𝖆 𝖒𝖚́𝖘𝖎𝖈𝖆 𝖒𝖆𝖎𝖘 𝖙𝖗𝖎𝖘𝖙𝖊 𝖉𝖔 𝖆𝖓𝖔

2.1K 163 66
                                        

Amor, quando o nosso vinho amargar ou perder o sabor
Quando a maquiagem borrar e as fotos perderem a cor
Tu ainda vai querer me aquecer quando não me restar nem calor?
E, quando o cigarro apagar, vai ter valido a pena as cinzas e o frescor?

Amor, quando o nosso vinho amargar ou perder o saborQuando a maquiagem borrar e as fotos perderem a corTu ainda vai querer me aquecer quando não me restar nem calor?E, quando o cigarro apagar, vai ter valido a pena as cinzas e o frescor?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

DEPOIS.
Ana Flávia:

      A primeira vez que eu sonhei com uma traição do Gustavo, acordei no meio da noite encharcada de suor.

Estava ofegante porque, no sonho, eu chorava tanto que cheguei a sentir falta de ar. Gustavo acordou, me abraçou, disse que me amava, nós transamos e no outro dia me trouxe um café na cama com um bilhete que dizia:

'Me desculpe pelo o que fiz no seu pesadelo essa noite. Por favor, me perdoe essa noite, quando sonhar. Eu te amo Ana Flávia!'

Queria dizer que ainda tenho o bilhete guardado, mas acabei jogando-o fora ao decorrer do tempo e das nossas discussões. O medo bateu forte ontem, direto no meu peito. Estava acordada desde a noite passada, não consegui ao menos pregar os meus olhos.

Gustavo e eu tivemos uma discussão bem feia ontem á noite, quando voltamos do aniversário da sua mãe. Posso dizer que foi uma das piores brigas que já tivemos, se não a pior, dissemos coisas um para o outro que poderiam nos levar totalmente ao fim do nosso casamento.

Perdemos a cabeça. Eu perdi a cabeça mais ainda.

Passei a mão pelos meus cabelos enquanto olhava para a nossa sala de estar, que estava um completo caos, tão quanto meu casamento. Os cacos de vidro estavam espalhados por tudo quanto é canto, as flores que acompanhavam o vaso estavam mortas no chão assim como eu estou agora e não posso nem dizer sobre o enorme quadro do nosso casamento na pendurado na sala de estar.

Fui até a cozinha pegando os utensílios corretos para começar a catar toda essa bagunça, no momento em que eu me ajoelhei, escutei a porta ser aberta e logo vi Leila entrar dentro do apartamento, ela sorriu assim que me viu mas esse mesmo sorriso se desmanchou ao ver o estado na casa e o meu estado.

— Meu Deus! O que houve aqui? —se aproximou, colocando a bolsa no sofá.

A mesma se ajoelhou do meu lado enquanto me olhava com pena, certamente esse olhar fez meus olhos se encherem d'água.

—Nós... —não consegui terminar de falar, Leila rapidamente me puxou para os seus braços e me abraçou forte.

Não pude contar, mas acho que fiquei vinte minutos inteiros chorando no colo da Leila. Tenho vinte e oito anos, mas as vezes me sinto uma adolescente que não sabe nem ao menos lidar com os próprios problemas. Quando me recompus, eu me levantei com a sua ajuda e nos sentamos no sofá, com bastante cuidado.

— Aninha, minha filha, o que houve aqui? Meu Deus! —funguei apoiando minha mão no rosto e descansando minhas costas no sofá.

— Nós brigamos, de novo. —ela negou a cabeça.— Dessa vez o buraco foi muito mais embaixo, perdemos o limite Leila.

(ɪᴍ)ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏs, ᴍɪᴏᴛᴇʟᴀ Onde histórias criam vida. Descubra agora