Roda de Samba | Wagner Moura

• Fica mais um pouco!

Acordo e tento assimilar onde estou, olho para os lados e vejo um quarto claro e pela janela vejo que esta anoitecendo. Relembro tudo que aconteceu nessas ultimas horas e vejo que não se passava de um sonho, era a mais pura verdade. Procuro do meu lado por Wagner e encontro o vazio da cama. Vejo nossas roupas pelo chão do quarto e decido vestir novamente sua camisa para procura-lo.

Vou ao banheiro e logo saio pela porta do quarto. Ouço sua voz e deduzo que esta no telefone falando com alguém. Em passos lentos, chego ate a sala e vejo Wagner sentado no sofa com a cabeça recostada no mesmo, vestindo uma calça folgada e sem camisa.

-Eu to louco, cara. Não sei o que aconteceu, mas eu ja to apaixonado. - ouço Wagner dizer pra quem quer que seja no telefone. Passo meus braços por seu ombro e o abraço por trás, beijando seu rosto. Wagner despede da pessoa e desliga o telefone.

-Quem ja ta apaixonado? - pergunto beijando seu pescoço, o fazendo sorrir.

-Então, tem um cara ai que conheceu uma moça não tem nem 24h e ja ta meio apaixonadinho, sabe?! - diz retirando meus braços de seu ombro e me fazendo dar volta no sofa.

-Mesmo? E quem é esse cara? - pergunto me fazendo de desentendida, me sentando em seu colo de frente pro mesmo.

-Um tal de Wagner. Wagner Moura, conhece? Um cara simpatico, gente boa, gosta de um sambinha. - diz passando a mão em meu rosto e beijando meu pescoço. - Alias, eles se conheceram num samba da lapa. - diz completando e sorrio.

-Esse cara parece ser gente boa mesmo, ja to me apaixonando também. - digo e sorrimos um pro outro nos beijando. No meio da nossa pegação, meu estomago ronca e fico sem graça. To morrendo de fome, não vou negar. Perdi bastante energia, se é que me entende.

-Parece que alguém ta com fome. - diz Wagner me olhando sorrindo e me dando um ultimo beijo.

-Também ne, pernoitada, de ressaca e você me deixou sem energia. Alias, preciso ligar pra minha mãe, ela deve ta achando que sumi, coitada. - digo me levantando de seu colo e indo ate meu celular na mesa da cozinha.

-Vou pedir uma comida pra gente, o que você gosta? - me pergunta Wagner.

-Sushi, amo. - digo esperando minha mãe atender.

Minha mãe atende ja reclamando que não liguei e não falei nada, digo que esta tudo bem e que estava bem acompanhada e que explicaria quando chegasse em casa. Digo que vou embora mais tarde e Wagner vira olhando pra mim com um beicinho fazendo cara de triste, e volta a colocar a mesa pra comermos. Finalizo a ligação com minha mãe e vou ate Wagner, o abracando pelo pescoço.

-Não acredito que você ja vai embora e me deixar aqui sozinho. Fica mais um pouco! - diz Wagner me abracando pela cintura.

-Bem que eu queria ficar aqui com você pra sempre se pudesse. - digo e ele sorri. - Mas é que passei 2 anos sem estar perto da minha mãe também, e agora que pude voltar depois de todo meu processo de imigração. Sei que passar 1 mês aqui é muito pouco e agora não sei como me dividir em 1000 pra estar com todos. - digo o abracando.

-Eu sei, sei bem como é esse processo. Fiquei mais de 7 anos vivendo em Los Angeles por causa do trabalho e tudo mais. - diz alisando meu quadril e beijando minha testa.

-Que bom que você entende e é compreensivo. - digo lhe dando um selinho, que logo vira um beijo.

Uns 40 minutos depois, o interfone toca avisando que nossa comida chegou. Wagner coloca uma camisa e vai ate a porta receber nosso delivery, sento no sofa mexendo no celular esperando Wagner voltar.

Comemos e conversamos mais um pouco sobre nós, nos conhecendo melhor. Digo pra Wagner que preciso ir em casa e combinamos de nos ver no dia seguinte a noite, e também combinamos de ir ate a Bahia antes de eu voltar para o Canada. Terminamos de comer e vou ate o quarto tomar um banho e me vestir pra ir embora. Wagner faz questão de chamar um uber pra me levar, mesmo eu dizendo que não precisava por que era longe, na baixada fluminense e que talvez ninguém aceitaria. Decido fazer melhor e mais seguro, mando mensagem pro meu primo ir me buscar, ja que estou com um carro que aluguei pro mês que vou ficar aqui.

Wagner e eu ficamos abracados e conversando o tempo todo que espero meu primo chegar. Ele diz que vai ficar alguns dias no Rio a trabalho, mas que vai tentar arranjar tempo pra que fiquemos juntos.