondeu Alejandro, apertando a mão do amigo.

- Estou bem. Aqui estão os documentos que você precisa levar ao cartório. É um trabalho importante, então tome cuidado - disse Dmitri, entregando uma pasta a Alejandro.

Alejandro assentiu, guardando a pasta em sua mochila.

- Pode deixar. Vou levar isso ao cartório e depois volto aqui.

Dmitri sorriu, mas havia uma sombra de preocupação em seus olhos.

- Cuide-se, Alejandro. E obrigado por sempre estar por perto.

Alejandro deu um tapinha no ombro de Dmitri antes de sair do escritório. Ele sabia que Dmitri também tinha seus próprios problemas, mas a amizade deles era uma das poucas coisas boas em sua vida.

 Ele sabia que Dmitri também tinha seus próprios problemas, mas a amizade deles era uma das poucas coisas boas em sua vida

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De volta à moto, Alejandro acelerou pelas ruas de Madrid, o vento frio batendo em seu rosto. Ele gostava da sensação de liberdade que a moto lhe dava, mesmo que fosse temporária. Chegando ao cartório, ele entregou os documentos e esperou enquanto o processo burocrático se desenrolava.

Com a tarefa concluída, Alejandro voltou à Hispania Motors para informar Dmitri. Ele sabia que a vida não seria fácil, mas estava determinado a lutar por sua mãe e por seu futuro. A raiva que sentia por seu pai era um combustível sombrio, mas também era o que o mantinha em movimento.

Enquanto subia as escadas de volta ao escritório de Dmitri, Alejandro não podia deixar de pensar no que o futuro reservava. Ele sabia que desafios maiores estavam por vir, mas estava pronto para enfrentá-los, não importa o quão sombrios fossem.

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