Ana Flávia e Gustavo, após experiências dolorosas em relacionamentos anteriores, se encontram em circunstâncias difíceis e se apoiam mutuamente em um apartamento, compartilhando conforto, confidências e biscoitos da sorte. Com o tempo, o relacioname...
Amor, eu errei com você E só assim eu pude entender Que o grande mal que eu fiz Foi a mim mesmo...
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Ana Flávia:
— Pode levantar a blusa, mãezinha. —Dr. Santiago pediu e eu respirei fundo, levantando minha blusa.
Ele aplicou uma quantidade exagerada de gel na minha barriga e ligou a televisão, dando a visão do meu útero ali.
— Olha eles aí! —mexeu com monitor.— Estão perfeitos e saudáveis, tudo em seu devido lugar.
Ele me olhou rápido e eu sorri fraco, sentindo Gustavo apertar minha mão. Desviei meu olhar para ele, que encarava a tela encantado com os bebês. Seus olhos brilhavam e ele mordia o canto da bochecha, como costumava fazer quando estava nervoso. O médico focou em um deles e nos mostrou todos os membros, perfeitamente bem.
— Ouçam o som da vida... —disse baixinho.— Feto 1.
Um silêncio de instalou no quarto e um barulho forte e alto ecoou por todo o ambiente. Estava acelerado, tão forte e... foi a melodia mais intensa que eu já escutei em toda minha vida.
Mordi meu lábio e olhei para Gustavo novamente, que se esbanjava em lágrimas. Ele estava feliz.
— Querem saber o sexo? Se mexermos um pouquinho, vamos conseguir dar uma 'espiadinha.
— Sim.
— Não. —Gustavo e eu falamos ao mesmo tempo, o moreno me olhou confuso e eu neguei.— Quero...quero decidir se vou fazer algo especial antes.
— Tudo bem, a mãezinha que sabe. —voltou atenção ao monitor.
Não, eu não pensava em fazer nada especial mas eu não estava pronta para receber tantas notícias assim em apenas alguns dias. Então, pretendo primeiro 'diluir' a notícia da gravidez, depois dos gêmeos e por fim... os sexos.
Fiquei quieta o restante da consulta, depois da ultrassom, tive uma rápida conversa com o médico e finalmente tive alta. Meu pai havia vindo nos buscar, saí do hospital de cadeira de rodas e com ajuda de Gustavo, consegui entrar no carro.
O caminho foi composto apenas pela conversa paralela de Gustavo e meu pai, ambos tentavam uma hora ou outra puxarem algum assunto mas isso foi em vão. Eu não queria conversar muito, eu só precisava ir para casa e descansar.
O médico recomendou que eu ficasse de repouso pelos próximos três dias, e depois, voltar para as minhas atividades com as recomendações óbvias: evitar estresse, não pegar peso, não fazer movimentos que exigiam muito do meu esforço físico e por aí vai...
