Capítulo 44 - Caçando

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Nataly


— O que temos? — Perguntei invadindo a sala de controle.

— Nada ainda, senhora. — Um dos agentes me respondeu com os olhos fixos em algumas telas.

— Já encontraram o carro? — Cruzei os braços impaciente.

— Não, mas os agentes que o perseguiram já estão voltando.

— Varra todo o perímetro dessa cidade atrás do carro que ele usou. Quero saber onde ele está, AGORA! — Bati na mesa e todos me olharam. — Essa é uma situação de emergência. — Eles se entreolharam — Ninguém sai dessa sala até eu ter alguma resposta. — Eles acenaram e voltaram suas atenções para as telas dos computadores e eu me recostei na porta fechada.

Onde você está Alex? O que está fazendo?

Fechei os olhos e respirei fundo. Deixei que meu corpo relaxasse por um segundo e que minha mente viajasse para algum momento calmo. Há poucos minutos eu queria sair dessa missão e agora eu era uma comandante em meio a um monte de subordinados novamente. Isso parecia com o eu antes de conhecer Alex. A fria e calculista Agente 003. Quando foi que me perdi assim? Olhando agora, nem parecia tão ruim ser quem eu era antes disso. Trabalhar com a cabeça era mais fácil e menos estressante, pois perder um protegido nunca esteve em cogitação e em casos de extremo perigo eu nunca tive que pensar em ninguém, nem em mim, e agora eu não conseguia parar de pensar nos obstáculos que me proibiam de pensar apenas em um maldito corpo, obstáculos que iam além de tudo isso. Salvar Alex, não era só colocar a minha vida em risco, — Não que fazer isso fosse um sacrifício, pois não era — era colocar a vida de um inocente que nem havia nascido ainda.

Talvez se eu tivesse contado a ele, ele não tivesse feito isso. Ele pensaria na criança, e não iria fazer qualquer coisa que pudesse nos matar.

Estúpida!

— Senhora? — Um agente postado na minha frente gritou, me fazendo pular de susto.

— Você está maluco? — Todos nos encaram.

— A senhora não respondia... — Disse em um sussurro se afastando.

— Desculpe! — Me encarou como se eu tivesse feito algo estrando. — O que achou? — Ignorei sua cara.

— É mais o que não achamos. — Mordeu os lábios.

— Como assim? — Encarei a sala onde todos se entreolhavam para saber quem iria falar. — Alguém aqui vai falar ou eu vou ter que torturar vocês. — Olhei com uma cara de quem não estava brincando.

— As câmeras não pegaram nada. — Uma mulher de óculos sentada atrás de três telas de computadores enormes que quase a escondiam falou.

— Quais câmeras? — Perguntei confusa — As da agência?

— Não! — A morena que havia falado antes se levantou — As câmeras de vigilância da cidade. Elas não registraram absolutamente nem um rastro do carro.

— Pontos cegos? — Me aproximei de sua mesa tentando entender o que se encontrava em sua tela.

— Não! — Me encarou e voltou a digitar fazendo aparecer algumas documentos e imagens em sua tela. — De acordo com isso aqui, — Apontou para um documento da prefeitura — algumas câmeras foram desligadas na exata hora que ele saiu daqui e só estão programadas para religar daqui uma hora e meia, ou seja duas horas depois do ocorrido. O relatório diz que elas estão em manutenção, mas elas estiveram em manutenção há uma semana. E acredite em mim nem se as câmeras fossem mais antigas, elas teriam manutenções tão próximas umas das outras. — A encarei enquanto ajeitava seus óculos. — E algo interessante sobre essas câmeras, é que elas foram trocadas por câmeras mais modernas, mas somente alguns pontos da cidade tiveram essas trocas. No último semestre uma serie de câmeras deram problemas e a cidade trocou de empresa de vigilância. Então a nova empresa, BITE, saiu analisando e trocando as câmeras da cidade onde eles julgavam necessário. — Se levantou indo até um mapa da cidade que estava em um painel em um canto da sala. — E isso explicaria minha teoria.

S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora