S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma Verdade

Capítulo 4 - Convite

Alex

Sei que não a conheço há muito tempo, mas ver aquele homem beijando-a, ainda mais a força, me deixou muito incomodado, como se eu precisasse protege-la do mundo.

Fui para casa, após deixá-la em seu apartamento, com a cabeça no beijo de agradecimento na bochecha que ela me deu. Aquilo havia mexido comigo...

Por que eu estou pensando nela? Meu Deus, socorro!

Entro em casa e me jogo no sofá ainda pensando em como seria se aquele beijo fosse uns dois centímetros mais pro lado. Será que ela ficava tão incomodada quanto eu ficava?

Meu celular vibra em meu bolso e eu vejo uma mensagem da minha mãe aparecer na tela. Destravo o celular e leio a mensagem completa e dou uma risada irônica. Minha mãe era bem ausente, mas em seus momentos de lucides ela se lembrava que tinha um filho e dava até uma crise de culpa nela. Neste momento, minha risada era para uma de suas crises, que havia me enviado uma mensagem bem melosa exigindo um almoço comigo e meus amigos. Ela até disse que cozinharia. E ela quase nunca cozinha.

Respondo a mensagem com um simples "ok" e sigo para meu quarto. Não sou insensível, nem nada do tipo, estou morrendo de saudades dela e muito animado para sua visita, em sua própria casa, — Um sorriso espontâneo aparece em meus lábios — já que elas são bem raras, mas tenho um ódio do trabalho dela. Tudo bem, que ela me sustenta e tenho uma vida maravilhosa, mas nunca tive uma mãe para ir as reuniões ou peças escolares e até mesmo nos meus aniversários ela não aparecia. Ela é muito conhecida e respeitada no ramo empresarial e vive viajando em busca de novos parceiros para seus negócios, que não são poucos. Mas sinto falta dela, principalmente, por ficar tanto tempo sozinho dentro desta casa.

Jogo-me na cama e olho no relógio que está no criado mudo ao lado da minha cama, ele marca meia noite e meia.

— Merda! — Digo afundando minha cabeça no travesseiro. Tenho que parar de sair durante a semana, uma hora dessa eu perco uma prova importante. — Vou para deitar na cama de roupa e tudo, mas paro a centímetros de fazer isso e dou cinco passos para trás em direção a minha mesa, lembrando que eu ainda não havia imprimido o trabalho que fiz com a Lucy mais cedo.

Katia

Estou tão feliz de estar, finalmente, realizando o sonho da minha melhor amiga Claudia, mãe de Nataly, embora seja de uma forma meio torta. Alex não é um rapaz muito fácil de lidar, não confia em ninguém, e só tem dois amigos de verdade. Surpreendi—me quando Nataly falou que estava em minha casa e que já estava conseguindo a confiança dele. Fico bem mais segura sabendo que é ela que está cuidando de Alex, pois sei que ela seria incapaz de magoa meu filho. Resolvo ver o desempenho de Nataly de perto, mas eu sei que isso é só uma desculpa para que Anthony — Pai de Nataly e meu chefe — me libere, para matar a saudade que estou do meu filho que não vejo há mais de três meses.

Envio uma mensagem para ele que responde secamente. Sei que está chateado comigo, e com razão, para ele eu vivo viajando o mundo atrás de investimentos. Neste momento, por exemplo, estou, supostamente, em Nepal.

Nunca quis envolvê-lo na agência, pois sei o que pode acontecer se expô-lo. O único motivo pelo qual agora ele está correndo riscos é o assassino saber da existência dele. Pedi que ele convidasse os amigos para o jantar, minha esperança é que convide Nataly, assim, quem sabe, se eu mostrar confiança — coisa que só demonstro em relação a Thiago e Mary — ele deixaria ela se aproximar mais.