Capítulo 34 - Revelações

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Alex


Tudo aquilo parecia ser muita loucura. Como eu poderia ser o estopim para que tanta gente morresse? Eu sempre fui uma pessoa correta. Assumi responsabilidades quando meu pai morreu, virei o homem da casa, nunca me envolvi com drogas, não bebo quase nada, sempre tirei boas notas, entrei numa boa faculdade e, também, nunca cheguei tarde em casa sem que minha mãe soubesse, mesmo quando ela estava viajando.

O que eu teria feito para precisar que uma agente secreta me vigiasse e protegesse 24 horas por dia?

Agente secreta... UAU

Ainda custava acreditar que Lucy, quer dizer, Nataly era uma espiã. Não é como quando erramos a palavra e escrevemos "a gente" junto. Tudo havia sido uma mentira.

Ainda me lembro do primeiro dia em que ela atravessou a porta da sala da faculdade e seus olhos cor de oceano cruzaram com os meus. Lembro de todos os sorrisos e lágrimas que transbordaram em seu rosto, de todos os segredos que compartilhamos, e que agora eu sei que não passavam de invenções para ganhar minha confiança. Tudo o que eu sentia por ela, tudo que eu sinto, nunca foi correspondido, todas as suas juras de amor faziam parte de um estúpido disfarce.

No final das contas Thiago tinha razão. Eu não deveria nem ter cogitado a hipótese de casar com Lucy ou Nataly ou qualquer que fosse realmente seu nome.

— Eu ouvi dizer que a agente 003 estava numa missão de segurança nacional e que ela estragou o disfarce e ainda revelou o local da base para você. — O homem armado e vestido com uma calça e jaqueta preta escrito "S.W.A." nas costas, que Nataly havia-me mandado seguir, começou a falar enquanto me guiava por imensos corredores que para mim pareciam idênticos — Não é que eu esteja dizendo que ela não é uma boa agente, pois ela é a melhor, ela foi quem iniciou o projeto TEFA, ela é o protocolo TEFA, mas comentam muito sobre esse primeiro e, extremamente, grave erro e, claro, o verdadeiro motivo do mesmo. — Eu podia não ser um agente, mas eu também não era burro. Sei também que não deveria mais ouvir o que a Lucy falava, mas ainda a amava e, sinceramente, depois da cena de "Velozes e Furiosos" que eu vivi a pouco, todo mundo parecia querer me matar, então eu não abriria a minha boca se não fosse com alguém que ela mandasse.

Assim que chegamos à suposta sala de interrogatório havia uma mulher de costas sentada em uma cadeira atrás da única mesa que ficava bem no centro daquela sala, rodeada por um piso cinza bem encerado. Aquele lugar era assustador de limpo, escuridão e frieza.

Entrei na sala, meio receoso, e vi a porta de ferro, por onde eu havia entrado, fechar atrás de mim. Respirei fundo e dei alguns passos em direção a mesa, mas parei assim que a mulher misteriosa — Com um uniforme parecido com o do homem que me trouxera só que mais justo — se levantou e ainda de costas pronunciou as palavras que destruíram o resto do que eu acreditava ser verdade em minha vida.

— Acho que você vai querer sentar filho.

— Mamãe? — Perguntei perplexo.

Agora era oficial. A minha vida INTEIRA havia sido uma mentira.

— O que está acontecendo? — Perguntei depois de um tempo encarando a mulher que não se parecia nem um pouco com a investidora que a MINHA mãe é.

— Primeiro, precisa se acalmar. — Ela disse como se aquilo fosse algo normal.

— Quer que eu me acalme? — Levantei o meu tom de voz — Você tem uma arma presa na sua cintura e quer que EU me acalme? — Gritei.

S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora