Capítulo 1 - Nova Missão

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Nataly


Estava de volta aquele inferno, ouvia os gritos desesperados, sentia dor, sentia a raiva, e via tudo àquilo sem poder fazer nada, escondida em um compartimento do carro. Não podia chorar e nem pedir por socorro, não podia ser vista, eu tinha prometido isso a ela.

De repente estou na sala do meu pai, encolhida na cadeira, ele andava de um lado para o outro, estava muito nervoso, acho que comigo. Eu era uma garotinha de 10 anos assustada com todos aqueles brutamontes engravatados tentando arrancar informações de mim, mas eu não falava, tinha medo do homem que agora tentava acalmar meu pai e enquanto me olhava com um ódio penetrante.

O cenário mudou novamente e estou na sala da minha tia, ela estava horrorizada e eu não sabia se acreditava em mim ou não, mas o meu pai com certeza não, pois ele gritava muito.

Agora estou numa sala vazia, mas ouço vozes, uma em especial chama a minha atenção, uma que diz que iria acabar comigo e que esse pesadelo nunca teria fim.

Seu rosto ensanguentado com aquele sorriso diabólico aparece para mim e quando aponta aquela arma e puxa o gatilho, o som estridente do meu celular me desperta.

Esses pesadelos têm sido mais constantes atualmente do que a dez anos atrás.

Acho que tudo piora quando é aniversário da morte da minha mãe.

Nunca tive uma vida convencional para uma jovem de apenas vinte anos. Em vez de aprender a andar de bicicleta, por exemplo, quando tinha dez anos eu aprendi a atirar. Não me julguem, okay?! Não sou uma assassina ou coisa do tipo, quer dizer, depende muito do seu ponto de vista e de que lado você está...

Meu celular toca novamente — Merda — é uma chamada de urgência do meu chefe/líder/superior, também conhecido, em casos remotos, como meu pai.

— Hora de trabalhar!! — levanto da cama e faço minha higiene pessoal colocando meu uniforme. Saio pelo corredor dos dormitórios, que é feito por hierarquia, e o encontro vazio. O que é compreensível devido a hora. Não havia nem soado o alarme para troca de turnos.

Diferente de outras agências como FBI, nós, da S.W.A., vivemos aqui e a maioria não tem família, pelo menos a geração X, também chamada de protocolo TEFA, da qual faço parte. Todos dessa geração foram recrutados de lugares pobres em conflitos, ou de ruas dos países aliados, aos doze anos e desde então vivem aqui, exceto por mim, pois estou aqui desde que nasci.

Apesar de fazer parte da turma mais nova, carrego uma grande responsabilidade nas minhas costas. Dentro da Central, onde atuo, sou conhecida pela numeração 003, sendo submetida somente ao poder do Agente 001 Anthony Walter e da Agente 002 Katia Bernoulli, uma velha amiga da minha mãe. Abaixo de mim estão os líderes das sedes dos países aliados, e logo depois, todos os outros milhares de agentes. Claro que metade deles não acredita que eu tenha um verdadeiro potencial para um dia liderar a todos, mas não podem fazer muito quanto a isso... Já que a responsabilidade dessa agência seja, digamos assim, familiar.

Ando até a sala de reuniões no andar da sala oval, onde também estão as salas dos dois superiores da Central, e encontro uma bancada de agentes com placas indicando seus nomes e países que representam. Nunca os vi, mas tenho quase certeza de que são os líderes das sedes mundiais. O que pode significar um grande problema. Pois, todos saírem de seus postos ao mesmo tempo é algo meio arriscado.

S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora