Capítulo 9 - Lembranças De Um Passado

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Nataly/Lucy


— Quando você disse surpresa, achei que me levaria para um lugar como um parque de diversão, um voo de helicóptero ou até um salto de paraquedas. Mas uma soverteria, do outro lado da cidade, realmente não passou pela minha cabeça. Sabia que existem sorveterias mais perto do bairro em que moro?

Sim, estávamos em uma sorveteria do outro lado da cidade, não entedia o porquê de sua empolgação. O lugar era até aconchegante, mas simples, assim como toda a vila em que nos encontrávamos. Tinha uma praça em frente, algumas árvores, bancos, um parquinho envelhecido por causa do tempo, e um gramado incrivelmente verde. Crianças corriam e brincavam enquanto seus pais conversavam. Eram famílias felizes.

— Não julgue o lugar antes de realmente conhece-lo. Ele é maravilhoso, meus pais me traziam aqui quando eu era menor — Ele para de falar para chamar a atendente — E sem dúvidas esse é o melhor sorvete de todo o país, tanto que vale a pena atravessar a cidade.

— Sem dúvidas que é, menino Alex — A atendente, ruiva, alta e com seus 40 anos, diz se intrometendo em nossa conversa.

Ela era bonita, tinha um corpo de dar inveja, e tratava bem até de mais o Alex para o meu gosto. Não estava gostando daquela proximidade. Ciúme? Claro que não. Ela era bem mais velha e a minha única preocupação era ele ter mais amigos do que eu imaginava. Com certeza eu iria tirar satisfações com Katia sobre essa mulher.

— É tão bom ver você também! — Ouço Alex dizer, e percebo que enquanto pensava, Alex já estava de pé e os dois se abraçavam e engatavam uma conversa animada.

— Acho que vou querer um milk-shake de chocolate com calda de morango — Digo para notarem que ainda estava ali, e neste momento emburrada.

— Na verdade ela vai querer o sorvete da casa e eu o de sempre — Alex diz sentando novamente e sorrindo. Não deixei passar que ele escolheu nosso sorvete sem ao menos olhar o cardápio.

— Você vai adorar o sorvete que eu escolhi, é bem melhor que um simples milk-shake — Ele diz assim que a garçonete se retira com a promessa de voltar em alguns minutos. Tomara que demore para voltar.

— Então você vem muito aqui? — Fui direto ao ponto da minha curiosidade.

— Venho sim. A Julia sempre me conta coisas de quando eu era criança e principalmente do meu pai. Já que minha mãe não fala nada sobre ele.

Merda! Isso não é nada bom. Tinha uma mulher insuportavelmente bonita, que estava falando do infeliz do Mauricio para o Alex. Definitivamente odiava essa mulher, com certeza ia ter uma conversinha com ela.

— E o que ela fala dele? — Digo querendo descobri mais sobre a biscate.

— Apenas coisas engraçadas e normais que aconteciam quando vinha aqui — Ele sorri como se estivesse se lembrando de algo.

— E com que frequência vocês vinham aqui? — Ele me olha e então percebo que estava exagerando nas perguntas, então trato de corrigir — Desculpa, sou muito curiosa e sei lá. Só me animei com a ideia de saber mais sobre você e seus pais. Esquece, não precisa me contar nada. — Esperava que minha desculpa funcionasse. Sabia que Katia havia criado Alex para ser desconfiado de tudo e todos.

A minha desculpa colou e ele engatou uma conversa sobre sua doce infância, que mal sabia ele que era só aparência. Depois de tomar nosso sorvete, que era muito bom eu tinha que admitir, ele se levantou para ir ao banheiro e percebo um homem estranho se levantar e segui-lo. Observo um dos agentes que Katia tinha colocado para auxiliar na proteção se levantar para ir atrás de Alex e o estranho e provável assassino, mas sou mais rápida e com apenas um olhar sobre ele faço o sentar e sigo para o banheiro. Assim que Alex atravessa a porta do banheiro masculino, puxo o homem, que ia fazer o mesmo caminho, para o banheiro feminino, que por sorte estava vazio.

S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora