Ana Flávia e Gustavo, após experiências dolorosas em relacionamentos anteriores, se encontram em circunstâncias difíceis e se apoiam mutuamente em um apartamento, compartilhando conforto, confidências e biscoitos da sorte. Com o tempo, o relacioname...
Parece até miragem, nós dois numa paisagem A sós, dois sóis Sorrindo e cantando, atrasando o amanhã Transando até de manhã, como se não existisse Como se se nunca viesse o após..
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Ana Flávia:
Gustavo está aqui. Estamos nos resolvendo.
Digitei as duas mensagens para minha mãede forma rápida e desliguei meu celular, voltando a prestar atenção nas palavras do moreno ao meu lado.
— Quando vamos voltar para casa? —Gustavo pergunta.
— Podemos voltar essa semana. —sorri.— Mas não quero voltar para o nosso apartamento, não quero ter aquelas lembranças.
— Podemos comprar uma casa.
— Comprar? Não acha que devemos planejar isso com mais calma? Acabamos de nos resolver, tem muita coisa ainda pra...
— Amor —Gustavo levantou a cabeça para me olhar.— Comprar uma casa seria ótimo, teremos mais espaço, autonomia.. podemos procurar uma casa com algum espaço verde também. Para os gêmeos brincarem, sei que você prefere esse contato com a natureza.
— Sim, seria realmente ótimo. —concordei.— Mas acho que por enquanto, ir para um apartamento vai nos ajudar na adaptação quando eles nascerem. Serão dois bebês e dois pais de primeira viagem, não seria melhor um espaço menor porém aconchegante? E sem a energia pesada daquele apartamento?
— Você tem razão. —ergueu o corpo, envolvendo os braços na minha cintura e deitando a cabeça no meu peitoral. Sorri com a sua atitude e iniciei um carinho em seus cabelos.— Por mim, podemos fazer o que você quiser, eu só quero você pertinho de mim novamente.
Depois de nosso momento na cozinha, das palavras de afirmações e dos abraços dados, resolvemos que seria a hora perfeita para conversar sobre tudo.
Passamos tanto tempo conversando, que quando me dei conta, já estava anoitecendo. Foi uma tarde e tanto, aproveitamos para conversar sobre as coisas que aconteceram, sobre os nossos planos e também decidimos que terapia de casal seria o melhor caminho para seguimos. Se quiséssemos mesmo que as coisas dessem certo entre nós dois.
Isso é algo que eu era totalmente contra, tinha o pensamento egoísta de achar que terapia servia só para casais frustrados, até eu e o Gustavo nos tornarmos um. E eu também mudei meu pensamento, depois de toda essa conversa, percebi que nós nos machucamos no mesmo nível e terapia será mais que necessário, principalmente com a chegada dos gêmeos...
— Ah! —gustavo saltou.— Eu descobri uma coisa.
— O quê?
— Se lembra quando algumas coisas que aconteciam entre nós dois começaram a vazar em todos os lugares? —assenti.— Descobri quem é a pessoa que vazava tudo.
