Alex
Desde o almoço em minha casa não consegui mais desgrudar de Lucy, ela era espontânea verdadeira e não ligava para as opiniões dos outros. E isso é o que eu mais admiro em uma garota. Embora para muitos seja estranho, o aval da minha mãe nas minhas principais relações ainda é bem importante, então ouvir que ela gostou da Lucy era muito bom, ainda que fosse meio bizarro ela ter aceitado assim de primeira. Ela normalmente odeia qualquer um que não seja o Thiago e a Mary. Acho que minha mãe esqueceu que eu já cresci e talvez eu também.
Cada dia ao lado de Lucy era mais animado, ela era muito inteligente e linda. O que? Não dá para negar o óbvio.
Aqueles olhos que me lembravam o mar faziam combinação perfeita com seus cabelos meio encaracolados e suas bochechas que sempre estavam rosadas — nunca conseguia distinguir quando era por vergonha e quando era por causa frio —. Ela era como uma boneca, porém de personalidade muito forte.
No dia do acidente, havia dormido em sua casa, mesmo que sem querer. Acordei no meio da madrugada e a encontrei me abraçando inocentemente, perdi a noção de quanto tempo fiquei ali parado olhando-a dormir, quando acordei ouvi um barulho vindo de seu quarto, falava com alguém, provavelmente no telefone. Logo em seguida ouvi uma porta se bater e o chuveiro ligar então decidi levantar e me arrumar e fazer um café para nós dois.
Depois do acidente eu realmente me senti envergonhado e frágil. Não queria que ela descobrisse meus problemas, porém ela me surpreendeu com suas palavras e principalmente com sua história. Senti que ela também sofria com a perda de alguém tão próximo e eu sabia como faze-la esquecer um pouco tudo isso. Nunca havia levado ninguém lá, mas alguma coisa me dizia que ela precisava da paz mágica que aquele lugar trazia para mim.
Afinal quem não gosta de sorvete?
Percebi que ela adorou o lugar e em nem um momento foi esnobe como a maioria das mulheres, ela apreciava o local e a energia que ele trazia e eu gostei disso. Era uma parte de mim que estava compartilhado com alguém que eu mal conhecia e isso era doideira, mas ao mesmo tempo era muito bom.
Apesar do belo dia que nós estávamos tendo, coisas ditas em nossa conversa estragaram o clima para mim. E, por mais que eu quisesse ficar com ela o dia inteiro, a única coisa que saiu da minha boca no fim do nosso passeio foi um "até logo".
O resto da tarde passou rapidamente, ainda mais com meus amigos fazendo de tudo para me ver melhor. E por alguns instantes eu até me esqueci de Lucy. Porém com o resto da semana as coisas foram totalmente o oposto.
Lucy não apareceu a semana inteira nas aulas, ela também não atendia ao telefone, então comecei a questionar se eu havia feito alguma coisa para ela. Mary me aconselhou a ir até seu apartamento e foi o que fiz. Mas nem o porteiro nem ninguém sabia do paradeiro dela. Ele disse que ela havia saído no dia do acidente e não havia voltado ainda. Comecei a ficar preocupado. E se tivesse acontecido alguma coisa? Ela não tinha ninguém na cidade. E se estivesse em algum hospital e sem documento? Essas perguntas pairavam na minha cabeça enquanto voltava para casa. É Domingo e está um dia quente e era a quinta vez que eu ia ao apartamento dela essa semana e nada dela aparecer.
Estacionei em frente à minha casa e notei a moto de Thiago estacionada em frente à casa da minha vizinha. E quando estou destrancando a porta vejo o casal sair da casa ao lado e vir em minha direção.
— E então encontrou ela? — Thiago perguntou preocupado.
— Contou aonde fui para ele, Mary? — Repreendo a garota a qual tinha confiado tal informação.
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S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma Verdade
RomanceO que significa mentir? Para o estudante do último ano de direito, Alex Bernoulli, é um ato totalmente abominável. Para a agente Nataly Walter faz parte da sua vida, do seu trabalho. Um sinal é emitido a central da S.W. A. (Secret Word...