• Cuidado com o destino, ele brinca com as pessoas

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Os dias seguintes no Rio foram uma mistura de encontros e despedidas, cada momento carregado de afeto e memórias que prometiam durar. Wagner e eu fizemos questão de aproveitar cada instante ao máximo com nossos familiares e amigos mais queridos.
Estar com ele ali, em meio à simplicidade do dia a dia carioca, me fez perceber o quanto esses momentos cotidianos também eram especiais.

Em casa, as noites foram preenchidas com jantares em família e conversas prolongadas. Minha mãe, com seu jeito caloroso, fez questão de preparar nossos pratos favoritos. Em uma dessas noites, ela preparou uma feijoada, enquanto Wagner, com seu carinho por ela, ajudava a organizar a mesa, recebendo elogios por ser um genro atencioso e prestativo. Era como se, naquele momento, ele já fosse parte de nós.

No último dia, organizamos uma despedida simples, com alguns amigos e familiares mais próximos.
Entre risadas e histórias, Wagner me puxou para dançarmos uma música que tocava ao fundo, e nos movemos juntos, meio desajeitados e felizes, enquanto todos aplaudiam e riam.
Quando chegou a hora de partir, a despedida foi um misto de tristeza e alegria. Triste por deixar tudo e todos para trás, mas com a alegria e o conforto de ter passado por momentos tão especiais ao lado de Wagner e dos meus.

A viagem de volta para Los Angeles foi marcada pela saudade que já se instalava no meu peito.
Nosso voo passou rapidamente, e logo aterrissamos em Los Angeles. O contraste era gritante: o sol californiano iluminava a cidade de maneira diferente. Assim que pegamos as malas, a realidade da vida agitada nos aguardava.

Desde que me mudei, temporariamente, pra Los Angeles e o turbilhão de acontecimentos que tem acontecido em minha vida: a gravidez, o meu relacionamento com Wagner vindo a público, a mudança, a pressão da mídia, tudo tem sido uma loucura.
Depois da gravidez, Wagner e eu temos conversado e não tem mais como eu continuar minha vida no Canadá. A melhor opção seria morar aqui de vez e Wagner tem insistido nisso.

Chegamos em casa e a sensação de estar no nosso cantinho, nos dava aquela sensação de aconchego e acolhimento.

- Muito bom viajar, mas a melhor sensação é estar de volta em casa. - disse Wagner se jogando no sofá, assim que terminamos de entrar com as malas.

- Meus pés estão me matando. - digo me jogando ao seu lado e colocando os pés na mesinha de centro.

-Vou pedir alguma coisa pra gente. - diz e se levanta pegando o celular.

Wagner pediu sushi, tomamos banho e voltamos pra sala pra comer. Não sei se é a gravidez e o cansaço da viagem tudo junto, mas o sono tá me vencendo e então decidimos descansar de vez.

No dia seguinte, os meninos iriam vir pra casa, já que passaram bastante tempo longe do pai. Bem, Salvador e José chegaram animados e cheios de novidades. Bem contava sobre a faculdade e os menores contavam o que aconteceu na escola nesses dias que Wagner passou longe.
Eu estava na cozinha preparando nosso jantar, quando Bem entrou e puxou assunto.

- Oi Margot! - disse se escorando no armário perto.

- Oi Bem. Tudo certo? - pergunto enquanto mexo nas panelas.

- Tudo tranquilo. - diz. - Como você e meu pai lidaram com a mídia lá no Rio? - pergunta.

- Acho que foi bem mais tranquilo do que imaginei. Se bem que passamos mais tempo em casa com os amigos e minha família mesmo. - digo e o olho rápido, continuando o que fazia.

- Da próxima vez quero ir com vocês. Quero conhecer sua família também, meu pai falou muito bem de todo mundo. - diz sorrindo.

- Claro, Bem! Vai ser muito bom, você vai adorar minha mãe. Ela vai querer te roubar pra neto, com certeza. - digo e rimos.

- E o bebê? - me pergunta olhando pra minha barriga.

- Tá tudo certo, graças a Deus! Já estou indo pro terceiro mês, logo logo vocês poderão sentir ele ou ela. - digo, terminando a comida e apagando o fogo.

- Você prefere menina ou menino? - me pergunta me ajudando a colocar a mesa.

- Sabe que não sei. Não tenho muita preferencia, mas seu pai já disse que quer uma menina. - digo.

- Ah, tenho certeza. Depois de 3 meninos, com certeza ele espera que seja menina. - ele diz rindo de canto.

Ultimamente, Bem tem passado mais tempo conversando comigo. Parece que quer se aproximar mais de mim como madrasta e acho isso um ótimo sinal. Quero deixar claro pra eles que estou aqui pra somar e ajudar, e que respeito muito a vida deles além disso.

Passamos um final de semana tranquilo, todos juntos. Wagner tem se desdobrado cheio de trabalho e projetos novos. Consegui resolver com minha amiga de separar minhas coisas no apartamento e enviá-las aqui pra Los Angeles. Não vai ser fácil essa mudança toda, mas estou preparada pro que vier. Agora não tem mais jeito, preciso encarar.

*****


Os meses se passaram e minha barriga, cada vez maior, se fazia aparecer. Decidimos que descobriríamos o sexo do bebê quando nascesse, já que eu não queria fazer aquela coisa toda de chá revelação e chá de bebê. No final, Wagner e eu decidimos que faríamos uma boa ação e doaríamos o que ganharíamos pro bebê no chá, e decidimos doar pra alguma instituição que abriga crianças carentes no Rio de Janeiro e na Bahia.

Nossa vida havia mudado completamente. Nunca imaginei que em menos de 1 ano estaríamos morando juntos e agora tendo um FILHO (A) juntos. Se alguém me contasse, eu não acreditaria, mas já dizia o Chorão "cuidado com o destino, ele brinca com as pessoas..."

Wagner fez de tudo pra que eu não trabalhasse durante a gravidez, mas insisti em pelo menos ajudá-lo em algum projeto dele. Acabei descobrindo que tinha talento pra montar roteiros, e o ajudei no roteiro do seu novo projeto e Wagner até me creditou nele.

Minha relação com Wagner estava a cada dia mais forte. Sua ex não era um problema entre nós, pelo contrário, trocávamos muita figurinha sobre maternidade e isso era ótimo pra nossa relação, já que mesmo divorciados, eles ainda eram uma família por causa dos filhos. Os filhos de Wagner eram outra parte. Havíamos estabelecido um contato maior após a gravidez e os 3 estavam muito ansiosos com a chegada do irmão ou irmã.

Passado um tempo, a mídia já não era mais um problema pra nós. Deixamos a poeira das notícias abaixarem e continuamos a viver a nossa vida longe dos holofotes. Na estreia de um dos projetos de Wagner, ele havia insistido pra que eu fosse como sua acompanhante e mesmo com a barriga enorme de 7 meses, decidi que não iria me privar de o prestigiar e fui.

Roda de Samba | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora