Anastacia estava deitada na cama, finalizando um relatório de venda de um veículo da Hispania Motors. Já fazia três meses que Alejandro estava cuidando de Nikolai, e o pequeno havia se apegado a ele de uma maneira que ela não esperava. Alejandro tinha um jeito de encantar as pessoas e fazê-las se sentirem bem, algo que Anastácia tentava negar, mas não podia ignorar.
Enquanto digitava as últimas linhas do relatório, sua mente vagava para o passado. Ela se lembrou do pai de Nikolai, um homem que ela também achava ser uma boa pessoa no início. O relacionamento deles havia começado de forma promissora, mas rapidamente se transformou em um pesadelo.
Flashbacks invadiram sua mente: as palavras duras, os olhares de desprezo, as noites em que ele chegava tarde, cheirando a álcool e perfume barato. Ele a manipulava, fazendo-a acreditar que tudo era culpa dela. As brigas constantes, os gritos, e a sensação de estar presa em uma gaiola sem saída. Ela se lembrava de uma noite em particular, quando ele a empurrou contra a parede, seus olhos cheios de raiva.
— Você nunca vai ser boa o suficiente — ele sussurrou, a voz carregada de veneno.
Anastacia sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao lembrar dessas palavras. Ela havia prometido a si mesma que nunca mais deixaria ninguém entrar em seu coração, que nunca mais se permitiria ser vulnerável. Alejandro era mais novo, quase uma criança aos seus olhos, e ela não podia se dar ao luxo de se apaixonar por ele.
Guardando o notebook, ela se deitou na cama, tentando afastar esses pensamentos. Mas, inevitavelmente, sua mente voltou para Alejandro. Ele era diferente, tinha uma luz própria que a atraía, mesmo que ela tentasse resistir. Fechou os olhos e acabou sonhando com ele, um sonho confuso e intenso, onde ele a pressionava na parede e a beijava de forma intensa e apaixonada, as mãos correndo pelo corpo dela, a fazendo suspirar.
Porém, antes de ir mais longe no sonho, Anastacia foi desperta pelo som de Nikolai chorando. O choro era desesperado, e ela correu para o quarto dele, o coração acelerado. Pegou o bebê no colo, tentando acalmá-lo.
— Shhh, meu amor, está tudo bem — ela sussurrou, balançando-o suavemente.
Nikolai continuava a chorar, e Anastacia começou a cantar uma canção de ninar, uma melodia suave que sua mãe costumava cantar para ela. Mas o choro não cessava, e ela sentiu a frustração crescer.
Dmitri apareceu na porta, com expressão preocupada.
— O que está acontecendo? — perguntou ele, aproximando-se.
— Eu não sei, ele não para de chorar — respondeu Anastacia, a voz trêmula.
Dmitri pegou Nikolai nos braços, tentando acalmá-lo, mas sem sucesso. Anastacia sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto, a sensação de impotência a dominando.
— Eu não sei o que fazer, Dmitri — ela disse, a voz quebrada.
Dmitri olhou para ela, a expressão séria.
— Talvez devêssemos ligar para Alejandro. Ele sabe como acalmar Nikolai.
Anastacia hesitou por um momento, mas sabia que Dmitri estava certo. Pegou o telefone e discou o número de Alejandro, esperando que ele pudesse ajudar.
QUEM VEM DO INSTAGRAM JÁ SABE O QUE ACONTECE NO PRÓXIMO CAPÍTULO. TEM SPOILER POR LÁ.🤭
VOCÊ ESTÁ LENDO
SOB A SOMBRA DO DESTINO
RomanceAnastacia, uma jovem russa de 28 anos, carrega o peso do mundo em seus ombros. Mãe solteira de Nikolai, um bebê de 8 meses, ela se encontra na Espanha, gerenciando uma das empresas de seu pai. Sua vida é uma constante batalha entre as responsabilida...