Capítulo 39 - Lucy Parte 2

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Nataly


                — Nataly você precisa comer! — A enfermeira, que agora eu sabia se chamar Anna, entra na minha sala nervosa sendo acompanhada por Diego.

Já havia se passado uma semana desde o dia fatídico que tudo foi pelos ares. Desde o dia em que Alex havia me humilhado publicamente eu não tinha feito nada a respeito. Nessa semana eu havia me trancafiado. Não via quase ninguém. Vivia a maior parte do tempo na minha sala trabalhando em formas de pegar, de uma vez por todas, Mauricio — Já que estava proibida de sair em campo —. Só ia ao meu quarto para dormir e tomar banho, e sempre em horários estratégicos para não esbarrar em ninguém, principalmente em Alex. — Ainda mais sabendo o que falavam sobre mim.

— Dá para ser mais discreta? — Olhei por cima do quadro de suspeitos, que agora se encontrava no meio do meu escritório. — E fazer menos barulho. Eu estou trabalhando aqui. — Disse pegando alguns papéis que estavam no chão ao meu lado.

— Você está aí há mais de cinco horas. — Diego disse se aproximando.

— E? — O encarei.

— Estamos preocupados com a sua saúde. — Ele me olhou mordendo o lábio — E principalmente com a saúde do bebê. Não pode ficar trancafiada em sua sala com esse emaranhado de papel parecendo uma louca.

— O que quer que eu faça? — Falei largando os papeis no chão e me levantando.

— Que tente comer um pouco. — Anna disse me oferecendo uma maçã que tinha no bolso de seu jaleco. — E que faça alguns exercícios e tome um pouco de sol também. Vai fazer bem para vocês dois. — Sorriu olhando para minha barriga que permanecia sem nenhuma alteração.

— Eu não estou com fome agora. — Olhei com uma cara feia para a maçã, sentindo meu estômago revirar mais uma vez no dia.

— Eu sei que pode ser incomodo comer por causa dos enjoos, mas você tem que ao menos tentar. — Anna disse colocando a maçã na minha mão com um sorriso meigo.

Me sentei ao seu lado no sofá, cedendo a sua pressão. Peguei a maçã, para me deixarem voltar para o meu trabalho, e na primeira mordida uma ânsia, que já me acompanhava há quatro dias, apareceu me fazendo correr para o pequeno banheiro da sala para vomitar tudo que já não havia mais no meu estômago.

— Você está bem? — Ouço Diego falar atrás da porta — Se você não responder eu vou entrar. — Ele ameaça com a voz trêmula.

— Deixa ela, Diego! — Anna o repreende.

— Você acha que ela está assim por causa do que aconteceu hoje? — Ouço, com dificuldade, Diego cochichar longe da porta.

— O que? — Anna cochicha de volta quando já estava em frente à pia lavando o rosto — O enterro do disfarce dela? Acho que não! São sintomas comum para o estado dela. Com alguns remédios ela estará novinha em folha.

— Exatamente! — Digo saindo do banheiro enxugando minhas mãos em uma toalha — Eu estou numa boa com a situação decorrente.

— Nataly, olha para esse lugar! — Diego aponta para a zona que minha sala havia se tornado — Isso aqui é o reflexo de uma pessoa tudo, menos bem!

S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora