Nataly/Lucy
Já passava do meio-dia quando percebi uma mensagem de Thiago no meu celular. Nela dizia que ele queria falar urgentemente comigo. Ele havia mandado tinha uns quarenta minutos, então não dei tanta importância assim — Até porque se fosse realmente urgente ele teria me ligado — então apenas disse que poderia vir até meu apartamento.
Nesses últimos três meses Thiago começou a aceitar melhor o fato de eu ser uma agente e tem se saído muito bem na mentira. Ele me ajuda a ficar de olho em Alex, além de sempre me acobertar, tanto para Alex e Mary quanto para Central. Que nem quando eu sofri um ataque e cheguei com dois cortes no rosto e alguns roxos no corpo. Thiago foi o primeiro a inventar uma desculpa, ou melhor, se acusar, dizendo que estava andando de bicicleta no parque e me atropelou sem querer. — Ainda bem que nem Alex e nem Mary estavam muito preocupados em entender o acontecimento, porque qualquer um que parasse para pensar perceberia que não dá para ter esses tipos de hematomas sendo atropelada por uma bicicleta, mas eu admirei sua coragem e força de vontade para me ajudar.
No momento eu estava ocupada no meio de um emaranhado de papel atrás de um suspeito — que se resumia em qualquer pessoa que já tivesse tido contato com Alex —. Já fazia algum tempo que estávamos neste jogo de Mauricio. Ele atacava e nós íamos atrás das poucas pistas deixadas por ele. Ele sempre estava a um passo de nós. Alex era um dos alvos e eu era o outro. Sinceramente, eu não entendia o porquê de eu ser atacada, ele sabia que eu não sairia do meu posto de protetora, ele sabia que eu estava tendo uma relação com Alex, e provavelmente já sabia que ele pretendia me pedir em casamento. Mauricio estava tentando me destruir, bem como destruir o próprio filho por uma vingança barata. Ele era maluco.
As coisas estavam tão ruins para a gente neste jogo de gato e rato — e no caso nós somos os ratos —, que eu sinceramente acreditava que não podia piorar. A agência estava no meu pé como nunca esteve e eu não sabia o que fazer sem um suspeito concreto. O círculo estava se fechando e eu estava desesperada.
De fato, pior que isso não podia ficar. Não até eu fechar a minha maldita boca e ouvir Thiago falar.
— Alex vai te pedir em casamento! — Eu juro que eu ouvi uma voz dizendo "Não há nada tão ruim que não possa piorar".
Só podia ser uma praga mesmo.
— Casar? — Eu andava de um lado para o outro, há uns cinco minutos, freneticamente — Como assim casar?
— Casar Naty. Tipo um vestido branco com véu e grinalda, um buque, igrejas, convidados, um bolo grande e uma Lua de Mel — Diego disse segurando o riso.
— Isso não é brincadeira. — Disse furiosa — Thiago você tem certeza disso? — Viro para ele com as mãos unidas — Não foi somente um comentário dele ou coisa do tipo? — Disse esperançosa.
— Eu bem que queria Nataly, mas eu acabei de vir do shopping e... — Ele respirou fundo e eu rezei para que ele não dissesse o que eu estava pensando — Alex já comprou as alianças e tudo.
— Por que não tentou impedi-lo?
— Você acha que eu não tentei? — Ele disse um pouco ofendido — Eu quase briguei com Alex por causa disso. Ele estava, ou melhor, está determinado a fazer o pedido.
— O que vamos fazer Naty? — Diego perguntou meio receoso.
— Eu. Não. Sei. — Gritei pausadamente. — Alex tem de desistir dessa loucura. Porque uma coisa é eu convencer a central de que meu namoro é puro fingimento, e outra coisa, bem diferente, é dizer a eles que eu vou me casar com o meu protegido depois de pouco mais de seis meses na missão. — Sento no chão levando minhas mãos aos cabelos em forma de desespero — A Lucy nem se quer existe — Lamentei.
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S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma Verdade
Roman d'amourO que significa mentir? Para o estudante do último ano de direito, Alex Bernoulli, é um ato totalmente abominável. Para a agente Nataly Walter faz parte da sua vida, do seu trabalho. Um sinal é emitido a central da S.W. A. (Secret Word...